Fatores associados à anemia em crianças dos 6 aos 24 meses, Vitória de Santo Antão – Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MELO, Marcela de Albuquerque
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000dhdr
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39158
Resumo: A deficiência de ferro é a principal causa de anemia mundial. No estado de Pernambuco, Brasil, a prevalência de anemia em menores de 2 anos, em 2006, era de 57,7%, sinalizando um grave problema de saúde pública, associado ao comprometimento da saúde a curto, médio e longo prazo. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi investigar a associação da anemia e deficiência de ferro com fatores socioeconômicos, demográficos, biológicos e de saúde e nutrição em crianças dos seis aos 24 meses. Trata-se de estudo transversal, realizado no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, em que foram avaliadas 255 crianças, de ambos os sexos, entre janeiro e junho de 2017. Para o diagnóstico de anemia, deficiência de ferro e inflamação foram realizadas as dosagens de hemoglobina (Hb), ferritina e proteína C-reativa (PCR). As crianças foram consideradas anêmicas quando o nível de Hb <11 g/dL; com deficiência de ferro, ferritina <12 ng/mL; e inflamadas, PCR >0,5 mg/dL. A amostra foi dividida por faixa etária: 6-11 meses e 12-24 meses. No inquérito alimentar foi utilizado o recordatório de 24h por 3 dias e investigada a ingestão do ferro total, heme, não-heme e da vitamina C. Os índices antropométricos avaliados foram peso/idade; comprimento/idade e IMC/idade. Para investigar se houve associação entre deficiência de ferro e anemia com o consumo de ferro total, heme e não heme foi realizada o teste de Mann Whitney. Para averiguar se houve associação entre anemia e deficiência de ferro com as variáveis independentes foi realizada o teste Qui quadrado de Pearson, exato de Fischer ou Qui quadrado para tendência. Na análise multivariada foi aplicada a regressão de Poisson com ajuste robusto da variância, com significância de 5%. A prevalência de anemia na amostra foi de 31,9%, deficiência de ferro 21,8%, anemia ferropriva 8,4% e inflamação 3,6%. A maior prevalência de anemia foi nas crianças de 6-11meses (47,2%), com diferença estatisticamente significante. As crianças entre 12-24 meses tiveram as maiores medianas de ingestão diária de ferro total (3,2mg) e de ferro não-heme (3,0mg); e consumiram alimentos com maior biodisponibilidade de ferro (12,7%). O consumo alimentar da vitamina C assim como o estado nutricional das crianças não foram associados aos desfechos na análise bivariada. Nos modelos hierárquicos finais foram identificados como preditores independentes da anemia: faixa etária da criança (p=0,000), escolaridade materna (p=0,005) e classe econômica (p=0,046). O consumo alimentar de ferro perdeu a sua associação com a anemia na análise multivariada ajustada, assim como as variáveis maternas “ocupação” e “aleitamento”. Os preditores da deficiência de ferro detectados foram: origem da água (p=0,035), escolaridade materna (p=0,020) e ausência de febre na criança (p=0,047). As variáveis “situação conjugal materna” e “nascimento da criança” perderam a sua associação com a deficiência de ferro na análise multivariada ajustada. Nesta população, a anemia configura um problema de saúde pública moderada e sinaliza a necessidade de intervenções específicas. Estes resultados podem permitir o planejamento de futuras ações de prevenção e combate à deficiência de ferro e à anemia nas crianças dos 6 aos 24 meses, direcionadas aos determinantes encontrados.
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Diante disso, o objetivo deste trabalho foi investigar a associação da anemia e deficiência de ferro com fatores socioeconômicos, demográficos, biológicos e de saúde e nutrição em crianças dos seis aos 24 meses. Trata-se de estudo transversal, realizado no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, em que foram avaliadas 255 crianças, de ambos os sexos, entre janeiro e junho de 2017. Para o diagnóstico de anemia, deficiência de ferro e inflamação foram realizadas as dosagens de hemoglobina (Hb), ferritina e proteína C-reativa (PCR). As crianças foram consideradas anêmicas quando o nível de Hb <11 g/dL; com deficiência de ferro, ferritina <12 ng/mL; e inflamadas, PCR >0,5 mg/dL. A amostra foi dividida por faixa etária: 6-11 meses e 12-24 meses. No inquérito alimentar foi utilizado o recordatório de 24h por 3 dias e investigada a ingestão do ferro total, heme, não-heme e da vitamina C. Os índices antropométricos avaliados foram peso/idade; comprimento/idade e IMC/idade. 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O consumo alimentar da vitamina C assim como o estado nutricional das crianças não foram associados aos desfechos na análise bivariada. Nos modelos hierárquicos finais foram identificados como preditores independentes da anemia: faixa etária da criança (p=0,000), escolaridade materna (p=0,005) e classe econômica (p=0,046). O consumo alimentar de ferro perdeu a sua associação com a anemia na análise multivariada ajustada, assim como as variáveis maternas “ocupação” e “aleitamento”. Os preditores da deficiência de ferro detectados foram: origem da água (p=0,035), escolaridade materna (p=0,020) e ausência de febre na criança (p=0,047). As variáveis “situação conjugal materna” e “nascimento da criança” perderam a sua associação com a deficiência de ferro na análise multivariada ajustada. Nesta população, a anemia configura um problema de saúde pública moderada e sinaliza a necessidade de intervenções específicas. Estes resultados podem permitir o planejamento de futuras ações de prevenção e combate à deficiência de ferro e à anemia nas crianças dos 6 aos 24 meses, direcionadas aos determinantes encontrados.CAPESIron deficiency is the main cause of anemia throughout the world. In the state of Pernambuco, Brazil, the prevalence of anemia in children younger than two years of age was 57.7% in 2006, indicating a serious public health problem associated with short-, middle-, and long-term health impairment. Therefore, the aim of the present study was to investigate associations between iron deficiency/anemia and socioeconomic, demographic, biological, health-related, and nutritional factors in children between six and 24 months of age. A cross-sectional study was conducted in the municipality of Vitória de Santo Antão, Pernambuco, involving the assessment of 255 boys and girls between January and June 2017. The diagnosis of anemia, iron deficiency, and inflammation was performed based on levels of hemoglobin (Hb), ferritin, and C-reactive protein (CRP). Children were considered anemic when Hb was <11 g/dL, with iron deficiency when ferritin was <12 ng/mL, and inflamed when CRP was >0.5 mg/dL. The sample was divided by age group: 6-11 months and 12-24 months. A three-day 24-h recall method was used to investigate the intake of total iron, heme iron, non-heme iron, and vitamin C. The anthropometric indices evaluated were weight/age, length//age, and BMI/age. The Mann-Whitney test was used to investigate possible associations between iron deficiency/anemia and total/heme/non-heme iron intake. Pearson’s chi-squared test, Fisher’s exact test, or the chi-squared test for trend was used to determine possible associations between iron deficiency/anemia and the independent variables. Multivariate Poisson regression analysis with robust variance was employed, with the significance level set at 5%. The prevalence of anemia, iron deficiency, iron deficiency anemia, and inflammation in the overall sample was 31.9%, 21.8%, 8.4%, and 3.6%, respectively. Anemia was significantly more prevalent in the children aged 6-11 months (47.2%). Children 12-24 months of age had higher median daily intake of total iron (3.2 mg) and non-heme iron (3.0 mg) and consumed foods with greater iron bioavailability (12.7%). Dietary vitamin C intake and the nutritional status of the children were not associated with the outcomes in the bivariate analysis. In the final hierarchical models, the following were independent predictors of anemia: child’s age group (p = 0.000), mother’s schooling (p = 0.005), and economic class (p = 0.046). Dietary iron intake, mother’s occupation, and breastfeeding lost their associations with anemia in the adjusted multivariate analysis. The predictors of iron deficiency were origin of water (p = 0.035), mother’s schooling (p = 0.020), and absence of fever in the child (p = 0.047). Mother’s marital status and birth of the child lost their associations with iron deficiency in the adjusted multivariate analysis. In this population, anemia is a moderate public health problem, indicating the need for specific interventions. These results can assist in the planning of future actions for preventing and combating iron deficiency and anemia in children between six and 24 months of age directed at the determinants encountered.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em NutricaoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAnemia ferroprivaDeficiência de ferroFerritinaHemoglobinaProteína C-reativaFatores associados à anemia em crianças dos 6 aos 24 meses, Vitória de Santo Antão – Pernambucoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Marcela de Albuquerque Melo.pdfTESE Marcela de Albuquerque Melo.pdfapplication/pdf1844579https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/39158/1/TESE%20Marcela%20de%20Albuquerque%20Melo.pdfe9e4482171eca87f890b9375b9360b24MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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