Plasticidade de atributos fisiológicos e eficiência energética em espécies de plantas numa cronosequência de floresta tropical seca: estádio sucessional X disponibilidade hídrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FALCÃO, Hiram Marinho
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20054
Resumo: Para o estabelecimento de populações vegetais em ambientes que são heterogêneos no tempo e no espaço, como florestas que passam por processo de regeneração natural, é fundamental a capacidade de apresentar respostas plásticas em atributos funcionais foliares em resposta às variações ambientais. Plantas pioneiras apresentam estratégias ecofisiológicas distintas de plantas de estádios sucessionais tardios, ocupando posições opostas no espectro de economia foliar. No entanto algumas plantas conseguem se estabelecer, ao mesmo tempo, em áreas em diferentes momentos do processo sucessional. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a variação nos atributos funcionais de três espécies de diferentes hábitos, numa cronosequência (inicial (22 anos), intermediária (44 anos), e tardia (+ 60 anos)) de floresta tropical sazonalmente seca em três estações chuvosas consecutivas. As espécies selecionadas foram: Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz (Fabaceae), arbórea; Hyptis suaveolens (L.) Poit. (Lamiaceae), herbácea; e Sida galheirensis Ulbr. (Malvaceae), subarbustiva. As duas primeiras são encontradas nos três estádios sucessionais, e a última apenas nos estádios inicial e tardio. Todas as coletas foram realizadas no período chuvoso, no mês de abril, entre os anos de 2012 e 2015. Foram mensuradas as trocas gasosas, o potencial hídrico foliar, o conteúdo e a eficiência no uso dos nutrientes, a área foliar específica, o conteúdo de compostos fenólicos, o custo de construção foliar e o tempo de compensação. As respostas ecofisiológicas das plantas foram influenciadas tanto pelo estádio sucessional quanto pela precipitação entre os anos. De um modo geral, as plantas do estádio tardio apresentaram maiores taxas de trocas gasosas, potencial hídrico, eficiência no uso dos nutrientes e investimento em defesa, especialmente em 2014, o ano mais chuvoso. Além disso, um maior custo de construção foliar e um menor tempo de compensação foram observados nas plantas da área tardia, evidenciando que em áreas preservadas as plantas são mais eficientes no uso da energia. No entanto a variação nos atributos foliares foi mais intensa entre os anos de coleta. Dentre os atributos funcionais, o potencial hídrico apresentou a maior capacidade de aclimatação à variação ambiental, seguido da eficiência no uso dos nutrientes e da área foliar específica. O atributo com a menor capacidade de resposta plástica foi o custo de construção foliar. No entanto esse atributo foi mostrou-se como um dos mais importantes na classificação das plantas de acordo com o estádio sucessional. Os resultados mostram que a água é o principal filtro ambiental que coordena as respostas ecofisiológicas na floresta tropical sazonalmente seca brasileira. No entanto as diferentes espécies captam e utilizam a água disponível de forma distinta, evidenciando uma diferenciação de nicho com relação ao uso da água. A variação nos atributos funcionais em função do estádio sucessional sugere que as espécies analisadas têm a capacidade de ajustar o seu espectro de economia foliar, utilizando-se de estratégia de captação ou de conservação de recursos de acordo com as exigências do ambiente.
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Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a variação nos atributos funcionais de três espécies de diferentes hábitos, numa cronosequência (inicial (22 anos), intermediária (44 anos), e tardia (+ 60 anos)) de floresta tropical sazonalmente seca em três estações chuvosas consecutivas. As espécies selecionadas foram: Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz (Fabaceae), arbórea; Hyptis suaveolens (L.) Poit. (Lamiaceae), herbácea; e Sida galheirensis Ulbr. (Malvaceae), subarbustiva. As duas primeiras são encontradas nos três estádios sucessionais, e a última apenas nos estádios inicial e tardio. Todas as coletas foram realizadas no período chuvoso, no mês de abril, entre os anos de 2012 e 2015. Foram mensuradas as trocas gasosas, o potencial hídrico foliar, o conteúdo e a eficiência no uso dos nutrientes, a área foliar específica, o conteúdo de compostos fenólicos, o custo de construção foliar e o tempo de compensação. As respostas ecofisiológicas das plantas foram influenciadas tanto pelo estádio sucessional quanto pela precipitação entre os anos. De um modo geral, as plantas do estádio tardio apresentaram maiores taxas de trocas gasosas, potencial hídrico, eficiência no uso dos nutrientes e investimento em defesa, especialmente em 2014, o ano mais chuvoso. Além disso, um maior custo de construção foliar e um menor tempo de compensação foram observados nas plantas da área tardia, evidenciando que em áreas preservadas as plantas são mais eficientes no uso da energia. No entanto a variação nos atributos foliares foi mais intensa entre os anos de coleta. Dentre os atributos funcionais, o potencial hídrico apresentou a maior capacidade de aclimatação à variação ambiental, seguido da eficiência no uso dos nutrientes e da área foliar específica. O atributo com a menor capacidade de resposta plástica foi o custo de construção foliar. No entanto esse atributo foi mostrou-se como um dos mais importantes na classificação das plantas de acordo com o estádio sucessional. Os resultados mostram que a água é o principal filtro ambiental que coordena as respostas ecofisiológicas na floresta tropical sazonalmente seca brasileira. No entanto as diferentes espécies captam e utilizam a água disponível de forma distinta, evidenciando uma diferenciação de nicho com relação ao uso da água. A variação nos atributos funcionais em função do estádio sucessional sugere que as espécies analisadas têm a capacidade de ajustar o seu espectro de economia foliar, utilizando-se de estratégia de captação ou de conservação de recursos de acordo com as exigências do ambiente.CAPESFor establishing plant populations in environments that are heterogeneous in time and space, as forests that pass through natural regeneration process, it is essential the ability to present plastic responses in leaf functional traits in response to environmental variations. Pioneer plants have different ecophysiological strategies in comparison plants of late successional stages, occupying opposite positions in the leaf economics spectrum. However some plants can be established, at the same time, in areas at different stages in succession process. Thus, this study aimed to evaluate the changes in the functional attributes of three species of different habits, in a chronosequence (early (22 years), intermediate (44 years) and late ( + 60 years)) of a seasonally tropical dry forest in three consecutive rainy seasons. The species selected were: Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz (Fabaceae), a tree; Hyptis Suaveolens (L.) Poit. (Lamiaceae), a herb; and Sida galheirensis Ulbr. (Malvaceae), a subshrub. The first two are found in the three successional stages, and the last one only in the early and late stages. All samples were collected in the rainy season, in April, between the years 2012 and 2015. The gas exchange, leaf water potential, the content and the nutrient use efficiencies, specific leaf area, the content of phenolics, the leaf construction cost and payback time, were measured. Ecophysiological responses of plants were influenced both by the successional stage as the rainfall between years. In general, plants from late stage had higher rates of gas exchange, leaf water potential, nutrients use efficiency and investment in defense, especially in 2014, the wettest year. Furthermore, a higher leaf construction cost and a shorter payback time were observed in late area, showing that, in preserved areas, plants are more efficient in energy use. However the variation in leaf traits was more intense between the years of collection. Among the functional traits, the water potential presented the highest acclimatization capacity to environmental variation, followed by the nutrient use efficiencies and specific leaf area. The leaf trait with the lowest plastic response was the leaf construction cost. However, this trait was one of the most important in classifying the plants according to successional stage. The results showed that water is the main environmental filter that coordinates the ecophysiological responses in the Brazilian seasonally tropical dry forest. However the different species capture and utilize the available water separately, showing a niche differentiation related to water use. The variation in functional traits as a function of the succession stages, suggests that the species in this study have the ability to adjust its leaf economics spectrum economy, by using a resource capture or a conservative strategy according to the requirements of the environment.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia VegetalUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCusto de construção foliarSucessão ecológicaEspectro de economia foliarFotossínteseEcofisiologiaLeaf construction costEcological successionLeaf economics spectrumPhotosynthesisEcophysiologyPlasticidade de atributos fisiológicos e eficiência energética em espécies de plantas numa cronosequência de floresta tropical seca: estádio sucessional X disponibilidade hídricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTese Doutorado Hiram Falcão.pdfTese Doutorado Hiram Falcão.pdfapplication/pdf1589850https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/20054/1/Tese%20Doutorado%20Hiram%20Falc%c3%a3o.pdfc86ffb35f5d0263dbd80e96c156b8065MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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