Percepção visual de contraste em adultos surdos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chaves Mendes dos Santos, Liana
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8366
Resumo: O principal objetivo do presente trabalho foi comparar a percepção visual de adultos surdos e adultos com audição normal através da Função de Sensibilidade ao Contraste (FSC). Esta tese foi dividida em dois estudos. Estudo 1: A ideia foi avaliar se a surdez desde o início da infância altera a percepção visual de contraste. Quarenta voluntários, com a mesma faixa etária e de ambos os sexos, participaram da pesquisa. Todos apresentavam a acuidade visual normal ou corrigida. Vinte voluntários eram ouvintes e vinte apresentavam perda auditiva sensório-neural bilateral de grau severo e/ou profundo. Os estímulos visuais estáticos com frequências angulares de 2, 4, 24, 48 e 96 ciclos/360º e de grades senoidais com frequências espaciais de 0,5; 2,5; 4; 10 e 20 cpg (ciclos por grau de ângulo visual) foram apresentados em um monitor de vídeo de 19 polegadas. Foi utilizado o método psicofísico da escolha forçada entre duas alternativas sucessivas, nas quais os estímulos eram exibidos em pares, e os participantes orientados a escolher aquele que continha a frequência espacial (grade senoidal ou angular). O outro estímulo era apenas um círculo cinza com a luminância média. Os voluntários surdos foram instruídos na Língua Brasileira de Sinais. Os resultados demonstraram que os adultos com surdez precisaram de mais contraste do que os adultos ouvintes para perceberem a maioria das frequências espaciais testadas (p < 0,001). Estudo 2: A ideia de verificar se havia alteração na FSC causada pela Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) surgiu porque 12 dos 20 participantes da primeira parte deste trabalho apresentavam este diagnóstico etiológico de surdez. Então, as alterações (menor sensibilidade ao contraste para os surdos em quase todas as frequências) poderiam ser causadas pela rubéola que originou a surdez. Os voluntários do primeiro estudo foram divididos em três grupos e dois participantes surdos com a mesma faixa etária, grau e configuração da perda auditiva foram acrescentados ao grupo com surdez causada por outros fatores. Assim, a FSC de 10 adultos com perda auditiva causada pela SRC foi comparada com a de 10 adultos com perda auditiva causada por outros fatores e com a de 10 adultos com audição normal. Foram utilizados os mesmos estímulos visuais e a mesma metodologia do Estudo 1. Os resultados não demonstraram diferença entre a sensibilidade ao contraste das pessoas com perda auditiva causada pela SRC e das pessoas surdas devido a outros fatores (p > 0,05). O grupo com SRC precisou de mais contraste do que as pessoas com audição normal para perceber quase todas as frequências espaciais (p < 0,05). A SRC parece não prejudicar a percepção visual de forma distinta da surdez causada por outras etiologias. Em resumo, os achados desta tese sugerem que a condição da surdez pode causar prejuízos no processamento visual de contraste
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Vinte voluntários eram ouvintes e vinte apresentavam perda auditiva sensório-neural bilateral de grau severo e/ou profundo. Os estímulos visuais estáticos com frequências angulares de 2, 4, 24, 48 e 96 ciclos/360º e de grades senoidais com frequências espaciais de 0,5; 2,5; 4; 10 e 20 cpg (ciclos por grau de ângulo visual) foram apresentados em um monitor de vídeo de 19 polegadas. Foi utilizado o método psicofísico da escolha forçada entre duas alternativas sucessivas, nas quais os estímulos eram exibidos em pares, e os participantes orientados a escolher aquele que continha a frequência espacial (grade senoidal ou angular). O outro estímulo era apenas um círculo cinza com a luminância média. Os voluntários surdos foram instruídos na Língua Brasileira de Sinais. Os resultados demonstraram que os adultos com surdez precisaram de mais contraste do que os adultos ouvintes para perceberem a maioria das frequências espaciais testadas (p < 0,001). Estudo 2: A ideia de verificar se havia alteração na FSC causada pela Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) surgiu porque 12 dos 20 participantes da primeira parte deste trabalho apresentavam este diagnóstico etiológico de surdez. Então, as alterações (menor sensibilidade ao contraste para os surdos em quase todas as frequências) poderiam ser causadas pela rubéola que originou a surdez. Os voluntários do primeiro estudo foram divididos em três grupos e dois participantes surdos com a mesma faixa etária, grau e configuração da perda auditiva foram acrescentados ao grupo com surdez causada por outros fatores. Assim, a FSC de 10 adultos com perda auditiva causada pela SRC foi comparada com a de 10 adultos com perda auditiva causada por outros fatores e com a de 10 adultos com audição normal. Foram utilizados os mesmos estímulos visuais e a mesma metodologia do Estudo 1. Os resultados não demonstraram diferença entre a sensibilidade ao contraste das pessoas com perda auditiva causada pela SRC e das pessoas surdas devido a outros fatores (p > 0,05). O grupo com SRC precisou de mais contraste do que as pessoas com audição normal para perceber quase todas as frequências espaciais (p < 0,05). A SRC parece não prejudicar a percepção visual de forma distinta da surdez causada por outras etiologias. 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