”Eu trabalho com a tradição” : Um estudo decolonial e feminista sobre as narrativas das rezadeiras do município de Arcoverde – PE

• Autor(a) principal: GOMES, Giliane Cordeiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48729
• topic: Psicologia; Curandeiras; Feminismo; Rezadeiras

Asrezadeiras tratam-se de mulher que carrega um saber pouco difundido nos dias atuais. São saberes e práticas ancestrais protagonizados por um gênero definido, racializado, com classe social demarcada, e que nesta tese teve como Lócus de enunciação desde o Sul do Mundo ao interior pernambucano, especificamente, no município de Arcoverde - PE. A tese teve como objetivo investigar como se constituem as práticas de cura de mulheres rezadeiras do sertão pernambucano na composição de suas experiências como mulheres guardiãs de um saber tradicional direcionado ao cuidado à saúde. Articula a discussão de epistemologias que partem da crítica da monocultura da ciência e que propõem um debate capaz de dialogar com a diversidade de saberes do mundo, sendo elas, a Epistemologia Fronteiriça, as Epistemologias do Sul e os feminismos decolonial e negro. Tem com base teórico-metodológica a pesquisa narrativa baseada em autoras(es) como Jaber Gubrium e James Holstein (2009), Jean Clandinin e Michael Connelly (2015), Sandra Jovchelovitch e Martin Bauer (2015), e Catherine Reissman (2008). Utilizou como instrumentos de pesquisa a observação do cotidiano, o diário de campo e a entrevista narrativa. Adotou a noção de campo-tema para abordar a relação que a pesquisadora estabelece com o assunto em sua experiência pessoal, em sua revisão de literatura e durante seu contato com as rezadeiras nos Encontros de Saberes da Caatinga em Exu – PE, e com as rezadeiras no município de Arcoverde – PE. Compreende-se, a partir da análise das narrativas co-produzidas junto com as rezadeiras, que estas possuem uma importante função no cuidado à saúde de diferentes parcelas da sociedade que apresentam afinidade com as suas práticas de cura. Conclui-se que as práticas de cura narradas pelas mulheres rezadeiras do município de Arcoverde - PE, constituem-se como um saber ancestral, dinâmico e plural, defendidos como saberes e práticas per si decoloniais.