A distribuição das formigas cortadeiras (Atta chephalotes) e seu papel na regeneração de um trecho de Floresta Atlântica Nordestina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sávio Damásio da Silva, Paulo
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000068cq
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/685
Resumo: As formigas cortadeiras são consideradas importantes herbívoros em florestas tropicais primárias porque promovem a heterogeneidade espacial e temporal de recursos, como luz, nutrientes e solo. Porém, a distribuição destas formigas em florestas em estágios sucessionais iniciais e o seu papel na regeneração florestal têm sido pobremente estudados. Esta tese foi desenvolvida em trechos de florestas secundárias de um remanescente de floresta Atlântica Nordestina (8º30 S, 35º50 O) e teve como objetivos: (1) investigar a densidade e o tamanho da área de forrageamento das formigas cortadeiras, Atta cephalotes, ao longo de uma cronoseqüência sucessional (trechos entre 25 e 47,5 anos), e (2) avaliar a influência destas formigas sobre o estabelecimento de plântulas. Na primeira parte da tese, a densidade de colônias em 14 trechos de florestas foi quantificada e o tamanho das áreas de forrageamento de 12 colônias foi acompanhado durante um ano. Para a segunda parte, foi analisada a diversidade e composição de plântulas em 12 quadrantes (1m2) distribuídos aleatoriamente em cada uma das áreas de forrageamento de 15 colônias e outros 12, nas respectivas áreas controle (sem formigas). Além disso, também foram investigadas a germinação de sementes e a mortalidade de plântulas de três espécies (Tapirira guianensis - Anacardiaceae; Pouteria sp. - Sapotaceae; Simarouba amara - Simaroubaceae), a 3, 6, 9, 12 e 15 metros de distância das colônias. De acordo com nossos resultados, a densidade de colônias diminuiu e o tamanho das áreas de forrageamento aumentou com o avanço na cronoseqüência sucessional. Do mesmo modo, o tamanho das áreas de forrageamento também aumentou com o acréscimo na riqueza de espécies. Segundo nossas estimativas nos trechos com menos de 30 anos, onde foram encontradas 19 de um total de 26 colônias, as formigas cortadeiras podem explorar mais de 89% (11,15 de 12,51 ha) de toda área florestal. Com relação à comunidade de plântulas, a diversidade foi menor nas áreas de forrageamento (diversidade média para o índice de Shannon-Wiener, H = 0,27 ± DP 0,23 bits/indivíduo) do que nas áreas controle (H`= 0,44 ± 0,61 bits/indivíduo), onde algumas espécies ocorreram exclusivamente, indicando uma segregação taxonômica. Quanto à germinação de sementes, apenas a espécie T. guianensis apresentou variações significativas com relação aos fatores analisados; houve uma tendência a uma maior germinação a 15 m de distância das colônias e nos trechos entre 30-40 anos de regeneração. As três espécies apresentaram uma diferença significante apenas para a causa de morte. Enquanto a principal causa de morte das plântulas de T. guianensis foi associada à ação de outros herbívoros, provavelmente, insetos galhadores; as plântulas das outras duas espécies foram encontradas primeiramente secas, apresentando também grande mortalidade devida ao corte pelas formigas cortadeiras. Inclusive, para Pouteria sp., a mortalidade associada ao corte por saúvas tende a reduzir com a distância das colônias. Nossos resultados sugerem que em florestas secundárias, principalmente aquelas com menos de 30 anos de regeneração, deve-se esperar um aumento na herbivoria por formigas cortadeiras devido à conjunção de dois fatores: uma maior densidade de colônias aliada a uma redução das áreas de forrageamento. As formigas podem também influenciar a germinação de sementes e limitar o estabelecimento de novas plântulas, o que não apenas comprometeria a regeneração da floresta, mas também reduziria a diversidade de espécies, como foi observado neste estudo. Assim, as formigas cortadeiras estariam, em florestas secundárias, ampliando os efeitos negativos da fragmentação sobre a comunidade vegetal
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Esta tese foi desenvolvida em trechos de florestas secundárias de um remanescente de floresta Atlântica Nordestina (8º30 S, 35º50 O) e teve como objetivos: (1) investigar a densidade e o tamanho da área de forrageamento das formigas cortadeiras, Atta cephalotes, ao longo de uma cronoseqüência sucessional (trechos entre 25 e 47,5 anos), e (2) avaliar a influência destas formigas sobre o estabelecimento de plântulas. Na primeira parte da tese, a densidade de colônias em 14 trechos de florestas foi quantificada e o tamanho das áreas de forrageamento de 12 colônias foi acompanhado durante um ano. Para a segunda parte, foi analisada a diversidade e composição de plântulas em 12 quadrantes (1m2) distribuídos aleatoriamente em cada uma das áreas de forrageamento de 15 colônias e outros 12, nas respectivas áreas controle (sem formigas). Além disso, também foram investigadas a germinação de sementes e a mortalidade de plântulas de três espécies (Tapirira guianensis - Anacardiaceae; Pouteria sp. - Sapotaceae; Simarouba amara - Simaroubaceae), a 3, 6, 9, 12 e 15 metros de distância das colônias. De acordo com nossos resultados, a densidade de colônias diminuiu e o tamanho das áreas de forrageamento aumentou com o avanço na cronoseqüência sucessional. Do mesmo modo, o tamanho das áreas de forrageamento também aumentou com o acréscimo na riqueza de espécies. Segundo nossas estimativas nos trechos com menos de 30 anos, onde foram encontradas 19 de um total de 26 colônias, as formigas cortadeiras podem explorar mais de 89% (11,15 de 12,51 ha) de toda área florestal. 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Inclusive, para Pouteria sp., a mortalidade associada ao corte por saúvas tende a reduzir com a distância das colônias. Nossos resultados sugerem que em florestas secundárias, principalmente aquelas com menos de 30 anos de regeneração, deve-se esperar um aumento na herbivoria por formigas cortadeiras devido à conjunção de dois fatores: uma maior densidade de colônias aliada a uma redução das áreas de forrageamento. As formigas podem também influenciar a germinação de sementes e limitar o estabelecimento de novas plântulas, o que não apenas comprometeria a regeneração da floresta, mas também reduziria a diversidade de espécies, como foi observado neste estudo. Assim, as formigas cortadeiras estariam, em florestas secundárias, ampliando os efeitos negativos da fragmentação sobre a comunidade vegetalCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAtta spp.HerbivoriaEstabelecimento de plântulasSucessão florestalRegeneraçãoFloresta secundáriaA distribuição das formigas cortadeiras (Atta chephalotes) e seu papel na regeneração de um trecho de Floresta Atlântica Nordestinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALarquivo6290_1.pdfapplication/pdf1029280https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/685/1/arquivo6290_1.pdf30f66adca744f6cdb95c80517f48c77eMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/685/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo6290_1.pdf.txtarquivo6290_1.pdf.txtExtracted texttext/plain213669https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/685/3/arquivo6290_1.pdf.txt8351544ef7183db86d3b98ce2311ca52MD53THUMBNAILarquivo6290_1.pdf.jpgarquivo6290_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1219https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/685/4/arquivo6290_1.pdf.jpg24105c1d3f06507ba4e0a9f4cf0c1a89MD54123456789/6852019-10-25 02:40:30.224oai:repositorio.ufpe.br:123456789/685Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T05:40:30Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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