“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11869 |
Resumo: | Este trabalho tem como inspiração a escritora paulistana Cassandra Rios (1932-2002), e as ressonâncias provocadas por sua obra, que constam de mais de cinquenta livros, sendo a maioria romances, muitos deles censurados em décadas distintas do século XX. Tomando como referência temporal os anos entre 1955-2001, respectivamente anos da primeira e da última aparição do nome de Cassandra Rios, enquanto viva, na impressa escrita, o objetivo da tese é problematizar as condições históricas que possibilitaram a emergência do nome autoral de Cassandra Rios e a inscrição de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim. Usando como metáfora a composição do enredo da tragédia grega, que caracteriza-se pela mudança de sorte do herói realizada através da peripécia (peripetéia), do reconhecimento (anagnórisis), e da catástrofe (sparagmós), de forma mais específica, no primeiro capítulo discuto a questão da força do nome e como o nome Cassandra Rios passou a constituir um caleidoscópio de imagens, nem sempre congruentes, nem sempre díspares, possibilitando a existência de seu nome autoral; no segundo capítulo, discuto como as escritas de Cassandra Rios constroem um “eu” trágico a partir da relação entre a autora, sua arte de escrever e os dispositivos da sexualidade; no terceiro capítulo, analiso as narrativas da autora que tratam das posturas assumidas por sua família e pelo aparato da censura ditatorial (1964-1985) diante o seu sucesso literário, além das narrativas sobre o câncer que a atingira, enquanto experiências do limite que serão convocadas nos discursos de Cassandra Rios para que esta produzisse uma inscrição de sua vida enquanto uma peça trágica. Quanto às fontes, procurei analisar os discursos contidos nas duas autobiografias escritas por Cassandra Rios, “Censura, minha luta meu amor-1977” e “Mezzamaro, Flores e Cassis: o pecado de Cassandra- 2000”; como também as entrevistas concedidas a vários jornais e revistas, e matérias que veicularam informações sobre a autora e sua obra. Assim, essa tese defende que se o nome de Cassandra Rios passou a operar enquanto força autoral, não foi apenas por ter sido acessada por milhares de leitores ou porque escrevia sobre temáticas eróticas de forma folhetinesca. Mas, também porque a autora se embrenhou em construir seu próprio nome, e por rasurar alguns dos códigos morais vigentes no século XX, entrou em contato com defensores desses códigos, no espaço familiar, estatal, jurídico, midiático, literário, que também puseram seu nome em circulação. Ora se distanciando, ora se aproximando dos significados que lhes foram atribuídos, enquanto tática, narrou a si mesma com a dramaticidade com que produzia seus romances, na construção de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim. |
id |
UFPE_4c9623f8105c5c7a24d6e4dbeb0649ce |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11869 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
VIEIRA, Kyara Maria de AlmeidaALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de2015-03-11T11:54:24Z2015-03-11T11:54:24Z2014-02-25https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11869Este trabalho tem como inspiração a escritora paulistana Cassandra Rios (1932-2002), e as ressonâncias provocadas por sua obra, que constam de mais de cinquenta livros, sendo a maioria romances, muitos deles censurados em décadas distintas do século XX. Tomando como referência temporal os anos entre 1955-2001, respectivamente anos da primeira e da última aparição do nome de Cassandra Rios, enquanto viva, na impressa escrita, o objetivo da tese é problematizar as condições históricas que possibilitaram a emergência do nome autoral de Cassandra Rios e a inscrição de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim. Usando como metáfora a composição do enredo da tragédia grega, que caracteriza-se pela mudança de sorte do herói realizada através da peripécia (peripetéia), do reconhecimento (anagnórisis), e da catástrofe (sparagmós), de forma mais específica, no primeiro capítulo discuto a questão da força do nome e como o nome Cassandra Rios passou a constituir um caleidoscópio de imagens, nem sempre congruentes, nem sempre díspares, possibilitando a existência de seu nome autoral; no segundo capítulo, discuto como as escritas de Cassandra Rios constroem um “eu” trágico a partir da relação entre a autora, sua arte de escrever e os dispositivos da sexualidade; no terceiro capítulo, analiso as narrativas da autora que tratam das posturas assumidas por sua família e pelo aparato da censura ditatorial (1964-1985) diante o seu sucesso literário, além das narrativas sobre o câncer que a atingira, enquanto experiências do limite que serão convocadas nos discursos de Cassandra Rios para que esta produzisse uma inscrição de sua vida enquanto uma peça trágica. Quanto às fontes, procurei analisar os discursos contidos nas duas autobiografias escritas por Cassandra Rios, “Censura, minha luta meu amor-1977” e “Mezzamaro, Flores e Cassis: o pecado de Cassandra- 2000”; como também as entrevistas concedidas a vários jornais e revistas, e matérias que veicularam informações sobre a autora e sua obra. Assim, essa tese defende que se o nome de Cassandra Rios passou a operar enquanto força autoral, não foi apenas por ter sido acessada por milhares de leitores ou porque escrevia sobre temáticas eróticas de forma folhetinesca. Mas, também porque a autora se embrenhou em construir seu próprio nome, e por rasurar alguns dos códigos morais vigentes no século XX, entrou em contato com defensores desses códigos, no espaço familiar, estatal, jurídico, midiático, literário, que também puseram seu nome em circulação. Ora se distanciando, ora se aproximando dos significados que lhes foram atribuídos, enquanto tática, narrou a si mesma com a dramaticidade com que produzia seus romances, na construção de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessHistória;Cassandra RiosCensuraTragédia“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Kyara Maria de Almeida.pdf.jpgTESE Kyara Maria de Almeida.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1265https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/5/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdf.jpgdbd1e8c628e38a6fbbe1b5ba221404e0MD55ORIGINALTESE Kyara Maria de Almeida.pdfTESE Kyara Maria de Almeida.pdfapplication/pdf1830899https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/1/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdff307582ac0956a305ffc3d4a9ff7473dMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTTESE Kyara Maria de Almeida.pdf.txtTESE Kyara Maria de Almeida.pdf.txtExtracted texttext/plain569006https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/4/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdf.txtc05e25e7ce9c5aa5b14673bef0163d6fMD54123456789/118692019-10-25 18:35:09.588oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11869TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T21:35:09Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
title |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
spellingShingle |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) VIEIRA, Kyara Maria de Almeida História; Cassandra Rios Censura Tragédia |
title_short |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
title_full |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
title_fullStr |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
title_full_unstemmed |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
title_sort |
“Onde estão as respostas para as minhas perguntas”?: Cassandra Rios – a construção do nome e a vida escrita enquanto tragédia de folhetim (1955 – 2001) |
author |
VIEIRA, Kyara Maria de Almeida |
author_facet |
VIEIRA, Kyara Maria de Almeida |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
VIEIRA, Kyara Maria de Almeida |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de |
contributor_str_mv |
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
História; Cassandra Rios Censura Tragédia |
topic |
História; Cassandra Rios Censura Tragédia |
description |
Este trabalho tem como inspiração a escritora paulistana Cassandra Rios (1932-2002), e as ressonâncias provocadas por sua obra, que constam de mais de cinquenta livros, sendo a maioria romances, muitos deles censurados em décadas distintas do século XX. Tomando como referência temporal os anos entre 1955-2001, respectivamente anos da primeira e da última aparição do nome de Cassandra Rios, enquanto viva, na impressa escrita, o objetivo da tese é problematizar as condições históricas que possibilitaram a emergência do nome autoral de Cassandra Rios e a inscrição de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim. Usando como metáfora a composição do enredo da tragédia grega, que caracteriza-se pela mudança de sorte do herói realizada através da peripécia (peripetéia), do reconhecimento (anagnórisis), e da catástrofe (sparagmós), de forma mais específica, no primeiro capítulo discuto a questão da força do nome e como o nome Cassandra Rios passou a constituir um caleidoscópio de imagens, nem sempre congruentes, nem sempre díspares, possibilitando a existência de seu nome autoral; no segundo capítulo, discuto como as escritas de Cassandra Rios constroem um “eu” trágico a partir da relação entre a autora, sua arte de escrever e os dispositivos da sexualidade; no terceiro capítulo, analiso as narrativas da autora que tratam das posturas assumidas por sua família e pelo aparato da censura ditatorial (1964-1985) diante o seu sucesso literário, além das narrativas sobre o câncer que a atingira, enquanto experiências do limite que serão convocadas nos discursos de Cassandra Rios para que esta produzisse uma inscrição de sua vida enquanto uma peça trágica. Quanto às fontes, procurei analisar os discursos contidos nas duas autobiografias escritas por Cassandra Rios, “Censura, minha luta meu amor-1977” e “Mezzamaro, Flores e Cassis: o pecado de Cassandra- 2000”; como também as entrevistas concedidas a vários jornais e revistas, e matérias que veicularam informações sobre a autora e sua obra. Assim, essa tese defende que se o nome de Cassandra Rios passou a operar enquanto força autoral, não foi apenas por ter sido acessada por milhares de leitores ou porque escrevia sobre temáticas eróticas de forma folhetinesca. Mas, também porque a autora se embrenhou em construir seu próprio nome, e por rasurar alguns dos códigos morais vigentes no século XX, entrou em contato com defensores desses códigos, no espaço familiar, estatal, jurídico, midiático, literário, que também puseram seu nome em circulação. Ora se distanciando, ora se aproximando dos significados que lhes foram atribuídos, enquanto tática, narrou a si mesma com a dramaticidade com que produzia seus romances, na construção de sua vida enquanto uma tragédia de folhetim. |
publishDate |
2014 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2014-02-25 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2015-03-11T11:54:24Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2015-03-11T11:54:24Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11869 |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11869 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/5/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/1/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/3/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11869/4/TESE%20Kyara%20Maria%20de%20Almeida.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
dbd1e8c628e38a6fbbe1b5ba221404e0 f307582ac0956a305ffc3d4a9ff7473d 66e71c371cc565284e70f40736c94386 4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08 c05e25e7ce9c5aa5b14673bef0163d6f |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310837081210880 |