A pedagogia da caboclagem em etnopoéticas : Patativa do Assaré e outros caboclos
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39256 |
Resumo: | O presente trabalho se insere no campo de pesquisa educacional e discute a prevalência da caboclagem como proposta de articulação pedagógico-rizomática e decolonial dos processos de subjetivações que constituem a estigmatização do caboclo, o qual, desde sua nomeação foi subsumido aos parâmetros de exploração colonial econômica no Norte do Brasil e, extensivamente, em outras regiões dos sertões brasileiros, sob a égide de uma estética racial civilizatória-moderna, tal como de matriz eurocêntrica. Nessa arena de batalha, destacam-se como contradiscurso as articulações pedagógicas – caboclagens - de atores do campo social que se percebem como caboclos, os quais em suas práticas cotidianas fazem suas etnopoéticas alargarem a luta revolucionária de poderes e saberes contra a colonialidade, portanto nesse estrado se destacam Patativa do Assaré, Antonio Conselheiro, Beato Zé Lourenço, José Antonio Ibiapina, Tom Zé, Belchior, Francisco Igor Almeida dos Santos (Rap’adura).. Além disso, esse estudo também evidencia a barbárie que a necropolítica do Estado brasileiro aposta ao projeto de dizimação dos caboclos do sertão nas primeiras décadas do século XX, períodos de grandes secas. Nessa envergadura, constata-se que o Estado brasileiro no exercício do biopoder articula dentre as diversas formas de violência racial contra os caboclos, a formação dos campos de concentração nos sertões nordestinos – currais da fome –, principalmente, no interior do Ceará, sobretudo no intuito de cumprir ao projeto higienista para as capitais dos estados, cujos pressupostos correspondiam ao padrão ideal da “belle époque” francesa. Em contrapartida, enfatiza-se as insurreições dos povos periféricos em promover práticas de resistências, a exemplo da experiência comunal do Caldeirão no Crato-Ce, com Beato Zé Lourenço (1926 a 1934), sem perder a visão dos movimentos contemporâendo tendo referência especial à caminhada da seca ao Campo Santo (campo de concentração do Patu, Senador Pompeu, CE), pois além de trazer a memória - documentos orais - de luta dos ancestrais mortos pela fome e trabalhos forçados, consiste também em agenciar a materialidade da reescrita histórica em combate ao silenciamento das vozes dos caboclos sertanejos. A condução desta pesquisa foi guiada a partir de aportes teóricos os quais contam com contribuição de autores como: Albuquerque Jr. (2001), Bhabha (1998), Canclini (2003), Castells (2008), Certeau (2007), Deleuze (2002), Derrida (1991), Foucault (1997), Glissant (2013) Gilroy (2007), Guattari (2005), Martinez-Echazábal (1996), Ortiz (2005), Quijano (1992), Rolnik (2006), Spivak (2010), entre outros. Sendo assim, por meio de uma interlocução entre Etnopoéticas e a Pedagogia da Caboclagem, o texto desenvolve uma viagem cartográfica que evidencia as experiências artístico-literárias dos caboclos em processos diaspóricos, sobretudo como movimento heterogêneo de suas artes cotidianas enquanto modos de produção que fazem girar a geopolítica dos subalternizados. Sua contribuição consiste em trazer para o campo social proposições de uma pedagogia articulada na valoração de modos de existências desses sujeitos, os quais não estão subsumidos aos determinismos científicos institucionais, mas que se inscrevem como práticas revolucionárias imprevisíveis, assinaladas em um devir-mútiplo corporificadas nos acontecimentos culturais heterogêneos, antiimperialistas e voltados para relação-mundo. |
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OLIVEIRA, Vanderly Vitoriano dehttp://lattes.cnpq.br/3018182441338437http://lattes.cnpq.br/8534869572804069MESQUITA, Rui Gomes de Mattos de2021-02-22T16:00:32Z2021-02-22T16:00:32Z2020-11-11OLIVEIRA, Vanderly Vitoriano de. A pedagogia da caboclagem em etnopoéticas: Patativa do Assaré e outros caboclos. 2020. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39256O presente trabalho se insere no campo de pesquisa educacional e discute a prevalência da caboclagem como proposta de articulação pedagógico-rizomática e decolonial dos processos de subjetivações que constituem a estigmatização do caboclo, o qual, desde sua nomeação foi subsumido aos parâmetros de exploração colonial econômica no Norte do Brasil e, extensivamente, em outras regiões dos sertões brasileiros, sob a égide de uma estética racial civilizatória-moderna, tal como de matriz eurocêntrica. Nessa arena de batalha, destacam-se como contradiscurso as articulações pedagógicas – caboclagens - de atores do campo social que se percebem como caboclos, os quais em suas práticas cotidianas fazem suas etnopoéticas alargarem a luta revolucionária de poderes e saberes contra a colonialidade, portanto nesse estrado se destacam Patativa do Assaré, Antonio Conselheiro, Beato Zé Lourenço, José Antonio Ibiapina, Tom Zé, Belchior, Francisco Igor Almeida dos Santos (Rap’adura).. Além disso, esse estudo também evidencia a barbárie que a necropolítica do Estado brasileiro aposta ao projeto de dizimação dos caboclos do sertão nas primeiras décadas do século XX, períodos de grandes secas. Nessa envergadura, constata-se que o Estado brasileiro no exercício do biopoder articula dentre as diversas formas de violência racial contra os caboclos, a formação dos campos de concentração nos sertões nordestinos – currais da fome –, principalmente, no interior do Ceará, sobretudo no intuito de cumprir ao projeto higienista para as capitais dos estados, cujos pressupostos correspondiam ao padrão ideal da “belle époque” francesa. Em contrapartida, enfatiza-se as insurreições dos povos periféricos em promover práticas de resistências, a exemplo da experiência comunal do Caldeirão no Crato-Ce, com Beato Zé Lourenço (1926 a 1934), sem perder a visão dos movimentos contemporâendo tendo referência especial à caminhada da seca ao Campo Santo (campo de concentração do Patu, Senador Pompeu, CE), pois além de trazer a memória - documentos orais - de luta dos ancestrais mortos pela fome e trabalhos forçados, consiste também em agenciar a materialidade da reescrita histórica em combate ao silenciamento das vozes dos caboclos sertanejos. A condução desta pesquisa foi guiada a partir de aportes teóricos os quais contam com contribuição de autores como: Albuquerque Jr. (2001), Bhabha (1998), Canclini (2003), Castells (2008), Certeau (2007), Deleuze (2002), Derrida (1991), Foucault (1997), Glissant (2013) Gilroy (2007), Guattari (2005), Martinez-Echazábal (1996), Ortiz (2005), Quijano (1992), Rolnik (2006), Spivak (2010), entre outros. Sendo assim, por meio de uma interlocução entre Etnopoéticas e a Pedagogia da Caboclagem, o texto desenvolve uma viagem cartográfica que evidencia as experiências artístico-literárias dos caboclos em processos diaspóricos, sobretudo como movimento heterogêneo de suas artes cotidianas enquanto modos de produção que fazem girar a geopolítica dos subalternizados. Sua contribuição consiste em trazer para o campo social proposições de uma pedagogia articulada na valoração de modos de existências desses sujeitos, os quais não estão subsumidos aos determinismos científicos institucionais, mas que se inscrevem como práticas revolucionárias imprevisíveis, assinaladas em um devir-mútiplo corporificadas nos acontecimentos culturais heterogêneos, antiimperialistas e voltados para relação-mundo.CAPESThe present work is inserted in the field of educational research and discusses the prevalence of caboclage as a proposal for pedagogical-rhizomatic and decolonial articulation of the subjectivation processes that constitute the stigmatization of the caboclo, who, since his appointment has been subsumed to the parameters of economic colonial exploitation in the North of Brazil and, extensively, in other regions of the Brazilian hinterlands, under the aegis of a racial civilizational-modern aesthetic, such as a Eurocentric matrix. In this battle arena, the pedagogical articulations - caboclages - of actors in the social field who perceive themselves as caboclos stand out as counter-discourse, who in their daily practices make their ethnopoetics broaden the revolutionary struggle of powers and knowledge against coloniality, therefore in this platform stand out In addition Patativa do Assaré, Antonio Conselheiro, Beato Zé Lourenço, José Antonio Ibiapina, Tom Zé, Belchior, Francisco Igor Almeida dos Santos (Rap'adura). In addition, this study also highlights the barbarism that the necropolitics of the Brazilian State bets on the decimation project of caboclos do sertão in the first decades of the 20th century, periods of great droughts. In this scope, it appears that the Brazilian State in the exercise of biopower articulates among the various forms of racial violence against caboclos, the formation of concentration camps in the northeastern hinterlands - currals of hunger -, mainly, in the interior of Ceará, especially in the interior of Ceará. intention to comply with the hygienist project for state capitals, whose assumptions corresponded to the ideal standard of the French “belle époque”. On the other hand, the insurrections of the peripheral peoples are emphasized in promoting resistance practices, such as the communal experience of the Caldeirão in Crato-Ce, with Beato Zé Lourenço (1926-1934), without losing sight of contemporary movements with special reference to drought walk to Campo Santo (Patu concentration camp, Senador Pompeu, CE), because in addition to bringing the memory - oral documents - of the struggle of ancestors killed by hunger and forced labor, it also consists of managing the materiality of historical rewriting in combating the silencing of the voices of caboclos sertanejos. The conduct of this research was guided by theoretical contributions which have contributions from authors such as: Albuquerque Jr. (2001), Bhabha (1998), Canclini (2003), Castells (2008), Certeau (2007), Deleuze (2002 ), Derrida (1991), Foucault (1997), Glissant (2013) Gilroy (2007), Guattari (2005), Martinez-Echazábal (1996), Ortiz (2005), Quijano (1992), Rolnik (2006), Spivak ( 2010), among others. Thus, through an interlocution between Ethnopoetics and Pedagogy of Caboclage, the text develops a cartographic journey that highlights the artistic and literary experiences of caboclos in diasporic processes, especially as a heterogeneous movement of their daily arts as modes of production that make them turn the geopolitics of subordinates. Its contribution consists in bringing to the social field proposals of a pedagogy articulated in the valuation of the modes of existence of these subjects, which are not subsumed to institutional scientific determinisms, but which are inscribed as unpredictable revolutionary practices, marked in a becomingmultiple embodied in heterogeneous, anti-imperialist and world-relationship-oriented cultural events.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em EducacaoUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/embargoedAccessPoesia Popular NordestinaPoesia Popular BrasileiraCultura PopularCaboclosUFPE - Pós-graduaçãoA pedagogia da caboclagem em etnopoéticas : Patativa do Assaré e outros caboclosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Vanderly Vitoriano de Oliveira.pdfTESE Vanderly Vitoriano de Oliveira.pdfapplication/pdf2577169https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/39256/1/TESE%20Vanderly%20Vitoriano%20de%20Oliveira.pdf0562b6c06b16929a6b743c46ba869f35MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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