A ameaça vermelha: o imaginário anticomunista na Paraíba (1917-1937)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante Neto, Faustino Teatino
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000019nh
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11591
Resumo: O objetivo da presente tese é o de compreender como se processou a constituição de um imaginário anticomunista paraibano entre 1917 e 1937, observando as suas regularidades e singularidades ao longo de sua dinâmica histórica. Partindo do pressuposto de que essa tradição política não foi criada pelas elites políticas e intelectuais dos anos seguintes a 1935, investigamos que a mesma remete a uma lógica autoritária do período posterior a 1917, pois consideramos esse ano como um marco importante na elaboração e disseminação de representações que tomavam como referencial um elemento muito repetido, que era o perigo de uma revolução mundial como conseqüência do que ocorrera na URSS. Especificamente, traçamos os seguintes objetivos: analisar as questões teóricas e conceituais que dizem respeito à história política e ao anticomunismo para assentarmos o lugar da nossa escrita da história; problematizar o papel desempenhado pela Igreja Católica enquanto matriz agenciadora de representações e ações sobre o comunismo e os comunistas na Paraíba, entre o início do século XX e o ano de 1935; pesquisar as matrizes anticomunistas instrumentalizadas pelas elites políticas paraibanas, efetivadas pelo então poder político do Estado, no período de 1917 a 1935; e entender como foi gestada a “primeira grande „onda‟ anticomunista” na Paraíba entre os anos de 1935 e 1937, percebendo-a como decorrente de argumentos que vinham sendo instituídos na Paraíba pela Igreja Católica e pelo Estado desde a Revolução de 1917. Teoricamente, trabalhamos no campo da nova história política e sua interface com a história cultural, cujas principais referências foram Chartier (1990) e Le Goff (1994). Metodologicamente, tomamos como lições os estudos sobre a concepção de documento-monumento de Le Goff (1992) e sobre a noção de rastro elaborada por Ricouer (1997). Quanto às fontes, procuramos confrontar cartas pastorais, encíclicas, atas do poder legislativo, legislação estadual, relatórios de polícia e, principalmente, os jornais A União e A Imprensa, órgãos ligados, respectivamente, ao poder estadual, e à arquidiocese paraibana.
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