Influência da elastina na produção de biofilme e da gliotoxina por isolados clínicos e ambientais de Aspergillus fumigatus
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33374 |
Resumo: | Aspergillus fumigatus é o principal agente etiológico da aspergilose pulmonar, cuja forma invasiva apresenta taxa de mortalidade de até 90% dos casos. A influência de fatores do ambiente pulmonar do hospedeiro, como a elastina, na virulência deste fungo não tem sido estudados até o momento. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar fatores de virulência de isolados clínicos e ambientais de A. fumigatus, determinando a influência da elastina no desenvolvimento do biofilme e na produção de gliotoxina (GT), bem como determinar o grau de invasibilidade do tecido pulmonar em modelo experimental de aspergilose pulmonar. Foram utilizados 20 isolados de A. fumigatus, originados de amostras ambientais e de espécimes clínicos, mantidos na Coleção de Culturas Micoteca URM da Universidade Federal de Pernambuco. A capacidade de produção de biofilme foi observada utilizando-se meio RPMI 1640, a 37 °C por 24, 48 e 72 horas. Morfologia, quantidade de matriz extracelular (MEC), hidrofobicidade do biofilme e quantidade de GT produzida, foram estudadas por microscopia eletrônica de varredura, marcação com Alexa Fluor® 488 (CAAF), ensaio com microesferas de látex modificadas e por cromatografia líquida de alta eficiência, respectivamente. O modelo experimental foi realizado com camundongos (Mus muscullus), em grupos de animais imunossuprimidos e não imunossuprimidos. Independentemente da origem ou tempo de preservação, todos os isolados foram capazes de formar biofilme, destacando-se, em todos os períodos de tempo avaliados, os isolados URM 5698, URM 5943, URM 5992, de origem ambiental, e URM 6562 e URM 6573, obtidos de amostras clínicas, não apresentando diferença entre si (p=0,1447). O isolado URM 3812 apresentou menor capacidade de formação de biofilme. A quantidade de biofilme produzido aumentou proporcionalmente ao tempo decorrido (p≤0,0001), sendo 48 horas o período mais satisfatório para as análises. Morfologicamente, o biofilme se apresentou como uma estrutura complexa, envolvida por uma MEC, além de ter sido possível a observação de anastomose entre hifas. A concentração de 10 mg/mL de elastina foi capaz de influenciar positivamente a produção de biofilme dos isolados (p<0,0001) em todos os períodos de tempo estudados, atingindo peso seco de 18,8 mg em 72 horas. Assim como, promoveu aumento da quantidade de MEC produzida (p=0,0042) e diminuição de sua hidrofobicidade (p=0,005). A elastina foi capaz de provocar aumento na produção de GT (p<0,0001) durante o desenvolvimento do biofilme. Os isolados URM 6573 e URM 3812 foram igualmente capazes de causar aspergilose pulmonar comprovada nos camundongos imunossuprimidos, e de induzir resposta inflamatória maciça, que pôde ser visualizada nos cortes de tecido pulmonar. Contudo, nos animais infectados pelo isolado URM 3812, produtor de GT, foram observadas regiões de opacidade pulmonar, além de áreas de necrose com destruição tecidual, diferentemente daqueles infectados pelo isolado URM 6573, não produtor de GT. Assim, é possível concluir que fatores do hospedeiro, como a elastina, possuem influência na progressão da aspergilose pulmonar, carecendo de mais estudos afim de detalhar melhor o papel desta proteína na patogênese da doença, fornecendo base ao conhecimento para o desenvolvimento de mecanismos capazes de inibir o estabelecimento ou progressão desta doença. |
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BRANDÃO, Ildnay de Souza Limahttp://lattes.cnpq.br/4285889727778815http://lattes.cnpq.br/2531397248047256OLIVEIRA, Neiva Tinti deMAGALHÃES, Oliane Maria CorreiaACIOLI, Bartolomeu2019-09-20T16:37:23Z2019-09-20T16:37:23Z2017-03-03https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33374ark:/64986/0013000004465Aspergillus fumigatus é o principal agente etiológico da aspergilose pulmonar, cuja forma invasiva apresenta taxa de mortalidade de até 90% dos casos. A influência de fatores do ambiente pulmonar do hospedeiro, como a elastina, na virulência deste fungo não tem sido estudados até o momento. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar fatores de virulência de isolados clínicos e ambientais de A. fumigatus, determinando a influência da elastina no desenvolvimento do biofilme e na produção de gliotoxina (GT), bem como determinar o grau de invasibilidade do tecido pulmonar em modelo experimental de aspergilose pulmonar. Foram utilizados 20 isolados de A. fumigatus, originados de amostras ambientais e de espécimes clínicos, mantidos na Coleção de Culturas Micoteca URM da Universidade Federal de Pernambuco. A capacidade de produção de biofilme foi observada utilizando-se meio RPMI 1640, a 37 °C por 24, 48 e 72 horas. Morfologia, quantidade de matriz extracelular (MEC), hidrofobicidade do biofilme e quantidade de GT produzida, foram estudadas por microscopia eletrônica de varredura, marcação com Alexa Fluor® 488 (CAAF), ensaio com microesferas de látex modificadas e por cromatografia líquida de alta eficiência, respectivamente. O modelo experimental foi realizado com camundongos (Mus muscullus), em grupos de animais imunossuprimidos e não imunossuprimidos. Independentemente da origem ou tempo de preservação, todos os isolados foram capazes de formar biofilme, destacando-se, em todos os períodos de tempo avaliados, os isolados URM 5698, URM 5943, URM 5992, de origem ambiental, e URM 6562 e URM 6573, obtidos de amostras clínicas, não apresentando diferença entre si (p=0,1447). O isolado URM 3812 apresentou menor capacidade de formação de biofilme. A quantidade de biofilme produzido aumentou proporcionalmente ao tempo decorrido (p≤0,0001), sendo 48 horas o período mais satisfatório para as análises. Morfologicamente, o biofilme se apresentou como uma estrutura complexa, envolvida por uma MEC, além de ter sido possível a observação de anastomose entre hifas. A concentração de 10 mg/mL de elastina foi capaz de influenciar positivamente a produção de biofilme dos isolados (p<0,0001) em todos os períodos de tempo estudados, atingindo peso seco de 18,8 mg em 72 horas. Assim como, promoveu aumento da quantidade de MEC produzida (p=0,0042) e diminuição de sua hidrofobicidade (p=0,005). A elastina foi capaz de provocar aumento na produção de GT (p<0,0001) durante o desenvolvimento do biofilme. Os isolados URM 6573 e URM 3812 foram igualmente capazes de causar aspergilose pulmonar comprovada nos camundongos imunossuprimidos, e de induzir resposta inflamatória maciça, que pôde ser visualizada nos cortes de tecido pulmonar. Contudo, nos animais infectados pelo isolado URM 3812, produtor de GT, foram observadas regiões de opacidade pulmonar, além de áreas de necrose com destruição tecidual, diferentemente daqueles infectados pelo isolado URM 6573, não produtor de GT. Assim, é possível concluir que fatores do hospedeiro, como a elastina, possuem influência na progressão da aspergilose pulmonar, carecendo de mais estudos afim de detalhar melhor o papel desta proteína na patogênese da doença, fornecendo base ao conhecimento para o desenvolvimento de mecanismos capazes de inibir o estabelecimento ou progressão desta doença.CNPqAspergillus fumigatus is the main causative agent of pulmonary aspergillosis, whose invasive form presents a mortality rate of up to 90% of the cases. The influence of factors of the host lung environment, such as elastin, on the virulence of this fungus has not been studied to date. The objective of this work was to evaluate the virulence factors of A. fumigatus clinical and environmental strains, determining the influence of elastin on biofilm development and on the gliotoxin production (GT), as well as to determine the degree of pulmonary tissue invasion in an experimental model of pulmonary aspergillosis. Twenty isolates of A. fumigatus, originating from environmental samples and clinical specimens, from the Culture Collection University Recife Micology URM of the Federal University of Pernambuco, were used. The biofilm production capacity was observed using RPMI 1640 medium at 37 °C for 24, 48 and 72 hours. Morphology, amount of extracellular matrix (ECM), biofilm hydrophobicity and amount of GT produced, were studied by scanning electron microscopy, Alexa FluorR 488 (CAAF) labeling, modified latex microspheres and high performance liquid chromatography, respectively. The experimental model was performed with mice (Mus muscullus), in groups of immunosuppressed and non immunosuppressed animals. Independently of the origin or time of preservation, all the isolates were able to form biofilm, with emphasis for environmental strains URM 5698, URM 5943, URM 5992, and clinical strains URM 6562 and URM 6573, there is no difference between them (p=0.1447). The URM 3812 isolate had a lower capacity for biofilm formation. The amount of biofilm produced increased proportionally to the elapsed time (p≤0.0001), with 48 hours being the most satisfactory period for analysis. Morphologically, the biofilm presented as a complex structure, involved by an ECM, and it was possible to observe anastomosis between hyphae. The concentration of 10 mg/mL of elastin was able to positively influence the biofilm production of the isolates (p<0.0001) in all the periods studied, reaching a dry weight of 18.8 mg in 72 hours. As well as, it promoted an increase in the amount of ECM produced (p=0.0042) and a decrease in its hydrophobicity (p=0.005). Elastin was able to cause increased GT production (p<0.0001) during biofilm development. URM 6573 and URM 3812 isolates were also able to cause pulmonary aspergillosis in immunocompromised mice and to induce a massive inflammatory response that could be seen in the pulmonary tissue sections. However, in the animals infected with the URM 3812, a producer of GT, regions of pulmonary opacity were observed, as well as areas of necrosis with tissue destruction, unlike those infected by URM 6573, which was not a GT producer. Thus, it is possible to conclude that host factors, such as elastin, influence the progression of pulmonary aspergillosis, requiring more studies to better detail the role of this protein in he pathogenesis of the disease, providing a basis for the development of mechanisms capable of inhibit the establishment or progression of this disease.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia de FungosUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAspergillus fumigatusAspergilose pulmonarBiofilmeInfluência da elastina na produção de biofilme e da gliotoxina por isolados clínicos e ambientais de Aspergillus fumigatusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Ildnay de Souza Lima Brandão.pdf.jpgTESE Ildnay de Souza Lima Brandão.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1151https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33374/5/TESE%20Ildnay%20de%20Souza%20Lima%20Brand%c3%a3o.pdf.jpg61ed2f24c918e6dfec187c94be68b178MD55ORIGINALTESE Ildnay de Souza Lima Brandão.pdfTESE Ildnay de Souza Lima Brandão.pdfapplication/pdf4896148https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33374/1/TESE%20Ildnay%20de%20Souza%20Lima%20Brand%c3%a3o.pdf93d499ab79a5d702ee56570618eb3fbaMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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