Resiliência e formação humana em professores do ensino fundamental I da rede pública municipal: em busca da integralidade
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Data de Publicação: | 2010 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3852 |
Resumo: | Um ato pedagógico será efetivamente educativo quando o educador, em sua inteireza, assume o compromisso com a formação humana de seus educandos. Não obstante, o conceito geral de educação em nossa cultura permanece comodamente associado a um privilégio da cognição e a uma ilusão de que a racionalidade instrumental esgota por si mesma todas as facetas do fenômeno humano. A observação do comportamento humano nos remete a reconhecer que há pessoas que conseguem enfrentar e superar situações adversas, evidenciando uma dignidade indiscutível e que por um ideal de vida e amor à causa conseguem realizar um intenso processo de transformação e amadurecimento de si mesmo. A capacidade das pessoas manterem-se íntegras e conseguirem superar as adversidades do caminho chama-se resiliência. Na perspectiva da resiliência, a experiência formativa tem como objetivo despertar as potências do humano que habitam em cada um de nós, através de uma visão integral ou multidimensional. Yunes (2003) considera a espiritualidade como um dos processos-chave da resiliência, encarando-a como uma rica oportunidade de crescimento e descoberta interior. Frankl (1991, 2007) acredita que podemos descobrir um sentido na vida, mesmo quando nos vemos numa situação sem esperança e que as condições podem variar na medida em que é mais fácil ou difícil encontrarmos um sentido para nossa vida. Para ele, a dimensão espiritual seria o ponto de partida e de chegada para compreensão mais real e total do homem, ou seja, somente quando se fala do espiritual é que se começa a falar do especificamente humano do homem. Pertencem à dimensão espiritual todos os princípios éticos e valores humanos não estando, necessariamente, relacionados a doutrinas ou à prática de rituais religiosos (RÖHR, 2007a). A presente pesquisa destinou-se a estudar os processos da resiliência em professoras do ensino fundamental I, de um município no litoral norte do Estado de Pernambuco. Para tanto, utilizamos: questionários, entrevistas (simples, autobiográficas e de autoconfrontação), observações e filmagens de aulas. Os nossos objetivos eram saber se as características de resiliência demonstrada pelas professoras haviam sido influenciadas por suas histórias de vida e de que forma se manifestariam em suas práticas docentes, utilizando, como norteadores da discussão, os padrões de resiliência apontados por Polk (1997). Os dados indicaram que dada a complexidade do humano, a resiliência pode ser favorecida, contudo não há garantias de que seja potencializada ou enfraquecida. Ela está engendrada em um complexo quebra-cabeça que reúne peças representativas da constituição pessoal e também da interação com o mundo externo, beneficiada (porém não determinada) por um ambiente que estimule a sua efetiva manifestação. As professoras que apresentavam características mais resilientes conseguiram manter mais frequentemente o equilíbrio frente às situações adversas, demonstrando disposição para superarem as dificuldades, cultivando um ambiente mais prazeroso e relaxante em sala de aula, considerado favorável ao processo de ensino-aprendizagem. Posturas mais fortemente resilientes, contudo, não garantiram uma aula tecnicamente mais eficaz. Assim, mesmo as consideradas com mais características resilientes vivenciaram momentos contraditórios, porém a intensidade e a frequência com que se abalaram e, sobretudo, o modo como vivenciam a adversidade fizeram toda diferença, pois comumente se superaram e pareceram aprender com as situações. Podemos ainda mencionar que a dimensão espiritual se manifestou mais claramente nas professoras com características mais resilientes. A busca pelo desenvolvimento da integralidade na prática formativa, apesar de observado em todas as participantes, esteve mais evidenciado nas que apresentaram características mais resilientes, possivelmente por possuírem maiores possibilidades de vivenciarem a sua própria multidimensionalidade |
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A observação do comportamento humano nos remete a reconhecer que há pessoas que conseguem enfrentar e superar situações adversas, evidenciando uma dignidade indiscutível e que por um ideal de vida e amor à causa conseguem realizar um intenso processo de transformação e amadurecimento de si mesmo. A capacidade das pessoas manterem-se íntegras e conseguirem superar as adversidades do caminho chama-se resiliência. Na perspectiva da resiliência, a experiência formativa tem como objetivo despertar as potências do humano que habitam em cada um de nós, através de uma visão integral ou multidimensional. Yunes (2003) considera a espiritualidade como um dos processos-chave da resiliência, encarando-a como uma rica oportunidade de crescimento e descoberta interior. Frankl (1991, 2007) acredita que podemos descobrir um sentido na vida, mesmo quando nos vemos numa situação sem esperança e que as condições podem variar na medida em que é mais fácil ou difícil encontrarmos um sentido para nossa vida. Para ele, a dimensão espiritual seria o ponto de partida e de chegada para compreensão mais real e total do homem, ou seja, somente quando se fala do espiritual é que se começa a falar do especificamente humano do homem. Pertencem à dimensão espiritual todos os princípios éticos e valores humanos não estando, necessariamente, relacionados a doutrinas ou à prática de rituais religiosos (RÖHR, 2007a). A presente pesquisa destinou-se a estudar os processos da resiliência em professoras do ensino fundamental I, de um município no litoral norte do Estado de Pernambuco. Para tanto, utilizamos: questionários, entrevistas (simples, autobiográficas e de autoconfrontação), observações e filmagens de aulas. Os nossos objetivos eram saber se as características de resiliência demonstrada pelas professoras haviam sido influenciadas por suas histórias de vida e de que forma se manifestariam em suas práticas docentes, utilizando, como norteadores da discussão, os padrões de resiliência apontados por Polk (1997). Os dados indicaram que dada a complexidade do humano, a resiliência pode ser favorecida, contudo não há garantias de que seja potencializada ou enfraquecida. Ela está engendrada em um complexo quebra-cabeça que reúne peças representativas da constituição pessoal e também da interação com o mundo externo, beneficiada (porém não determinada) por um ambiente que estimule a sua efetiva manifestação. As professoras que apresentavam características mais resilientes conseguiram manter mais frequentemente o equilíbrio frente às situações adversas, demonstrando disposição para superarem as dificuldades, cultivando um ambiente mais prazeroso e relaxante em sala de aula, considerado favorável ao processo de ensino-aprendizagem. Posturas mais fortemente resilientes, contudo, não garantiram uma aula tecnicamente mais eficaz. Assim, mesmo as consideradas com mais características resilientes vivenciaram momentos contraditórios, porém a intensidade e a frequência com que se abalaram e, sobretudo, o modo como vivenciam a adversidade fizeram toda diferença, pois comumente se superaram e pareceram aprender com as situações. Podemos ainda mencionar que a dimensão espiritual se manifestou mais claramente nas professoras com características mais resilientes. A busca pelo desenvolvimento da integralidade na prática formativa, apesar de observado em todas as participantes, esteve mais evidenciado nas que apresentaram características mais resilientes, possivelmente por possuírem maiores possibilidades de vivenciarem a sua própria multidimensionalidadeporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessResiliênciaEducaçãoFormação HumanaIntegralidadeEspiritualidadeResiliência e formação humana em professores do ensino fundamental I da rede pública municipal: em busca da integralidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo264_1.pdf.jpgarquivo264_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1271https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3852/4/arquivo264_1.pdf.jpgb4d1ad628e8f841edc9459726b377b85MD54ORIGINALarquivo264_1.pdfapplication/pdf1834559https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3852/1/arquivo264_1.pdffb2f90bd76798fb377850268bf256279MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3852/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo264_1.pdf.txtarquivo264_1.pdf.txtExtracted texttext/plain622239https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/3852/3/arquivo264_1.pdf.txtdf7463479839789af81dc712af4be19bMD53123456789/38522019-10-25 03:22:27.76oai:repositorio.ufpe.br:123456789/3852Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T06:22:27Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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