Aula virtual escrita (e lida) de Educação a Distância: a constituição de um gênero
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Data de Publicação: | 2013 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11315 |
Resumo: | Esta tese apresenta um estudo do gênero aula virtual escrita no contexto da educação a distância. Buscou esclarecer, à luz da Teoria Dialógica situada nos estudos de Bakhtin e da Análise Textual dos Discursos, na linha de Jean-Michel Adam, aspectos da constituição do gênero. Considera a genericidade autorial, editorial e leitorial dos textos na observação de práticas discursivas realizadas pelo gênero. Nessa direção, está a observação das ações de linguagem, a materialidade e o acabamento dos enunciados conforme a situação e o propósito comunicativo. Assim, toma por base a teoria de Bakhtin (2003) e Volochinov (2002) no que se refere ao conceito de linguagem e gênero ao lado dos estudos dos discursos e da realização das operações de textualização conforme Adam (2008), Adam, Heidmann e Maingueneau (2010) e Adam e Heidmann (2004 e 2011). Para o tratamento do suporte, apoia-se nas reflexões de Maingueneau (2002) e Marcuschi (2003) quando os autores discutem a implicação deste para circulação dos textos e para os modos de enunciação. Para a investigação, foram selecionadas doze aulas virtuais ministradas em cursos de Letras a distância por universidades virtuais públicas brasileiras, mais especificamente na disciplina Leitura e Produção de Textos Acadêmicos. Das doze aulas, quatro participaram da constituição do corpus que tiveram como sujeitos participantes um professor conteudista, um tutor e vinte e seis alunos. Para análise foi considerada: (a) a natureza das informações na observação da organização do texto e apresentação do conteúdo; (b) a natureza das interações, vista pelas atividades realizadas e os recursos digitais que permitem a interação entre os sujeitos; (c) a natureza do suporte e dos recursos da tecnologia digital para a realização das aulas. O estudo apontou uma conformação do gênero àqueles escritos para a esfera acadêmica tanto na exposição do conteúdo das aulas quanto nas situações de interação entre professores e alunos, revelando a relação de poder estabelecida pela escrita ajustada à situação de enunciação e imposta pelo suporte; apontou formas de enunciação dos sujeitos que se valem da textualidade do discurso acadêmico para cumprir propósitos pedagógicos; mostrou deslocamentos do gênero aula cuja textualidade é responsável por mudanças ocorridas no ensino. Conjugar teorias que ordenem discurso, texto, gênero e suporte se mostra produtivo para análises de gêneros digitais porque permite reconhecer o dado e o novo sempre presentes em todo estudo de linguagem. |
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