Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
dARK ID: | ark:/64986/001300000r12v |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7768 |
Resumo: | O eixo principal de nossa investigação histórica é a análise social das relações entre a Modernidade e a Igreja católica no Brasil, mais especificamente no Estado do Maranhão, entre os anos de 1889 e 1922. A Historiografia Brasileira destaca, sobretudo, os antagonismos nas relações entre a modernidade e o catolicismo romanizado. Acreditamos, porém, que existiram confluências substanciais e que estas somente podem ser compreendidas a partir de estudos regionais que lhes revelem as especificidades. A partir da análise de fontes primárias inéditas, sistematizadas no Arquivo da Arquidiocese e no Arquivo Público do Estado do Maranhão, cremos ter existido muito mais convergências que antagonismos, e que as mesmas foram responsáveis pela manutenção dos privilégios da Igreja Católica no Brasil durante a República Velha. Do ponto de vista metodológico, foi-nos essencial o conceito de circularidade histórica, discutido por Carlo Ginzburg e Mikhail Bakhtin, pois acreditamos ter compreendido de que forma as diretrizes emanadas por Roma foram filtradas e reelaboradas às características da modernidade brasileira. O ideal civilizador comum à Igreja, ao Estado e às elites laicas discriminava as manifestações da religião, das religiosidades e das culturas das populações pobres, identificando-as com o obscurantismo, a ignorância e a degeneração dos costumes e das raças. Neste contexto, analisamos as tentativas de disciplinamento social das camadas populares, impostas pelas elites clericais e laicas à grande maioria da população brasileira. Concluímos que o Estado, a elite da sociedade civil e a Igreja católica romanizada atuaram conjuntamente neste processo, e que, da parte da Igreja, tal colaboração foi deliberada. Aproximando-se da modernidade vivenciada pela sociedade laica, ela manteve o seu status social privilegiado |
id |
UFPE_30ab8eb2f98513b86b3fcf9579de9192 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7768 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
Sousa Ribeiro, EmanuelaMaria Brandão de Aguiar, Sylvana 2014-06-12T18:35:35Z2014-06-12T18:35:35Z2003Sousa Ribeiro, Emanuela; Maria Brandão de Aguiar, Sylvana. Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7768ark:/64986/001300000r12vO eixo principal de nossa investigação histórica é a análise social das relações entre a Modernidade e a Igreja católica no Brasil, mais especificamente no Estado do Maranhão, entre os anos de 1889 e 1922. A Historiografia Brasileira destaca, sobretudo, os antagonismos nas relações entre a modernidade e o catolicismo romanizado. Acreditamos, porém, que existiram confluências substanciais e que estas somente podem ser compreendidas a partir de estudos regionais que lhes revelem as especificidades. A partir da análise de fontes primárias inéditas, sistematizadas no Arquivo da Arquidiocese e no Arquivo Público do Estado do Maranhão, cremos ter existido muito mais convergências que antagonismos, e que as mesmas foram responsáveis pela manutenção dos privilégios da Igreja Católica no Brasil durante a República Velha. Do ponto de vista metodológico, foi-nos essencial o conceito de circularidade histórica, discutido por Carlo Ginzburg e Mikhail Bakhtin, pois acreditamos ter compreendido de que forma as diretrizes emanadas por Roma foram filtradas e reelaboradas às características da modernidade brasileira. O ideal civilizador comum à Igreja, ao Estado e às elites laicas discriminava as manifestações da religião, das religiosidades e das culturas das populações pobres, identificando-as com o obscurantismo, a ignorância e a degeneração dos costumes e das raças. Neste contexto, analisamos as tentativas de disciplinamento social das camadas populares, impostas pelas elites clericais e laicas à grande maioria da população brasileira. Concluímos que o Estado, a elite da sociedade civil e a Igreja católica romanizada atuaram conjuntamente neste processo, e que, da parte da Igreja, tal colaboração foi deliberada. Aproximando-se da modernidade vivenciada pela sociedade laica, ela manteve o seu status social privilegiadoConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCatolicismoRomanizaçãoModernidadeIgreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo7675_1.pdf.jpgarquivo7675_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1330https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/4/arquivo7675_1.pdf.jpg51f8f88511b8cfc7214bdc9d91da89bbMD54ORIGINALarquivo7675_1.pdfapplication/pdf2631308https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/1/arquivo7675_1.pdfba0f611497bca3ba79e8d6ecfb81064cMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo7675_1.pdf.txtarquivo7675_1.pdf.txtExtracted texttext/plain392218https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/3/arquivo7675_1.pdf.txt8fb96b086950eabdbef09dd43cc95a48MD53123456789/77682019-10-25 12:14:03.466oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7768Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T15:14:03Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
title |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
spellingShingle |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 Sousa Ribeiro, Emanuela Catolicismo Romanização Modernidade |
title_short |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
title_full |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
title_fullStr |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
title_full_unstemmed |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
title_sort |
Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922 |
author |
Sousa Ribeiro, Emanuela |
author_facet |
Sousa Ribeiro, Emanuela |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Sousa Ribeiro, Emanuela |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Maria Brandão de Aguiar, Sylvana |
contributor_str_mv |
Maria Brandão de Aguiar, Sylvana |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Catolicismo Romanização Modernidade |
topic |
Catolicismo Romanização Modernidade |
description |
O eixo principal de nossa investigação histórica é a análise social das relações entre a Modernidade e a Igreja católica no Brasil, mais especificamente no Estado do Maranhão, entre os anos de 1889 e 1922. A Historiografia Brasileira destaca, sobretudo, os antagonismos nas relações entre a modernidade e o catolicismo romanizado. Acreditamos, porém, que existiram confluências substanciais e que estas somente podem ser compreendidas a partir de estudos regionais que lhes revelem as especificidades. A partir da análise de fontes primárias inéditas, sistematizadas no Arquivo da Arquidiocese e no Arquivo Público do Estado do Maranhão, cremos ter existido muito mais convergências que antagonismos, e que as mesmas foram responsáveis pela manutenção dos privilégios da Igreja Católica no Brasil durante a República Velha. Do ponto de vista metodológico, foi-nos essencial o conceito de circularidade histórica, discutido por Carlo Ginzburg e Mikhail Bakhtin, pois acreditamos ter compreendido de que forma as diretrizes emanadas por Roma foram filtradas e reelaboradas às características da modernidade brasileira. O ideal civilizador comum à Igreja, ao Estado e às elites laicas discriminava as manifestações da religião, das religiosidades e das culturas das populações pobres, identificando-as com o obscurantismo, a ignorância e a degeneração dos costumes e das raças. Neste contexto, analisamos as tentativas de disciplinamento social das camadas populares, impostas pelas elites clericais e laicas à grande maioria da população brasileira. Concluímos que o Estado, a elite da sociedade civil e a Igreja católica romanizada atuaram conjuntamente neste processo, e que, da parte da Igreja, tal colaboração foi deliberada. Aproximando-se da modernidade vivenciada pela sociedade laica, ela manteve o seu status social privilegiado |
publishDate |
2003 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2003 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2014-06-12T18:35:35Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2014-06-12T18:35:35Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
Sousa Ribeiro, Emanuela; Maria Brandão de Aguiar, Sylvana. Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7768 |
dc.identifier.dark.fl_str_mv |
ark:/64986/001300000r12v |
identifier_str_mv |
Sousa Ribeiro, Emanuela; Maria Brandão de Aguiar, Sylvana. Igreja Católica e Modernidade no Maranhão, 1889 1922. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003. ark:/64986/001300000r12v |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7768 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/4/arquivo7675_1.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/1/arquivo7675_1.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/2/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7768/3/arquivo7675_1.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
51f8f88511b8cfc7214bdc9d91da89bb ba0f611497bca3ba79e8d6ecfb81064c 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 8fb96b086950eabdbef09dd43cc95a48 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1815172891263631360 |