Marcadores bioarqueológicos de traumas e lesões ósseas nos indivíduos do Sítio Pilar Recife-PE : homens de guerra?

• Autor(a) principal: SILVA, Fernanda Correia de Andrade
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• dARK ID: ark:/64986/00130000076j6
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51754
• topic: Arqueologia; Bioarqueologia; Sítios arqueológicos; Antropologia forense

Esta pesquisa tem como objetivo principal as lesões traumáticas encontradas em esqueletos do sítio do Pilar. Descoberto durante o Projeto de Requalificação Urbanística do Pilar, no Bairro do Recife, em 2012, foi datado do início do séc. XVII. No sítio foram recuperados materiais arqueológicos diversos, inclusive esqueletos humanos, alguns com lesões. A partir desses achados ósseos, o estudo levanta o seguinte questionamento: através dos traumas observados é possível identificar se estes indivíduos participaram de conflitos? O objetivo geral desse trabalho é o estudo arqueológico, para o conhecimento do contexto do modo de vida dessas pessoas do passado. O objetivo específico é entender o que aconteceu com esses indivíduos através do estudo das suas lesões ósseas. A ocorrência das lesões traumáticas justifica a necessidade de identificação de suas cronologias, tipos e das categorias de instrumentos lesivos a elas associados, para a sua compreensão e interpretação. Entre 28 esqueletos presentes na Retec-Org LABIFOR, no departamento de arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE de um total de cerca de 68 evidenciados in situ entre os anos de 2012 a 2014, pela equipe da Universidade Federal de Pernambuco em parceria com a Fundação Seridó -PI, atualmente o sítio está sendo acompanhado pela equipe da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRP e o número de sepultamentos sofreu aumento. Para análise traumatológica 5 crânios foram selecionados, pertencentes aos sepultamentos 3,17,44,48 e 58, estes apresentaram lesões observáveis. A metodologia considerou métodos e técnicas da traumatologia forense aplicados à arqueologia, onde as lesões foram analisadas de acordo com o tipo, número, localização, dimensões, se causadas em vida, durante ou após a morte e instrumentos associados; com mapeamento das lesões, comparação e interpretação dos possíveis tipos de instrumentos causadores das lesões. As características dos traumas indicam presença de momentos de violência interpessoal e associadas a possíveis eventos de guerra e as deposições funerárias no contexto da escavação, de indivíduos masculinos, indicam inumações duplas ou individuais ordenadas, similares as de outros cemitérios militares do período século XVII e XVIII.