"A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32651
Resumo: Esta pesquisa de dissertação foi desenvolvida a partir de uma análise etnográfica da relação de poder entre a produção de conhecimento autodidata do ex-pescador, hoje colecionador e pesquisador, Sr. Josué Crispim, e o conhecimento acadêmico. O trabalho de campo situou-se na comunidade praiana de Ponta Grossa, localizada no município de Icapuí, litoral leste do Estado do Ceará. O Sr. Josué, natural de Ponta Grossa, montou seu acervo arqueológico por mais de três décadas, a partir de doações, compras e, principalmente, por meio de coletas espontâneas, consideradas inadequadas, de acordo com as normas e procedimentos da arqueologia. Pois, segundo ele próprio, por falta de providências dos órgãos de proteção do patrimônio arqueológico, essa foi sua única alternativa encontrada para salvaguardá-lo, visto que muitos sítios arqueológicos em Ponta Grossa são localizados em áreas de trilhas de buggy, sujeitos a constante destruição. Por conta de suas iniciativas, foi impedido, em 1998, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ceará (IPHAN/CE), de continuar as coletas arqueológicas. Em 2013, com abertura de uma licitação financiada pelo IPHAN/CE para o tratamento desse acervo, o referido Sr. Josué Crispim perdeu, oficialmente, a sua tutela. Esses episódios narram a luta travada há décadas por esse autodidata, em busca de reconhecimento e do direito de continuar a executar o trabalho que, até hoje, só ele concretizou, mas que, por não ter uma formação convencional na arqueologia, é legalmente impossibilitado de fazê-lo. Dito isto, o objetivo deste estudo é analisar esta relação de poder a partir das concepções metodológicas de diferentes atores (detentores de conhecimentos acadêmicos e não-acadêmicos), que impedem tanto o reconhecimento das iniciativas autodidatas do Sr. Josué quanto a sua prática, por considerá-las desordenadas (sem metodologia) e incapazes de produzir conhecimento. E, para isso, demostrou-se como a produção de conhecimento na academia pode ser opressora caso não leve em consideração outras formas de conhecimento e suas responsabilidades sociais. O conhecimento deixa de ser libertador quando pretende normatizar os modos de produção, não considerando as preocupações sociais como também determinantes para o "desenvolvimento" e o "progresso" do campo científico.
id UFPE_159b1a56465da7c8c826b4d1058962d5
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/32651
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendeshttp://lattes.cnpq.br/4348590137271886http://lattes.cnpq.br/5974645781230294GARRABÉ, Laure Marie-Louise Clémence2019-09-12T17:47:06Z2019-09-12T17:47:06Z2018-03-09https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32651Esta pesquisa de dissertação foi desenvolvida a partir de uma análise etnográfica da relação de poder entre a produção de conhecimento autodidata do ex-pescador, hoje colecionador e pesquisador, Sr. Josué Crispim, e o conhecimento acadêmico. O trabalho de campo situou-se na comunidade praiana de Ponta Grossa, localizada no município de Icapuí, litoral leste do Estado do Ceará. O Sr. Josué, natural de Ponta Grossa, montou seu acervo arqueológico por mais de três décadas, a partir de doações, compras e, principalmente, por meio de coletas espontâneas, consideradas inadequadas, de acordo com as normas e procedimentos da arqueologia. Pois, segundo ele próprio, por falta de providências dos órgãos de proteção do patrimônio arqueológico, essa foi sua única alternativa encontrada para salvaguardá-lo, visto que muitos sítios arqueológicos em Ponta Grossa são localizados em áreas de trilhas de buggy, sujeitos a constante destruição. Por conta de suas iniciativas, foi impedido, em 1998, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ceará (IPHAN/CE), de continuar as coletas arqueológicas. Em 2013, com abertura de uma licitação financiada pelo IPHAN/CE para o tratamento desse acervo, o referido Sr. Josué Crispim perdeu, oficialmente, a sua tutela. Esses episódios narram a luta travada há décadas por esse autodidata, em busca de reconhecimento e do direito de continuar a executar o trabalho que, até hoje, só ele concretizou, mas que, por não ter uma formação convencional na arqueologia, é legalmente impossibilitado de fazê-lo. Dito isto, o objetivo deste estudo é analisar esta relação de poder a partir das concepções metodológicas de diferentes atores (detentores de conhecimentos acadêmicos e não-acadêmicos), que impedem tanto o reconhecimento das iniciativas autodidatas do Sr. Josué quanto a sua prática, por considerá-las desordenadas (sem metodologia) e incapazes de produzir conhecimento. E, para isso, demostrou-se como a produção de conhecimento na academia pode ser opressora caso não leve em consideração outras formas de conhecimento e suas responsabilidades sociais. O conhecimento deixa de ser libertador quando pretende normatizar os modos de produção, não considerando as preocupações sociais como também determinantes para o "desenvolvimento" e o "progresso" do campo científico.CAPESThis research results from an ethnographic analysis of power relations between academic knowledge and autodidact knowledge, as evolved by a former fisherman who is now a collector and a researcher, Josué Crispim. The fieldwork sits in the seaside community of Ponta Grossa, located in Icapui, on the east litoral of Ceará state. Sir Josué, born in Ponta Grossa, built his collection for more than three decades, from donations, purchases and mainly from spontaneous collects, considered inadequate according to archaeology‘s norms and procedures. But according to him, because of the lack of provides from the archaeological heritage protection policies, his collects were the only alternative to save it, since a lot of sites in Ponta Grossa are located on buggy trails, prone to constant destruction. Because of that kind of initiatives, in 1998, the National Institute for Artistic and Historical Heritage of Ceará (IPHAN/CE), prohibited him to proceed his archaeological collects. In 2013, Josué Crispim lost officially their tutelage, with the opening of a bidding financed by the IPHAN/CE for the care of that collection. These are episodes relating to this self-taught‘s long struggle for recognition and the rights to maintain the fulfilment of a work which, until today, he is the only one having realized. But for not having any conventional formation in archaeology, he is legally forbidden to do so. Thereupon, the objective of this study is to analyse this power relations among methodological conceptions sustained by different social actors (with their academic or non-academic knowledge), that prevent both recognition and practice of Josué‘s selftaught initiatives, for being considered disorganized, lacking methodology, and consequently, unable to produce any "scientific" knowledge. This study aims to demonstrate how the academic knowledge can lead to its own impoverishment when it does lot consider other forms of knowledge (i.e., non academic ones) or its own social responsibilities.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAntropologiaMuseus e coleções arqueológicasProdução do conhecimentoInclusão socialAutodidatismo"A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1271https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdf.jpgb3a5de0b3c0258904a5fc9758c0ef3bdMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdfDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdfapplication/pdf4614895https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdfa4c91d13adaf3e6b0636ee3f69a440b2MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdf.txtDISSERTAÇÃO Givanildo Klebson Mendes Ferreira.pdf.txtExtracted texttext/plain661014https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdf.txtfecaa9e44518fefdef310bbb1f65d0b8MD54123456789/326512019-10-25 10:47:22.316oai:repositorio.ufpe.br:123456789/32651TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T13:47:22Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
title "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
spellingShingle "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendes
Antropologia
Museus e coleções arqueológicas
Produção do conhecimento
Inclusão social
Autodidatismo
title_short "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
title_full "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
title_fullStr "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
title_full_unstemmed "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
title_sort "A história não é só minha, a história é de todos nós, de toda a humanidade" : a disputa de conhecimentos no acervo Josué Pereira Crispim (Ponta Grossa, Icapuí-Ceará)
author FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendes
author_facet FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendes
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4348590137271886
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5974645781230294
dc.contributor.author.fl_str_mv FERREIRA, Gilvanildo Klebson Mendes
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv GARRABÉ, Laure Marie-Louise Clémence
contributor_str_mv GARRABÉ, Laure Marie-Louise Clémence
dc.subject.por.fl_str_mv Antropologia
Museus e coleções arqueológicas
Produção do conhecimento
Inclusão social
Autodidatismo
topic Antropologia
Museus e coleções arqueológicas
Produção do conhecimento
Inclusão social
Autodidatismo
description Esta pesquisa de dissertação foi desenvolvida a partir de uma análise etnográfica da relação de poder entre a produção de conhecimento autodidata do ex-pescador, hoje colecionador e pesquisador, Sr. Josué Crispim, e o conhecimento acadêmico. O trabalho de campo situou-se na comunidade praiana de Ponta Grossa, localizada no município de Icapuí, litoral leste do Estado do Ceará. O Sr. Josué, natural de Ponta Grossa, montou seu acervo arqueológico por mais de três décadas, a partir de doações, compras e, principalmente, por meio de coletas espontâneas, consideradas inadequadas, de acordo com as normas e procedimentos da arqueologia. Pois, segundo ele próprio, por falta de providências dos órgãos de proteção do patrimônio arqueológico, essa foi sua única alternativa encontrada para salvaguardá-lo, visto que muitos sítios arqueológicos em Ponta Grossa são localizados em áreas de trilhas de buggy, sujeitos a constante destruição. Por conta de suas iniciativas, foi impedido, em 1998, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ceará (IPHAN/CE), de continuar as coletas arqueológicas. Em 2013, com abertura de uma licitação financiada pelo IPHAN/CE para o tratamento desse acervo, o referido Sr. Josué Crispim perdeu, oficialmente, a sua tutela. Esses episódios narram a luta travada há décadas por esse autodidata, em busca de reconhecimento e do direito de continuar a executar o trabalho que, até hoje, só ele concretizou, mas que, por não ter uma formação convencional na arqueologia, é legalmente impossibilitado de fazê-lo. Dito isto, o objetivo deste estudo é analisar esta relação de poder a partir das concepções metodológicas de diferentes atores (detentores de conhecimentos acadêmicos e não-acadêmicos), que impedem tanto o reconhecimento das iniciativas autodidatas do Sr. Josué quanto a sua prática, por considerá-las desordenadas (sem metodologia) e incapazes de produzir conhecimento. E, para isso, demostrou-se como a produção de conhecimento na academia pode ser opressora caso não leve em consideração outras formas de conhecimento e suas responsabilidades sociais. O conhecimento deixa de ser libertador quando pretende normatizar os modos de produção, não considerando as preocupações sociais como também determinantes para o "desenvolvimento" e o "progresso" do campo científico.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-03-09
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-09-12T17:47:06Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-09-12T17:47:06Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32651
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32651
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Antropologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32651/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Givanildo%20Klebson%20Mendes%20Ferreira.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv b3a5de0b3c0258904a5fc9758c0ef3bd
a4c91d13adaf3e6b0636ee3f69a440b2
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
bd573a5ca8288eb7272482765f819534
fecaa9e44518fefdef310bbb1f65d0b8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310606043217920