Histórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MELO, Patricia Bandeira de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9519
Resumo: O objetivo de nossa pesquisa é estudar o discurso jornalístico acerca do crime violento como o instituto do mal que pode produzir o trauma cultural do medo compartilhado. A intenção não é abordar o crime violento como coisa-em-si, mas a representação que a imprensa faz dele em suas narrativas e as buscas por soluções que promovam a sua superação. São os sentidos circulantes, as cadeias de significação construídas na imprensa sobre as categorias crime violento, vítimas, perpetradores do mal e medo coletivo que iremos analisar nas narrativas jornalísticas. Para isso, recorremos à análise do discurso em textos selecionados no site do Jornal do Commercio e nos blogs dos jornalistas Ricardo Noblat e Jorge Antônio Barros, hospedados no site do jornal O Globo. O corpus em O Globo foi definido entre 8 de fevereiro de 2007 a 8 de fevereiro de 2008. A data inicial foi o dia em que foi publicada a primeira notícia sobre o crime contra o menino João Hélio, no Rio de Janeiro, até um ano após o fato. No JC, o corpus inclui o mesmo período, com episódios de ação humana violenta que tenham resultado em morte. O estudo teve como esteio teórico a sociologia cultural e a teoria do agenda-setting. A sociologia cultural nos oferece conceitos sobre cultura e o seu papel na definição das ações e formas de ver o mundo pelos indivíduos. Já a teoria do agendamento permite identificar os assuntos que ingressam na pauta da imprensa, definindo que problemas sociais devem ser alçados à condição de problema público. Dentro da perspectiva teórica da sociologia cultural, concluímos que o discurso jornalístico tem sido fundamental para construir e sustentar o trauma cultural do medo nos indivíduos, que passam a compartilhar os dramas das vítimas e de seus familiares de forma mediada pelos meios de comunicação
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Para isso, recorremos à análise do discurso em textos selecionados no site do Jornal do Commercio e nos blogs dos jornalistas Ricardo Noblat e Jorge Antônio Barros, hospedados no site do jornal O Globo. O corpus em O Globo foi definido entre 8 de fevereiro de 2007 a 8 de fevereiro de 2008. A data inicial foi o dia em que foi publicada a primeira notícia sobre o crime contra o menino João Hélio, no Rio de Janeiro, até um ano após o fato. No JC, o corpus inclui o mesmo período, com episódios de ação humana violenta que tenham resultado em morte. O estudo teve como esteio teórico a sociologia cultural e a teoria do agenda-setting. A sociologia cultural nos oferece conceitos sobre cultura e o seu papel na definição das ações e formas de ver o mundo pelos indivíduos. Já a teoria do agendamento permite identificar os assuntos que ingressam na pauta da imprensa, definindo que problemas sociais devem ser alçados à condição de problema público. Dentro da perspectiva teórica da sociologia cultural, concluímos que o discurso jornalístico tem sido fundamental para construir e sustentar o trauma cultural do medo nos indivíduos, que passam a compartilhar os dramas das vítimas e de seus familiares de forma mediada pelos meios de comunicaçãoFundação Joaquim NabucoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCrime violentoDiscurso jornalísticoCulturaTrauma culturalEfeito de sentidoHistórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo439_1.pdf.jpgarquivo439_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1250https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9519/4/arquivo439_1.pdf.jpg543419242dd01173a45b3f5915be5babMD54ORIGINALarquivo439_1.pdfapplication/pdf4655438https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9519/1/arquivo439_1.pdfc61c30ace70d4c38d01aeadb6714814bMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9519/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo439_1.pdf.txtarquivo439_1.pdf.txtExtracted texttext/plain932631https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/9519/3/arquivo439_1.pdf.txt4307e29a766c0b2fff4b23cbeae69a7fMD53123456789/95192019-10-25 15:22:07.815oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9519Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T18:22:07Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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