Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24983
Resumo: Desde a eclosão da reforma psiquiátrica até hoje, observamos, na mídia, uma atribuição de diversos nomes para variadas “doenças mentais”, a invenção de outras e uma medicalização da vida que é cada vez mais exibida. Ora, as palavras revelam muito daquele que diz. Desse modo, esta tese tem por objetivo estudar a construção discursiva da/sobre a loucura na e pela mídia, a partir da análise da circulação de nominações que dizem o sujeito louco, doente, em surto, com transtorno. Para isso, partimos de três hipóteses: i) a circulação de uma variedade de nominações da psicopatologia na mídia não implica um rompimento com os pontos de vista dominantes de outrora sobre a “doença mental”; ii) a circulação das nominações revela um embate entre vozes sociais e pontos de vista; iii) a circulação das nominações psicopatológicas na mídia constroem dialogicamente múltiplos sentidos, podendo haver pontos em comum na leitura. Tal estudo teve por base a triangulação do corpus a partir de três questões, referentes a três esferas discursivas tomadas pela mídia para noticiar acontecimentos: a da política, a do cotidiano (policial) e a da saúde. As questões que nos guiaram foram: i) como se constroem e se defendem diferentes pontos de vista sobre a loucura na mídia, a partir do contexto da reforma psiquiátrica?; ii) como é representado discursivamente o sujeito ora nominado como louco, doente mental, em surto, com algum transtorno, distúrbio, criminoso?; iii) como a circulação das nominações da esfera psicopatológica na mídia representa discursivamente os sujeitos? Cada questionamento busca investigar a construção discursiva sobre a chamada loucura e/ou doença mental em diversos acontecimentos por meio das noções: nominação, vozes e pontos de vista. O corpus foi, assim, recortado a partir dessas esferas discursivas, pois os discursos produzidos em torno da loucura/doença parecem circular nelas com mais frequência. Para fundamentação teórica, retomamos estudos de Bakhtin (1993b, 2015) e Volochínov (1926, 1930) sobre a linguagem, de Siblot (1998, 2007) e Moirand (2007a, 2009a) sobre o ato de nominar, de Bakhtin (2005) e Authier-Revuz (2004b, 2007) sobre as vozes, de Bakhtin (2003c) e François (2012a, 2012b) sobre o ponto de vista, de Foucault (1979c, 2010c, 2012b) sobre a loucura e as relações de poder, de Lacan (1985, 1998b) sobre o desejo e o gozo, entre outros. Além de nominação, vozes e ponto de vista, as noções de memória (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representação do discurso outro (AUTHIER-REVUZ, 2015), entre outras, foram retomadas, uma vez que o ato de dar nome leva-nos a investigar sobre os sentidos construídos e as práticas discursivas representadas. Dentre alguns resultados, observamos que o uso de determinadas palavras, como distúrbio ou transtorno ao invés de loucura e doença mental, pode interferir na forma que os sujeitos recebem os objetos do discurso; a convocação de vozes, como a da polícia, para falar sobre crimes, se dá num processo de hibridização com a da psiquiatria; o ponto de vista é dinâmico, sua construção ocorre ao longo do tempo e espaço, e ele não é representado necessariamente num único direcionamento valorativo.
id UFPE_5bb87838f8456453aaf1e4eff85c8456
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/24983
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreirahttp://lattes.cnpq.br/2480143201580264http://lattes.cnpq.br/0061348175883853CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da2018-07-04T21:49:12Z2018-07-04T21:49:12Z2017-03-15https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24983Desde a eclosão da reforma psiquiátrica até hoje, observamos, na mídia, uma atribuição de diversos nomes para variadas “doenças mentais”, a invenção de outras e uma medicalização da vida que é cada vez mais exibida. Ora, as palavras revelam muito daquele que diz. Desse modo, esta tese tem por objetivo estudar a construção discursiva da/sobre a loucura na e pela mídia, a partir da análise da circulação de nominações que dizem o sujeito louco, doente, em surto, com transtorno. Para isso, partimos de três hipóteses: i) a circulação de uma variedade de nominações da psicopatologia na mídia não implica um rompimento com os pontos de vista dominantes de outrora sobre a “doença mental”; ii) a circulação das nominações revela um embate entre vozes sociais e pontos de vista; iii) a circulação das nominações psicopatológicas na mídia constroem dialogicamente múltiplos sentidos, podendo haver pontos em comum na leitura. Tal estudo teve por base a triangulação do corpus a partir de três questões, referentes a três esferas discursivas tomadas pela mídia para noticiar acontecimentos: a da política, a do cotidiano (policial) e a da saúde. As questões que nos guiaram foram: i) como se constroem e se defendem diferentes pontos de vista sobre a loucura na mídia, a partir do contexto da reforma psiquiátrica?; ii) como é representado discursivamente o sujeito ora nominado como louco, doente mental, em surto, com algum transtorno, distúrbio, criminoso?; iii) como a circulação das nominações da esfera psicopatológica na mídia representa discursivamente os sujeitos? Cada questionamento busca investigar a construção discursiva sobre a chamada loucura e/ou doença mental em diversos acontecimentos por meio das noções: nominação, vozes e pontos de vista. O corpus foi, assim, recortado a partir dessas esferas discursivas, pois os discursos produzidos em torno da loucura/doença parecem circular nelas com mais frequência. Para fundamentação teórica, retomamos estudos de Bakhtin (1993b, 2015) e Volochínov (1926, 1930) sobre a linguagem, de Siblot (1998, 2007) e Moirand (2007a, 2009a) sobre o ato de nominar, de Bakhtin (2005) e Authier-Revuz (2004b, 2007) sobre as vozes, de Bakhtin (2003c) e François (2012a, 2012b) sobre o ponto de vista, de Foucault (1979c, 2010c, 2012b) sobre a loucura e as relações de poder, de Lacan (1985, 1998b) sobre o desejo e o gozo, entre outros. Além de nominação, vozes e ponto de vista, as noções de memória (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representação do discurso outro (AUTHIER-REVUZ, 2015), entre outras, foram retomadas, uma vez que o ato de dar nome leva-nos a investigar sobre os sentidos construídos e as práticas discursivas representadas. Dentre alguns resultados, observamos que o uso de determinadas palavras, como distúrbio ou transtorno ao invés de loucura e doença mental, pode interferir na forma que os sujeitos recebem os objetos do discurso; a convocação de vozes, como a da polícia, para falar sobre crimes, se dá num processo de hibridização com a da psiquiatria; o ponto de vista é dinâmico, sua construção ocorre ao longo do tempo e espaço, e ele não é representado necessariamente num único direcionamento valorativo.CNPQFrom the outbreak of the psychiatric reform to the present, we have seen in the media an assignment of several names for various “mental illness”, the invention of others and a medicalization of life that is increasingly exhibited. The words reveal a lot of the one who says them. Thus, this doctoral dissertation aims to study the discursive construction of/on madness in and by the media, from the analysis of the circulation of names that categorize this subject as mad, mentally ill, in outbreak, with some disorder. For this, we started from three hypotheses: i) the circulation of a variety of psychopathology names in the media does not imply a rupture with the once dominant points of view on the “mental illness”; ii) the circulation of names reveals a conflict between social voices and points of view; iii) the circulation of psychopathology names in the media construct multiple meanings dialogically, and there may be points in common in the reading. This study was based on a corpus triangulation from three questions, which refer to three discursive spheres taken by the media to report events: politics, daily news (crime) and health. The questions that guided us were: i) How are different points of view constructed and defended about madness in the media from the context of the psychiatric reform? ii) How is the subject discursively represented as mad, mentally ill, in outbreak, with some disorder, disturbed and criminal? iii) How does the circulation of the psychopathological names discursively represent the subjects in the media? Each question seeks to investigate the discursive construction of the so-called madness and/or mental illness in various events through the notions: names, social voices and points of view. The corpus was thus taken from these discursive spheres, since the discourses produced around madness/mental illness seem to circulate there more often. As theoretical foundation, we based on studies of language by Bakhtin (1993b, 2015) and Volochínov (1926, 1930), of the act of naming by Siblot (1998, 2007) and Moirand (2007a, 2009a), of voices by Bakhtin (2005) and Authier-Revuz (2004b, 2007), of points of view by Bakhtin (2003c) and François (2012a, 2012b), of madness and power relations by Foucault (1979c, 2010c, 2012b), and of desire and jouissance by Lacan (1985, 1998b). In addition of the act of naming, social voices and points of view, memory (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representation of the discourse of the other (AUTHIER-REVUZ, 2015), among others, have been resumed, since to name something leads us to investigate the constructed meanings and the discursive practices represented. Among the results, we observed that the use of certain words, such as disorder or disturbance instead of madness and mental illness, may interfere in the way subjects receive the objects of the discourse; the social voices evoked to talk about crimes, such as the police’s, takes place in a process of hybridization with the psychiatry; the point of view is dynamic, its construction takes place over time and space, and it is not necessarily represented in a single evaluative direction.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessNominaçãoVozesPontos de vistaDiscursoLoucuraNominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf.jpgTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1178https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/6/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdf.jpgd8fedbb77c95fa0a1ccc82e9aa1cc012MD56CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf.txtTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdf.txtExtracted texttext/plain1257564https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/4/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdf.txt9f51166a7fe42520114936c79500541eMD54ORIGINALTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdfTESE Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro.pdfapplication/pdf48598843https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/5/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdfa5144b0ca22dbff773e8bd7c797281f3MD55123456789/249832019-10-25 08:49:02.339oai:repositorio.ufpe.br:123456789/24983TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T11:49:02Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
title Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
spellingShingle Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira
Nominação
Vozes
Pontos de vista
Discurso
Loucura
title_short Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
title_full Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
title_fullStr Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
title_full_unstemmed Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
title_sort Nominações, vozes e pontos de vista sobre a loucura na e pela mídia: da reforma psiquiátrica ao boom das doenças mentais
author CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira
author_facet CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2480143201580264
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0061348175883853
dc.contributor.author.fl_str_mv CORDEIRO, Rafaela Queiroz Ferreira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da
contributor_str_mv CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da
dc.subject.por.fl_str_mv Nominação
Vozes
Pontos de vista
Discurso
Loucura
topic Nominação
Vozes
Pontos de vista
Discurso
Loucura
description Desde a eclosão da reforma psiquiátrica até hoje, observamos, na mídia, uma atribuição de diversos nomes para variadas “doenças mentais”, a invenção de outras e uma medicalização da vida que é cada vez mais exibida. Ora, as palavras revelam muito daquele que diz. Desse modo, esta tese tem por objetivo estudar a construção discursiva da/sobre a loucura na e pela mídia, a partir da análise da circulação de nominações que dizem o sujeito louco, doente, em surto, com transtorno. Para isso, partimos de três hipóteses: i) a circulação de uma variedade de nominações da psicopatologia na mídia não implica um rompimento com os pontos de vista dominantes de outrora sobre a “doença mental”; ii) a circulação das nominações revela um embate entre vozes sociais e pontos de vista; iii) a circulação das nominações psicopatológicas na mídia constroem dialogicamente múltiplos sentidos, podendo haver pontos em comum na leitura. Tal estudo teve por base a triangulação do corpus a partir de três questões, referentes a três esferas discursivas tomadas pela mídia para noticiar acontecimentos: a da política, a do cotidiano (policial) e a da saúde. As questões que nos guiaram foram: i) como se constroem e se defendem diferentes pontos de vista sobre a loucura na mídia, a partir do contexto da reforma psiquiátrica?; ii) como é representado discursivamente o sujeito ora nominado como louco, doente mental, em surto, com algum transtorno, distúrbio, criminoso?; iii) como a circulação das nominações da esfera psicopatológica na mídia representa discursivamente os sujeitos? Cada questionamento busca investigar a construção discursiva sobre a chamada loucura e/ou doença mental em diversos acontecimentos por meio das noções: nominação, vozes e pontos de vista. O corpus foi, assim, recortado a partir dessas esferas discursivas, pois os discursos produzidos em torno da loucura/doença parecem circular nelas com mais frequência. Para fundamentação teórica, retomamos estudos de Bakhtin (1993b, 2015) e Volochínov (1926, 1930) sobre a linguagem, de Siblot (1998, 2007) e Moirand (2007a, 2009a) sobre o ato de nominar, de Bakhtin (2005) e Authier-Revuz (2004b, 2007) sobre as vozes, de Bakhtin (2003c) e François (2012a, 2012b) sobre o ponto de vista, de Foucault (1979c, 2010c, 2012b) sobre a loucura e as relações de poder, de Lacan (1985, 1998b) sobre o desejo e o gozo, entre outros. Além de nominação, vozes e ponto de vista, as noções de memória (BAKHTIN, 2003c; PÊCHEUX, 1999), representação do discurso outro (AUTHIER-REVUZ, 2015), entre outras, foram retomadas, uma vez que o ato de dar nome leva-nos a investigar sobre os sentidos construídos e as práticas discursivas representadas. Dentre alguns resultados, observamos que o uso de determinadas palavras, como distúrbio ou transtorno ao invés de loucura e doença mental, pode interferir na forma que os sujeitos recebem os objetos do discurso; a convocação de vozes, como a da polícia, para falar sobre crimes, se dá num processo de hibridização com a da psiquiatria; o ponto de vista é dinâmico, sua construção ocorre ao longo do tempo e espaço, e ele não é representado necessariamente num único direcionamento valorativo.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-03-15
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-07-04T21:49:12Z
dc.date.available.fl_str_mv 2018-07-04T21:49:12Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24983
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24983
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/6/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/4/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24983/5/TESE%20Rafaela%20Queiroz%20Ferreira%20Cordeiro.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv d8fedbb77c95fa0a1ccc82e9aa1cc012
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
9f51166a7fe42520114936c79500541e
a5144b0ca22dbff773e8bd7c797281f3
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310897770692608