Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46922 |
Resumo: | Este estudo consiste em uma análise comparativa entre quatro narrativas de Herman Melville: o romance Moby-Dick (1851), e os contos “Bartleby, the scrivener” (1853), “Benito Cereno” (1855) e “Jimmy Rose” (1855). A análise parte do princípio de que esses textos apresentam certa estrutura narrativa e temática semelhante: a história de um personagem que determina o ponto de vista da narrativa, o qual expressa surpresa e perturbação ao passar por uma experiência com um outro misterioso, cujo comportamento se mostra inexplicável. Ao tentar desvendar o mistério, esses personagens tecem comentários que acabam por sugerir certo modo de conceber a sua própria individualidade: trata-se de uma individualidade contingente, que busca encontrar um meio de afirmar sua subjetividade na medida em que encara as constantes transformações do mundo moderno. Ao focalizar nesse tipo de compreensão da individualidade moderna, essas narrativas se aproximam não apenas da ficção realista de fins do século XIX, tal como praticada por escritores como Flaubert e Dostoievski, como também dos grandes romances do século XX. A análise aponta para o fato de que há certa diferença, entre o romance e os contos, no modo como tal temática se desenvolve, uma diferença, entretanto, que não pode ser explicada a partir de conceitos essencialistas do gênero. De um lado, Moby-Dick desafia os limites do romance, embora assuma aspectos apontados pela teoria como centrais para o desenvolvimento do gênero no mundo moderno. Do outro lado, os três contos desafiam as concepções sobre o gênero formuladas por grande parte da crítica especializada mais recente, alinhando-se mais claramente ao debate em torno do próprio romance do que à teoria do conto. O que distingue a obra prima de Melville em relação aos contos em questão é o ritmo da prosa, que com Ishmael se apresenta eloquente, expansiva e frenética, ao passo que com os narradores dos contos ela se mostra mais contida e menos digressiva, focalizada em um único outro, que são os personagens centrais, e não por acaso homônimos: Bartleby, Benito Cereno e Jimmy Rose. Assim, ainda que mantenha seu interesse em compreender a vida moderna sob todos os seus aspectos possíveis, de modo a afirmar e promover uma reflexão sobre a contingência da individualidade, Melville realiza certo ajuste em relação ao seu projeto literário quando se dedica à produção dos contos, assumindo, ele também enquanto escritor, a sua própria contingência. |
id |
UFPE_51d88081a0fb751aee3a52a522e660a9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/46922 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
MARINATO, Ana Carla Limahttp://lattes.cnpq.br/0128887775296075http://lattes.cnpq.br/0723943233713627http://lattes.cnpq.br/1212143542139385FERREIRA FILHO, Eduardo Cesar MaiaFRANÇA, Eduardo Melo2022-10-06T13:56:49Z2022-10-06T13:56:49Z2022-08-29MARINATO, Ana Carla Lima. Modernidade e contingência: a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville. 2022. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46922Este estudo consiste em uma análise comparativa entre quatro narrativas de Herman Melville: o romance Moby-Dick (1851), e os contos “Bartleby, the scrivener” (1853), “Benito Cereno” (1855) e “Jimmy Rose” (1855). A análise parte do princípio de que esses textos apresentam certa estrutura narrativa e temática semelhante: a história de um personagem que determina o ponto de vista da narrativa, o qual expressa surpresa e perturbação ao passar por uma experiência com um outro misterioso, cujo comportamento se mostra inexplicável. Ao tentar desvendar o mistério, esses personagens tecem comentários que acabam por sugerir certo modo de conceber a sua própria individualidade: trata-se de uma individualidade contingente, que busca encontrar um meio de afirmar sua subjetividade na medida em que encara as constantes transformações do mundo moderno. Ao focalizar nesse tipo de compreensão da individualidade moderna, essas narrativas se aproximam não apenas da ficção realista de fins do século XIX, tal como praticada por escritores como Flaubert e Dostoievski, como também dos grandes romances do século XX. A análise aponta para o fato de que há certa diferença, entre o romance e os contos, no modo como tal temática se desenvolve, uma diferença, entretanto, que não pode ser explicada a partir de conceitos essencialistas do gênero. De um lado, Moby-Dick desafia os limites do romance, embora assuma aspectos apontados pela teoria como centrais para o desenvolvimento do gênero no mundo moderno. Do outro lado, os três contos desafiam as concepções sobre o gênero formuladas por grande parte da crítica especializada mais recente, alinhando-se mais claramente ao debate em torno do próprio romance do que à teoria do conto. O que distingue a obra prima de Melville em relação aos contos em questão é o ritmo da prosa, que com Ishmael se apresenta eloquente, expansiva e frenética, ao passo que com os narradores dos contos ela se mostra mais contida e menos digressiva, focalizada em um único outro, que são os personagens centrais, e não por acaso homônimos: Bartleby, Benito Cereno e Jimmy Rose. Assim, ainda que mantenha seu interesse em compreender a vida moderna sob todos os seus aspectos possíveis, de modo a afirmar e promover uma reflexão sobre a contingência da individualidade, Melville realiza certo ajuste em relação ao seu projeto literário quando se dedica à produção dos contos, assumindo, ele também enquanto escritor, a sua própria contingência.CAPESThis study consists of a comparative analysis of four narratives of Herman Melville: the novel Moby-Dick (1851) and the short stories “Bartleby, the Scrivener” (1853), “Benito Cereno” (1855), and “Jimmy Rose” (1855). The analysis focuses on the fact that these texts present similar narrative structures and themes: the story of a character who takes control of the narrative’s point of view and who also shows surprise and discomfort when going through an experience with a mysterious other, whose behavior seems unexplainable. By trying to solve the mystery, these characters make comments that suggest a certain way of conceiving their own individuality: it is a contingent individuality, which seeks to find ways of asserting their subjectivity as they face constant transformations in the modern world. By showcasing this kind of comprehension of modern individuality, these narratives relate not only to the realist fiction of the second half of the nineteenth century, as written by such canonical authors as Flaubert and Dostoievski, but also to the great novels of the twentieth century. The analysis here points to the fact that the aforementioned novel, on the one hand, and the stories, on the other, certainly differ one from another. Such differences, however, can be noticed in the way that their themes are developed: they cannot be explained by means of essentialist conceptions of genre. On the one hand, Moby-Dick challenges the limits of the novel, despite the fact that it presents aspects that theorists consider to be central to the development of the genre in the modern era. On the other hand, the three stories challenge the conceptions of recent scholarship on the short story genre by aligning themselves more clearly with discussions about the novel form. The element that distinguishes Melville’s masterpiece from the abovementioned stories is the rhythm of the prose, which is expansive and frantic in Moby-Dick, and by means of which Ishmael presents himself eloquently, whereas in the three stories, the narrator’s voice renders the style more contained and less digressive, while focusing the narrative on a single other: the eponymous main characters, Bartleby, Benito Cereno, and Jimmy Rose. Therefore, while sustaining his interest in understanding modern life through every possible aspect in order to assert and promote a reflection on the contingency of individuality, Melville made certain adjustments to his literary project when he started writing stories, assuming, just like his narrators, his own contingency as a writer.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessLiteratura americanaHerman MelvilleNarrativas modernasModernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melvilleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTTESE Ana Carla Lima Marinato.pdf.txtTESE Ana Carla Lima Marinato.pdf.txtExtracted texttext/plain448342https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/4/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf.txt431361bffb73bab1387c29e0e02216fdMD54THUMBNAILTESE Ana Carla Lima Marinato.pdf.jpgTESE Ana Carla Lima Marinato.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1218https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/5/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf.jpg66930ac41f0a61213bfed5dd03564d42MD55ORIGINALTESE Ana Carla Lima Marinato.pdfTESE Ana Carla Lima Marinato.pdfapplication/pdf1316683https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/1/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf9e7814a26d62e81906dcc6b1e71a0b57MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82362https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/3/license.txt5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973MD53123456789/469222022-10-07 03:04:33.889oai:repositorio.ufpe.br:123456789/46922VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2l6YcOnw6NvIGRlIERvY3VtZW50b3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRQoKCkRlY2xhcm8gZXN0YXIgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBlc3RlIFRlcm1vIGRlIERlcMOzc2l0byBMZWdhbCBlIEF1dG9yaXphw6fDo28gdGVtIG8gb2JqZXRpdm8gZGUgZGl2dWxnYcOnw6NvIGRvcyBkb2N1bWVudG9zIGRlcG9zaXRhZG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgZSBkZWNsYXJvIHF1ZToKCkkgLSBvcyBkYWRvcyBwcmVlbmNoaWRvcyBubyBmb3JtdWzDoXJpbyBkZSBkZXDDs3NpdG8gc8OjbyB2ZXJkYWRlaXJvcyBlIGF1dMOqbnRpY29zOwoKSUkgLSAgbyBjb250ZcO6ZG8gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIMOpIGRlIHJlc3BvbnNhYmlsaWRhZGUgZGUgc3VhIGF1dG9yaWE7CgpJSUkgLSBvIGNvbnRlw7pkbyDDqSBvcmlnaW5hbCwgZSBzZSBvIHRyYWJhbGhvIGUvb3UgcGFsYXZyYXMgZGUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgZm9yYW0gdXRpbGl6YWRvcywgZXN0YXMgZm9yYW0gZGV2aWRhbWVudGUgcmVjb25oZWNpZGFzOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIG9icmEgY29sZXRpdmEgKG1haXMgZGUgdW0gYXV0b3IpOiB0b2RvcyBvcyBhdXRvcmVzIGVzdMOjbyBjaWVudGVzIGRvIGRlcMOzc2l0byBlIGRlIGFjb3JkbyBjb20gZXN0ZSB0ZXJtbzsKClYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogbyBhcnF1aXZvIGRlcG9zaXRhZG8gY29ycmVzcG9uZGUgw6AgdmVyc8OjbyBmaW5hbCBkbyB0cmFiYWxobzsKClZJIC0gcXVhbmRvIHRyYXRhci1zZSBkZSBUcmFiYWxobyBkZSBDb25jbHVzw6NvIGRlIEN1cnNvLCBEaXNzZXJ0YcOnw6NvIG91IFRlc2U6IGVzdG91IGNpZW50ZSBkZSBxdWUgYSBhbHRlcmHDp8OjbyBkYSBtb2RhbGlkYWRlIGRlIGFjZXNzbyBhbyBkb2N1bWVudG8gYXDDs3MgbyBkZXDDs3NpdG8gZSBhbnRlcyBkZSBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvLCBxdWFuZG8gZm9yIGVzY29saGlkbyBhY2Vzc28gcmVzdHJpdG8sIHNlcsOhIHBlcm1pdGlkYSBtZWRpYW50ZSBzb2xpY2l0YcOnw6NvIGRvIChhKSBhdXRvciAoYSkgYW8gU2lzdGVtYSBJbnRlZ3JhZG8gZGUgQmlibGlvdGVjYXMgZGEgVUZQRSAoU0lCL1VGUEUpLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gQWJlcnRvOgoKTmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIGF1dG9yIHF1ZSByZWNhZW0gc29icmUgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8sIGZ1bmRhbWVudGFkbyBuYSBMZWkgZGUgRGlyZWl0byBBdXRvcmFsIG5vIDkuNjEwLCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIGEgcGFydGlyIGRhIGRhdGEgZGUgZGVww7NzaXRvLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gUmVzdHJpdG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAgZGUgMTkgZGUgZmV2ZXJlaXJvIGRlIDE5OTgsIGFydC4gMjksIGluY2lzbyBJSUksIGF1dG9yaXpvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVybmFtYnVjbyBhIGRpc3BvbmliaWxpemFyIGdyYXR1aXRhbWVudGUsIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gZS9vdSBkb3dubG9hZCAoYXF1aXNpw6fDo28pIGF0cmF2w6lzIGRvIHNpdGUgZG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBubyBlbmRlcmXDp28gaHR0cDovL3d3dy5yZXBvc2l0b3Jpby51ZnBlLmJyLCBxdWFuZG8gZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgZW1iYXJnbyBjb25kaXplbnRlIGFvIHRpcG8gZGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb25mb3JtZSBpbmRpY2FkbyBubyBjYW1wbyBEYXRhIGRlIEVtYmFyZ28uCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212022-10-07T06:04:33Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
title |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
spellingShingle |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville MARINATO, Ana Carla Lima Literatura americana Herman Melville Narrativas modernas |
title_short |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
title_full |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
title_fullStr |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
title_full_unstemmed |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
title_sort |
Modernidade e contingência : a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville |
author |
MARINATO, Ana Carla Lima |
author_facet |
MARINATO, Ana Carla Lima |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0128887775296075 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0723943233713627 |
dc.contributor.advisor-coLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1212143542139385 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
MARINATO, Ana Carla Lima |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
FERREIRA FILHO, Eduardo Cesar Maia |
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv |
FRANÇA, Eduardo Melo |
contributor_str_mv |
FERREIRA FILHO, Eduardo Cesar Maia FRANÇA, Eduardo Melo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Literatura americana Herman Melville Narrativas modernas |
topic |
Literatura americana Herman Melville Narrativas modernas |
description |
Este estudo consiste em uma análise comparativa entre quatro narrativas de Herman Melville: o romance Moby-Dick (1851), e os contos “Bartleby, the scrivener” (1853), “Benito Cereno” (1855) e “Jimmy Rose” (1855). A análise parte do princípio de que esses textos apresentam certa estrutura narrativa e temática semelhante: a história de um personagem que determina o ponto de vista da narrativa, o qual expressa surpresa e perturbação ao passar por uma experiência com um outro misterioso, cujo comportamento se mostra inexplicável. Ao tentar desvendar o mistério, esses personagens tecem comentários que acabam por sugerir certo modo de conceber a sua própria individualidade: trata-se de uma individualidade contingente, que busca encontrar um meio de afirmar sua subjetividade na medida em que encara as constantes transformações do mundo moderno. Ao focalizar nesse tipo de compreensão da individualidade moderna, essas narrativas se aproximam não apenas da ficção realista de fins do século XIX, tal como praticada por escritores como Flaubert e Dostoievski, como também dos grandes romances do século XX. A análise aponta para o fato de que há certa diferença, entre o romance e os contos, no modo como tal temática se desenvolve, uma diferença, entretanto, que não pode ser explicada a partir de conceitos essencialistas do gênero. De um lado, Moby-Dick desafia os limites do romance, embora assuma aspectos apontados pela teoria como centrais para o desenvolvimento do gênero no mundo moderno. Do outro lado, os três contos desafiam as concepções sobre o gênero formuladas por grande parte da crítica especializada mais recente, alinhando-se mais claramente ao debate em torno do próprio romance do que à teoria do conto. O que distingue a obra prima de Melville em relação aos contos em questão é o ritmo da prosa, que com Ishmael se apresenta eloquente, expansiva e frenética, ao passo que com os narradores dos contos ela se mostra mais contida e menos digressiva, focalizada em um único outro, que são os personagens centrais, e não por acaso homônimos: Bartleby, Benito Cereno e Jimmy Rose. Assim, ainda que mantenha seu interesse em compreender a vida moderna sob todos os seus aspectos possíveis, de modo a afirmar e promover uma reflexão sobre a contingência da individualidade, Melville realiza certo ajuste em relação ao seu projeto literário quando se dedica à produção dos contos, assumindo, ele também enquanto escritor, a sua própria contingência. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-10-06T13:56:49Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2022-10-06T13:56:49Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022-08-29 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
MARINATO, Ana Carla Lima. Modernidade e contingência: a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville. 2022. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46922 |
identifier_str_mv |
MARINATO, Ana Carla Lima. Modernidade e contingência: a constituição da individualidade e do romance em Herman Melville. 2022. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022. |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46922 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pos Graduacao em Letras |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFPE |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/4/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/5/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/1/TESE%20Ana%20Carla%20Lima%20Marinato.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/46922/3/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
431361bffb73bab1387c29e0e02216fd 66930ac41f0a61213bfed5dd03564d42 9e7814a26d62e81906dcc6b1e71a0b57 e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310664887205888 |