“Civilização” e “moralização” de índios na província de Pernambuco entre 1850-1889 : mão de obra indígena

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BARBOZA, Maria José
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000c5h6
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16828
Resumo: O século XIX foi marcado por grandes transformações econômicas, políticas e sociais. Um século heterogêneo, chamado o século das “ideias em movimento”, produziu no cenário político e intelectual, representações que se inserem nos projetos de construção de uma nacionalidade brasileira. Entre as representações criadas no cenário político imperial estava a formação para o trabalho livre associada aos discursos sobre a extinção dos aldeamentos indígenas, terras e agricultura. Constituindo um emaranhado de ideias, onde encontramos a fusão dos termos catequese e civilização, conceitos que estão intrinsicamente relacionados à ação missionária capuchinha, que por meio da atividade catequética realizavam a “civilização” e “moralização” dos índios. Catequizar e civilizar os índios no Segundo Reinado compreendia transformar índios em braços livres para atender as necessidades da agricultura – principal riqueza econômica do país. Desse modo, a política indigenista no século XIX, buscou integrar os povos indígenas à sociedade nacional, tentando impor aos nativos os modos de vida europeus. No século XIX a política indigenista aconteceu por meio da Lei de Terras de 1850 e do discurso político sobre o desaparecimento dos índios, tendo como um dos objetivos o controle das terras indígenas e a transformação dos índios em trabalhadores assalariados em substituição a mão de obra escrava em vias de extinção. Na província de Pernambuco, essa política negou a identidade indígena, justificando a extinção dos aldeamentos e transformando índios em trabalhadores assalariados em fazendas da região. O presente estudo não se restringiu apenas a análise da política indigenista oitocentista, procurou mostrar que os índios não foram convertidos ou civilizados nos moldes esperados pelos religiosos e políticos do Império. Considerando o processo de desafios e trocas culturais entre índios e não índios, no qual as populações indígenas transformaram e rearticularam seus valores e tradições se adaptando as condições colocadas pela sociedade da época. Desafios e rearticulações que podem ser percebidas nas entrelinhas da documentação analisada, que nos possibilita perceber as ações indígenas de resistência.
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Catequizar e civilizar os índios no Segundo Reinado compreendia transformar índios em braços livres para atender as necessidades da agricultura – principal riqueza econômica do país. Desse modo, a política indigenista no século XIX, buscou integrar os povos indígenas à sociedade nacional, tentando impor aos nativos os modos de vida europeus. No século XIX a política indigenista aconteceu por meio da Lei de Terras de 1850 e do discurso político sobre o desaparecimento dos índios, tendo como um dos objetivos o controle das terras indígenas e a transformação dos índios em trabalhadores assalariados em substituição a mão de obra escrava em vias de extinção. Na província de Pernambuco, essa política negou a identidade indígena, justificando a extinção dos aldeamentos e transformando índios em trabalhadores assalariados em fazendas da região. O presente estudo não se restringiu apenas a análise da política indigenista oitocentista, procurou mostrar que os índios não foram convertidos ou civilizados nos moldes esperados pelos religiosos e políticos do Império. Considerando o processo de desafios e trocas culturais entre índios e não índios, no qual as populações indígenas transformaram e rearticularam seus valores e tradições se adaptando as condições colocadas pela sociedade da época. Desafios e rearticulações que podem ser percebidas nas entrelinhas da documentação analisada, que nos possibilita perceber as ações indígenas de resistência.CAPESThe XIX century was marked by great economic, political and social transformations. A heterogeneous century, called the century of "moving ideas", produced in the political and intellectual scene, representations that insert in construction projects of a Brazilian nationality. Between the representations created in the imperial political scene was the formation to free labor associated with speeches about the extinction of indigenous settlements, land and agriculture. Constituting a tangle of ideas, where we find the fusion of evangelization and civilization terms, concepts that are intrinsically related to the Capuchin missionary activity, which through the catechetical activity performed "civilization" and "moralization" of the Indians. Catechizing and civilizing the Indians in the Second Empire understood transform Indians in arms free to meet the needs of agriculture - the main economic wealth of the country. In this way, the Indian policy in the XIX century had the main objective to integrate indigenous peoples into national society, trying to impose on native European way of life. In the XIX century the Indian policy took place through the 1850 Land Law and the political discourse about the disappearance of the Indians, having as one objective the control of indigenous lands and the transformation of Indians employed to replace slave labor endangered. In the province of Pernambuco, this policy has denied indigenous identity, which explains the extinction of the villages and transforming Indians employed in farms. This study not only restricted the analysis of XIX-century Indian policy, sought to show that the Indians were not converted or civilized in the manner expected by the religious and political empire. Considering the process challenges and cultural exchanges between Indians and non-Indians, in which indigenous populations and turned organized their values and traditions adapting the conditions set by the society of the time. Challenges and rearticulations that can be perceived between the lines of the documentation examined, that enables us to perceive the actions of indigenous resistance.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em HistoriaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPernambuco – HistóriaÍndiosMão de obraCatequeseCivilização“Civilização” e “moralização” de índios na província de Pernambuco entre 1850-1889 : mão de obra indígenainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Maria José Barboza.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Maria José Barboza.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1149https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16828/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Maria%20Jos%c3%a9%20Barboza.pdf.jpg83a4b725fbe8540f1721be26d5f5b6edMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Maria José Barboza.pdfDISSERTAÇÃO Maria José Barboza.pdfapplication/pdf3063939https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16828/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Maria%20Jos%c3%a9%20Barboza.pdfb7acaa3176577ae6c8dc58324349dec1MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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