Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SPECHT, Maria Joana da Silva
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33436
Resumo: Esta tese teve como objetivo investigar os determinantes de uso das espécies vegetais por populações rurais e as implicações ecológicas deste uso para a manutenção da biodiversidade de florestas secas utilizando a Caatinga como modelo de sistema socioecológico. Inicialmente apresentamos uma introdução ao tema discutindo sobre a importância biológica, socioeconômica e status de conservação das florestas secas e porquê estudá-las. Também levantamos informações sobre os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas e das áreas protegidas sobre populações locais e sobre como a Caatinga representa um bom modelo para estudos socioecológicos e etnoecológicos em florestas secas. Utilizamos para a elaboração dos dois capítulos desta tese dados provenientes de 81 entrevistas semiestruturadas realizadas entre janeiro e julho de 2016 com moradores do Parque Nacional Catimbau e entorno para avaliar variáveis socioeconômicas, de gerenciamento de recursos e de uso do solo. No primeiro capítulo, nossos resultados mostram que as pessoas que vivem dentro do parque estavam enfrentando piores condições socioeconômicas, incluindo disponibilidade de água mais limitada, pior infraestrutura das casas, menor renda familiar e alta dependência de lenha, quando comparadas com famílias que viviam fora ou em condição de moradia dupla (dentro e fora dos limites do parque). As famílias que vivem dentro do parque estão estagnadas em um ciclo de dependência do apoio financeiro externo por programas de renda mínima e exploração de recursos naturais, com manejo ineficiente de terras e com cera de 76% vivendo abaixo da linha de pobreza com poucas oportunidades de mudança de cenário. No segundo capítulo, descobrimos que as famílias de baixa renda usavam mais espécies nativas coletadas de áreas naturais que famílias de renda mais alta. Famílias com mais disponibilidade de adultos para trabalho agrícola e famílias mais educadas usavam mais espécies de áreas florestais, indicando maior potencial para explorar a floresta. Além disso, encontramos um sinal filogenético nas categorias de alimentos e lenha, mostrando que as pessoas tendem a usar espécies estreitamente relacionadas nessas categorias. Nossos resultados mostram que a pobreza é um importante fator socioeconômico que impulsiona a intensificação do uso de espécies nativas. Essas atividades podem levar à perda da história evolutiva da comunidade vegetal por sobre-exploração, porque o padrão de seleção de plantas úteis pelas comunidades tradicionais de alimentos e lenha não é distribuído aleatoriamente sobre a filogenia. Os resultados desta tese demonstram que as relações entre uso de plantas por seres humanos e a conservação da biodiversidade na Caatinga não podem ser negligenciadas especialmente quando as populações humanas estão em situação de pobreza e irregularidade fundiária dentro de Unidades de Conservação. Estas situações conferem efeitos negativos importantes à flora local atual e pode gerar implicações na história evolutiva de clados. Dessa forma, estratégias de manejo que conciliem o uso dessas florestas e a manutenção da biodiversidade da Caatinga e dos modos de vida tradicionais são urgentes.
id UFPE_37a853b990cd52d3f6b4d577a7573440
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/33436
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling SPECHT, Maria Joana da Silvahttp://lattes.cnpq.br/1016268028012858http://lattes.cnpq.br/7867042386088490SANTOS, Bráulio AlmeidaBALDAUF, Cristina2019-09-20T20:07:32Z2019-09-20T20:07:32Z2018-03-28https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33436Esta tese teve como objetivo investigar os determinantes de uso das espécies vegetais por populações rurais e as implicações ecológicas deste uso para a manutenção da biodiversidade de florestas secas utilizando a Caatinga como modelo de sistema socioecológico. Inicialmente apresentamos uma introdução ao tema discutindo sobre a importância biológica, socioeconômica e status de conservação das florestas secas e porquê estudá-las. Também levantamos informações sobre os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas e das áreas protegidas sobre populações locais e sobre como a Caatinga representa um bom modelo para estudos socioecológicos e etnoecológicos em florestas secas. Utilizamos para a elaboração dos dois capítulos desta tese dados provenientes de 81 entrevistas semiestruturadas realizadas entre janeiro e julho de 2016 com moradores do Parque Nacional Catimbau e entorno para avaliar variáveis socioeconômicas, de gerenciamento de recursos e de uso do solo. No primeiro capítulo, nossos resultados mostram que as pessoas que vivem dentro do parque estavam enfrentando piores condições socioeconômicas, incluindo disponibilidade de água mais limitada, pior infraestrutura das casas, menor renda familiar e alta dependência de lenha, quando comparadas com famílias que viviam fora ou em condição de moradia dupla (dentro e fora dos limites do parque). As famílias que vivem dentro do parque estão estagnadas em um ciclo de dependência do apoio financeiro externo por programas de renda mínima e exploração de recursos naturais, com manejo ineficiente de terras e com cera de 76% vivendo abaixo da linha de pobreza com poucas oportunidades de mudança de cenário. No segundo capítulo, descobrimos que as famílias de baixa renda usavam mais espécies nativas coletadas de áreas naturais que famílias de renda mais alta. Famílias com mais disponibilidade de adultos para trabalho agrícola e famílias mais educadas usavam mais espécies de áreas florestais, indicando maior potencial para explorar a floresta. Além disso, encontramos um sinal filogenético nas categorias de alimentos e lenha, mostrando que as pessoas tendem a usar espécies estreitamente relacionadas nessas categorias. Nossos resultados mostram que a pobreza é um importante fator socioeconômico que impulsiona a intensificação do uso de espécies nativas. Essas atividades podem levar à perda da história evolutiva da comunidade vegetal por sobre-exploração, porque o padrão de seleção de plantas úteis pelas comunidades tradicionais de alimentos e lenha não é distribuído aleatoriamente sobre a filogenia. Os resultados desta tese demonstram que as relações entre uso de plantas por seres humanos e a conservação da biodiversidade na Caatinga não podem ser negligenciadas especialmente quando as populações humanas estão em situação de pobreza e irregularidade fundiária dentro de Unidades de Conservação. Estas situações conferem efeitos negativos importantes à flora local atual e pode gerar implicações na história evolutiva de clados. Dessa forma, estratégias de manejo que conciliem o uso dessas florestas e a manutenção da biodiversidade da Caatinga e dos modos de vida tradicionais são urgentes.CAPESThis thesis aimed to investigate the determinants of plants species use by rural populations and the ecological implications for biodiversity maintenance of dry forests using the Caatinga as a socioecological system model. First, we present an introduction discussing about the biological and socioeconomic importance and conservation status of dry forests and why they are studied. We also reported on the socioeconomic impacts of climate change and protected areas on local populations and how the Caatinga is a good model for socioecological and ethnoecological studies in dry forests. We used, for the two chapters, data from 81 semi-structured interviews conducted between January and July 2016 with residents of the Catimbau National Park and surrounding areas to evaluate socioeconomic variables, resource management and land use. On the first chapter, our results shows that people living within the park were facing lower socioeconomic conditions, including more limited water availability, lower house infrastructure, lower family income and high dependence on firewood compared to families living outside the Park or in double dwelling conditions (inside and outside of the Park boundaries). Families living within the park are stagnating in a cycle of dependence on external financial support, programs of minimum income and exploitation of natural resources. 76% were living below the poverty line with few opportunities for change. On the second chapter, we found that low-income families used more native species from forest areas than higher income families. Families with more availability of adults for farm labor and families with more educated households used more species from forest areas, indicating more potential to explore the forest. Additionally, we found a phylogenetic signal in the food and firewood categories, showing that people tend to use closely related species in these categories. Our results show that poverty is an important socioeconomic factor that drives the intensification of native species use. These activities may lead to the loss of the evolutionary history of the plant community by overexploitation, because the selection pattern of useful plants by traditional communities for food and firewood is not randomly distributed over the phylogeny. The results of this thesis show that the relationships between plant use by humans and biodiversity conservation in Caatinga can not be neglected, especially when human populations are living illegally on land within Protected Areas. These situations can confer significant negative effects on the current local flora and may have implications for the evolutionary history of clades. Thus, management strategies that reconcile the use of these forests and the maintenance of the Caatinga biodiversity and traditional livelihoods are urgent.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia VegetalUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCaatingaConservaçãoPopulações tradicionaisRelações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucanoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Maria Joana da Silva Specht.pdf.jpgTESE Maria Joana da Silva Specht.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1209https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/5/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdf.jpg178787354ac17d6ff031e5027103378eMD55ORIGINALTESE Maria Joana da Silva Specht.pdfTESE Maria Joana da Silva Specht.pdfapplication/pdf4649169https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/1/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdfdc2f434bfbd50f5a550b76dffb5b909aMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTTESE Maria Joana da Silva Specht.pdf.txtTESE Maria Joana da Silva Specht.pdf.txtExtracted texttext/plain133337https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/4/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdf.txt7d57fac9aa42dfa0160866782784bb19MD54123456789/334362019-10-25 10:59:04.611oai:repositorio.ufpe.br:123456789/33436TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T13:59:04Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
title Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
spellingShingle Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
SPECHT, Maria Joana da Silva
Caatinga
Conservação
Populações tradicionais
title_short Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
title_full Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
title_fullStr Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
title_full_unstemmed Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
title_sort Relações socioeconômicas e consequências ecológicas da utilização de plantas por populações tradicionais no sertão pernambucano
author SPECHT, Maria Joana da Silva
author_facet SPECHT, Maria Joana da Silva
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1016268028012858
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7867042386088490
dc.contributor.author.fl_str_mv SPECHT, Maria Joana da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv SANTOS, Bráulio Almeida
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv BALDAUF, Cristina
contributor_str_mv SANTOS, Bráulio Almeida
BALDAUF, Cristina
dc.subject.por.fl_str_mv Caatinga
Conservação
Populações tradicionais
topic Caatinga
Conservação
Populações tradicionais
description Esta tese teve como objetivo investigar os determinantes de uso das espécies vegetais por populações rurais e as implicações ecológicas deste uso para a manutenção da biodiversidade de florestas secas utilizando a Caatinga como modelo de sistema socioecológico. Inicialmente apresentamos uma introdução ao tema discutindo sobre a importância biológica, socioeconômica e status de conservação das florestas secas e porquê estudá-las. Também levantamos informações sobre os impactos socioeconômicos das mudanças climáticas e das áreas protegidas sobre populações locais e sobre como a Caatinga representa um bom modelo para estudos socioecológicos e etnoecológicos em florestas secas. Utilizamos para a elaboração dos dois capítulos desta tese dados provenientes de 81 entrevistas semiestruturadas realizadas entre janeiro e julho de 2016 com moradores do Parque Nacional Catimbau e entorno para avaliar variáveis socioeconômicas, de gerenciamento de recursos e de uso do solo. No primeiro capítulo, nossos resultados mostram que as pessoas que vivem dentro do parque estavam enfrentando piores condições socioeconômicas, incluindo disponibilidade de água mais limitada, pior infraestrutura das casas, menor renda familiar e alta dependência de lenha, quando comparadas com famílias que viviam fora ou em condição de moradia dupla (dentro e fora dos limites do parque). As famílias que vivem dentro do parque estão estagnadas em um ciclo de dependência do apoio financeiro externo por programas de renda mínima e exploração de recursos naturais, com manejo ineficiente de terras e com cera de 76% vivendo abaixo da linha de pobreza com poucas oportunidades de mudança de cenário. No segundo capítulo, descobrimos que as famílias de baixa renda usavam mais espécies nativas coletadas de áreas naturais que famílias de renda mais alta. Famílias com mais disponibilidade de adultos para trabalho agrícola e famílias mais educadas usavam mais espécies de áreas florestais, indicando maior potencial para explorar a floresta. Além disso, encontramos um sinal filogenético nas categorias de alimentos e lenha, mostrando que as pessoas tendem a usar espécies estreitamente relacionadas nessas categorias. Nossos resultados mostram que a pobreza é um importante fator socioeconômico que impulsiona a intensificação do uso de espécies nativas. Essas atividades podem levar à perda da história evolutiva da comunidade vegetal por sobre-exploração, porque o padrão de seleção de plantas úteis pelas comunidades tradicionais de alimentos e lenha não é distribuído aleatoriamente sobre a filogenia. Os resultados desta tese demonstram que as relações entre uso de plantas por seres humanos e a conservação da biodiversidade na Caatinga não podem ser negligenciadas especialmente quando as populações humanas estão em situação de pobreza e irregularidade fundiária dentro de Unidades de Conservação. Estas situações conferem efeitos negativos importantes à flora local atual e pode gerar implicações na história evolutiva de clados. Dessa forma, estratégias de manejo que conciliem o uso dessas florestas e a manutenção da biodiversidade da Caatinga e dos modos de vida tradicionais são urgentes.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-03-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-09-20T20:07:32Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-09-20T20:07:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33436
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33436
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/5/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/1/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33436/4/TESE%20Maria%20Joana%20da%20Silva%20Specht.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 178787354ac17d6ff031e5027103378e
dc2f434bfbd50f5a550b76dffb5b909a
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
bd573a5ca8288eb7272482765f819534
7d57fac9aa42dfa0160866782784bb19
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310823834550272