Pesca artesanal e manejo: uma abordagem temporal comparativa em Tamandaré-PE

• Autor(a) principal: SILVEIRA, Mariana Ferreira da
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31801
• topic: Oceanografia; Pesca de pequena escala; Turismo; Área marinha protegida; Recifes de coral

Pescarias artesanais de pequena escala são caracterizadas pela grande diversidade de petrechos e estratégias utilizadas na captura de múltiplas espécies e pelas funções econômicas, sociais, culturais e ecológicas que exercem. No Brasil, a pesca artesanal suporta muitas comunidades ao longo do litoral e estima-se que 2 milhões de pessoas estejam envolvidas na atividade e em seus processos. Nesse estudo, uma abordagem temporal comparativa foi utilizada para investigar a pesca costeira de pequena escala de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco, que está inserida na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais. Perfis da pesca em dois períodos separados por desenvolvimentos de infraestrutura, crescimento populacional e turístico, transformações socioeconômicas assim como o estabelecimento de medidas de manejo foram comparados para observar mudanças e avaliar indícios que apontem para a sustentabilidade da atividade. No primeiro artigo, investigamos a relação entre a pesca e o turismo em Tamandaré. Os resultados revelaram que existe uma interação entre esforço de pesca e CPUE em Tamandaré que é influenciada por uma combinação de fatores e disponibilidade de emprego relacionada à temporada de turismo, apresentando uma boa oportunidade para discutir a necessidade de zonas de uso na APA Costa dos Corais que possam preservar as antigas tradições, conciliando a pesca e a conservação. No segundo artigo, foram observadas mudanças no perfil do pescador, captura por unidade de esforço, composição da captura e produtividade. No geral, os resultados indicaram consequências de um aumento na pesca de oportunismo associado ao crescimento da população costeira e fácil acesso aos recifes, mas também de inovação tecnológica e medida de manejo. Embora a zona de exclusão represente aproximadamente 10% da zona costeira de Tamandaré, não há indicativos de impactos negativos para a pesca apresentados pelos indicadores analisados, mas que a medida de manejo foi minimamente eficaz para manter a sustentabilidade da pesca ao longo de todo período estudado.