Análise icnotaxonômica, paleoambiental, petrográfica e diagenética de duas seções da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FRANCO NETO, Emmanuel
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000163hs
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52526
Resumo: A Bacia do Parnaíba é caracterizada por uma extensa e complexa história geológica, apresentando uma coluna sedimentar com rochas paleozoicas e mesozoicas, que abrange cerca de 3.500 m no depocentro, cortadas por rochas ígneas intrusivas e extrusivas relacionadas a eventos magmáticos. Essa bacia ocupa uma área em torno de 600 mil km2 nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. A Formação Pimenteira (Eifeliano-Frasniano), que está inserida no Grupo Canindé, foi depositada durante a maior ingressão marinha da Bacia do Parnaíba. Sua litologia é definida por folhelhos cinza escuro a preto ou esverdeados, radioativos, com níveis ricos em estruturas de bioturbação e um elevado teor de matéria orgânica. Registra-se também a intercalação dos folhelhos com siltitos e arenitos. O ambiente deposicional é interpretado como uma plataforma dominada por tempestades. Este trabalho tem como objetivo analisar os icnofósseis, petrografia, diagênese e interpretar o paleoambiente em duas seções da Formação Pimenteira. O presente estudo baseou-se em descrições in loco e em amostras coletadas no município de Pimenteiras (Piauí) e São Miguel do Tapuio (Piauí). O estudo dos icnofósseis se concentrou na seção do Rio Sambito. Esta seção é caracterizada pela intercalação de arenitos fino a muito fino, folhelhos e siltitos. São observadas as seguintes estruturas sedimentares: marcas de onda (intervalo mais abundantes em estruturas de bioturbação), estratificação cruzada swaley, hummocky e estratificação planar. Na seção de São Miguel do Tapuio são observados a intercalação de arenito e folhelhos. Observa-se as seguintes estruturas sedimentares: estratificação planar e estratificação plano-paralela. Em relação a petrografia, a assembleia de minerais presentes nos arenitos de São Miguel do Tapuio é constituída predominantemente por quartzo, enquanto os arenitos do Rio Sambito são compostos por quartzo, plagioclásio (albita), muscovita, rutilo, turmalina e magnetita. Tanto as rochas de São Miguel do Tapuio, quanto as do Rio Sambito, foram afetadas por vários processos diagenéticos, alguns desses processos alteraram a porosidade original dessas rochas. A análise petrográfica e petrológica mostraram que os arenitos das seções de São Miguel do Tapuio e Rio Sambito compreendem quartzarenitos e subarcóseos. A composição primária das rochas estudadas, bem como a porosidade, foram modificadas por processos e constituintes diagenéticos durante os estágios da eodiagênese, mesodiagênee e telodiagênese. Ressalta-se que a petrografia e os processos diagenéticos das duas seções são similares, diferenciando apenas a intensidade de atuação de cada processo. Foram identificados 28 icnotáxons no Rio Sambito. Esses icnotáxons concentram-se em estratos associados à deposição em contexto de offshore transicional a shoreface inferior, com predomínio de estruturas biogênicas horizontalizadas, além de estruturas verticais ocorrendo de modo subordinado. A partir dessa icnoassociação foi possível caracterizar as suítes Bifungites, Lophoctenium e Palaeophycus, que representam uma icnofauna residente geralmente atribuível à icnofácies Cruziana e uma icnofauna pós- tempestade atribuível à icnofácies Skolithos e representada pela suíte homônima. A icnofauna pós-tempestade apresenta dominância de escavações verticais com intensidades variáveis e estão associadas às condições de alta energia resultantes do evento de tempestade. Por outro lado, o topo dos leitos de tempestade pode ser retrabalhado pela fauna bentônica, resultando em expressões comuns à icnofácies Cruziana.
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A Formação Pimenteira (Eifeliano-Frasniano), que está inserida no Grupo Canindé, foi depositada durante a maior ingressão marinha da Bacia do Parnaíba. Sua litologia é definida por folhelhos cinza escuro a preto ou esverdeados, radioativos, com níveis ricos em estruturas de bioturbação e um elevado teor de matéria orgânica. Registra-se também a intercalação dos folhelhos com siltitos e arenitos. O ambiente deposicional é interpretado como uma plataforma dominada por tempestades. Este trabalho tem como objetivo analisar os icnofósseis, petrografia, diagênese e interpretar o paleoambiente em duas seções da Formação Pimenteira. O presente estudo baseou-se em descrições in loco e em amostras coletadas no município de Pimenteiras (Piauí) e São Miguel do Tapuio (Piauí). O estudo dos icnofósseis se concentrou na seção do Rio Sambito. Esta seção é caracterizada pela intercalação de arenitos fino a muito fino, folhelhos e siltitos. São observadas as seguintes estruturas sedimentares: marcas de onda (intervalo mais abundantes em estruturas de bioturbação), estratificação cruzada swaley, hummocky e estratificação planar. Na seção de São Miguel do Tapuio são observados a intercalação de arenito e folhelhos. Observa-se as seguintes estruturas sedimentares: estratificação planar e estratificação plano-paralela. Em relação a petrografia, a assembleia de minerais presentes nos arenitos de São Miguel do Tapuio é constituída predominantemente por quartzo, enquanto os arenitos do Rio Sambito são compostos por quartzo, plagioclásio (albita), muscovita, rutilo, turmalina e magnetita. Tanto as rochas de São Miguel do Tapuio, quanto as do Rio Sambito, foram afetadas por vários processos diagenéticos, alguns desses processos alteraram a porosidade original dessas rochas. A análise petrográfica e petrológica mostraram que os arenitos das seções de São Miguel do Tapuio e Rio Sambito compreendem quartzarenitos e subarcóseos. 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A icnofauna pós-tempestade apresenta dominância de escavações verticais com intensidades variáveis e estão associadas às condições de alta energia resultantes do evento de tempestade. Por outro lado, o topo dos leitos de tempestade pode ser retrabalhado pela fauna bentônica, resultando em expressões comuns à icnofácies Cruziana.ANPThe Parnaíba Basin has an extensive and complex geological history, presenting a sedimentary column with Paleozoic and Mesozoic rocks, covering about 3,500 m at the depocenter, cut by intrusive and extrusive igneous rocks related to magmatic events. This basin occupies an area of around 600,000 km2 in the Northeast and North regions of Brazil. The Pimenteira Formation (Eifelian-Frasnian), part of the Canindé Group, was deposited during the largest marine ingression of the Parnaíba Basin. Its lithology is defined by dark gray to black or greenish shales, radioactive, with rich levels of bioturbation structures, besides a high content of organic matter. There is also intercalation of shales with siltstones and sandstones. The depositional environment is interpreted as a storm-dominated shelf. This work aims to analyze trace fossils, petrography and diagenesis, and interpret the paleoenvironment in two sections of the Pimenteira Formation. The study uses in loco descriptions of samples collected in the municipalities of Pimenteiras (Piauí), and São Miguel do Tapuio (Piauí). We concentrated the study of trace fossils on the Sambito River section, characterized by the intercalation of fine to very fine sandstones, shales and siltstones. We also observed the following sedimentary structures: wave marks (most abundant interval in bioturbation structures), swaley cross bedding, hummocky and planar bedding. In the São Miguel do Tapuio section, we observed interbedded sandstone and shales with the following sedimentary structures: planar stratification and plane-parallel stratification. The Parnaíba Basin has an extensive and complex geological history, presenting a sedimentary column with Paleozoic and Mesozoic rocks, covering about 3,500 m at the depocenter, cut by intrusive and extrusive igneous rocks related to magmatic events. This basin occupies an area of around 600,000 km2 in the Northeast and North regions of Brazil. The Pimenteira Formation (Eifelian-Frasnian), part of the Canindé Group, was deposited during the largest marine ingression of the Parnaíba Basin. Its lithology is defined by dark gray to black or greenish shales, radioactive, with rich levels of bioturbation structures, besides a high content of organic matter. There is also intercalation of shales with siltstones and sandstones. The depositional environment is interpreted as a storm-dominated shelf. This work aims to analyze trace fossils, petrography, diagenesis and interpret the paleoenvironment in two sections of the Pimenteira Formation. The study uses in loco descriptions of samples collected in the municipalities of Pimenteiras (Piauí), and São Miguel do Tapuio (Piauí). We concentrated the study of trace fossils on the Sambito River section, characterized by the intercalation of fine to very fine sandstones, shales and siltstones. We also observed the following sedimentary structures: wave marks (most abundant interval in bioturbation structures), swaley cross bedding, hummocky and planar bedding. In the São Miguel do Tapuio section, we observed interbedded sandstone and shales with the following sedimentary structures: planar stratification and plane-parallel stratification. In terms of petrography, the assemblage of minerals present in the sandstones of São Miguel do Tapuio consists predominantly of quartz, while the sandstones of the Rio Sambito are composed of quartz, plagioclase (albite), muscovite, rutile, tourmaline and magnetite. Both rocks from São Miguel do Tapuio and Sambito River were affected by several diagenetic processes, some of which altered the original porosity of these rocks. The petrographic and petrological analysis showed that the sandstones of the São Miguel do Tapuio and Rio Sambito sections comprise quartzarenites and subarchoses. The primary composition of the studied rocks and their porosity were modified by diagenetic processes and constituents during eodiagenesis, mesodiagenesis and telodiagenesis. It should be noted that the petrography and diagenetic processes of the two sections are similar, differing only in the intensity of action of each process. We identified Twenty-eight ichnotaxa in the Sambito River, concentrated in the strata associated with a transitional offshore to lower shoreface deposition, with a predominance of horizontalized biogenic structures, besides subordinated vertical structures. From this ichnoassociation, we characterized the Bifungites, Lophoctenium and Palaeophycussuites, which represent a resident ichnofauna generally attributable to Cruziana ichnofacies and a post-storm ichnofauna attributable to Skolithos ichnofacies and represented by the homonymous suite. The post-storm ichnofauna shows dominance of vertical excavations with variable intensities and are associated with high energy conditions resulting from the storm event. On the other hand, the top of the storm beds can be reworked by the benthic fauna, resulting in expressions common to the Cruziana ichnofacies.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em GeocienciasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessGeociênciasPiauíRio SambitoIcnofácies CruzianaIcnofácies SkolithosAnálise icnotaxonômica, paleoambiental, petrográfica e diagenética de duas seções da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíbainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/52526/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52ORIGINALDISSERTAÇÃO Emmanuel Franco Neto.pdfDISSERTAÇÃO Emmanuel Franco Neto.pdfapplication/pdf8038963https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/52526/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Emmanuel%20Franco%20Neto.pdf39242549090f467e1b9fe302f4caaa56MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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