Teste tuberculínico e tratamento da tuberculose latente em uma coorte de pacientes com HIV/AIDS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cristina Rocha Vilela Moura, Líbia
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000k7dt
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6988
Resumo: A identificação de pessoas soropositivas com tuberculose latente (TBL), através do teste tuberculínico e o tratamento preventivo para tuberculose (TB), estão incluídas nas recomendações para a assistência aos pacientes com HIV/Aids em todo mundo. No Recife, entre julho de 2007 e fevereiro 2010, acompanhou-se uma coorte de pacientes HIV/Aids atendidos em dois serviços de referência - o Hospital Correia Picanço e o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com os seguintes objetivos: descrever a freqüência de realização do TT e analisar os fatores associados a sua não realização, assim como os fatores associados à sua positividade em pacientes infectados pelo HIV; estimar a probabilidade dos pacientes não reatores ao primeiro teste não repetirem o TT, analisar os fatores associados ao tempo até sua repetição e analisar a efetividade do tratamento para TBL com isoniazida (INH) 300mg/dia, por seis meses, controlando os co-fatores potenciais de confusão. No primeiro estudo realizou-se um caso controle onde a variável dependente foi a realização do TT. No segundo estudo utilizou-se o método de Kaplan-Meier para estimar a probabilidade da não repetição do TT e o teste de Log Rank para verificar se houve diferenças entre as estimativas do Kaplan Meier para as categorias de cada variável do estudo. No terceiro estudo acompanhou-se uma coorte de pacientes com indicação de realizar o tratamento para TBL. Calculou-se densidade incidência para quem foi exposto a INH e para quem teve indicação e não foi exposto à INH e a razão entre as taxas (Hazard Ratio). Estimou-se a probabilidade de não ter TB pelo método de Kaplan Méier. Os principais resultados encontrados foram: 2.290 pacientes entraram na coorte, 1.087 (47,5%) realizaram o TT e 1203 (52,5%) não realizaram. Estiveram associados a não realização do TT: sexo masculino, idade menor de 39 anos, menos de nove anos de escolaridade, ganhar mais que um salário mínimo, ser usuário de crack e ser atendido no Hospital Universitário Oswaldo Cruz. Entre os 1.087 pacientes que realizaram o TT, a prevalência de positividade foi de 21,6% entre os pacientes com CD4 &#8805; 200 e de 9,49% entre os pacientes com CD4 < 200 (p=0,002). Permaneceram associados ao TT &#8805; 5 mm, no extrato de contagem de CD4 &#8805; 200: uso de HAART, uso de Crack e ter menos de 10 anos de escolaridade. Dos 811 pacientes que tinham indicação de repetir o teste, 314 (38,7%) repetiram o TT. A probabilidade de não repetir o TT foi de 42%. Permaneceram associadas a não repetição do teste: idade, IMC, sexo e escola. 201 pacientes foram acompanhados para o estudo da efetividade do tratamento da TBL. Desses, 126 (62,7%) iniciaram o tratamento para TBL, e 75 pacientes (37,3%) não iniciaram. A taxa de incidência de tuberculose na coorte de indicação para TBL foi de 11,25/1.000 pessoa-ano. Considerando apenas os 75 pacientes que não iniciaram ou abandonaram o tratamento para TBL, a taxa de incidência de tuberculose foi de 29,67/1.000 pessoa-ano. A estimativa da probabilidade de desenvolver a tuberculose entre os pacientes com indicação de tratamento da TBL no final do estudo foi de 1,9%. Entre os que não o realizaram ou a fizeram de maneira irregular, a estimativa da probabilidade de desenvolver a tuberculose foi de 5,2%. Os resultados encontrados demonstraram que não houve uma adequada adesão nem para a realização do primeiro teste tuberculínico nem para a repetição do mesmo. É imprescindível que sejam revistas as recomendações com relação ao início do tratamento da TBL estar baseado na realização do teste tuberculínico
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No Recife, entre julho de 2007 e fevereiro 2010, acompanhou-se uma coorte de pacientes HIV/Aids atendidos em dois serviços de referência - o Hospital Correia Picanço e o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com os seguintes objetivos: descrever a freqüência de realização do TT e analisar os fatores associados a sua não realização, assim como os fatores associados à sua positividade em pacientes infectados pelo HIV; estimar a probabilidade dos pacientes não reatores ao primeiro teste não repetirem o TT, analisar os fatores associados ao tempo até sua repetição e analisar a efetividade do tratamento para TBL com isoniazida (INH) 300mg/dia, por seis meses, controlando os co-fatores potenciais de confusão. No primeiro estudo realizou-se um caso controle onde a variável dependente foi a realização do TT. 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A estimativa da probabilidade de desenvolver a tuberculose entre os pacientes com indicação de tratamento da TBL no final do estudo foi de 1,9%. Entre os que não o realizaram ou a fizeram de maneira irregular, a estimativa da probabilidade de desenvolver a tuberculose foi de 5,2%. Os resultados encontrados demonstraram que não houve uma adequada adesão nem para a realização do primeiro teste tuberculínico nem para a repetição do mesmo. 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