Conhecimento etnomicológico de comunidades rurais que habitam o entorno da Rebio de Pedra Talhada, Alagoas
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40057 |
Resumo: | O conhecimento tradicional de um povo sobre um determinado grupo de seres vivos sofre influência de fatores sócio-econômicos, culturais e ambientais que interferem na disponibilidade de recursos naturais e, consequentemente, na transmissão do conhecimento às gerações futuras. No Brasil, estudos sobre as relações povos/macrofungos (Basidiomycota e Ascomycota) são escassos e esparsos ao longo do tempo, quase todos centrados na Região Norte do país, sendo raros os desenvolvidos na Região Nordeste. O presente estudo teve por objetivo, verificar a existência de conhecimento etnomicológico em comunidades rurais, estabelecidas nas proximidades da Reserva Biológica de Pedra Talhada (Quebrangulo, AL). Os dados foram coletados a partir de entrevistas com moradores de nove comunidades, selecionados pela técnica de bola de neve. Utilizou-se um formulário semiestruturado, aplicado com prévia autorização do participante, para obtenção dos dados sócio econômicos e questões abertas sobre os macrofungos, relacionadas à percepção e utilização das espécies. Como recurso complementar; apresentou-se a cada entrevistado um álbum de fotografias de macrofungos e uma caixa contendo amostras de esporocarpos coletadas em campo na mesma ocasião, contendo espécies dos gêneros Amauroderma, Ganoderma, Fomes, Macrolepiota, Schzophillum, Cladonia, Herpothallon, Geastrum, Chlorophyllum, Pycnosporus, Cantharelus, Xylaria e Cookeina. Foram entrevistadas 61 pessoas (59% homens; 41% mulheres; 18 a 81 anos), a maioria agricultores (70%) com baixo nível de instrução. Os entrevistados reconheceram os macrofungos e citaram seus nomes populares, atribuídos a partir de caracteres morfológicos, associados ao ambiente onde são encontrados, tais como: orelha de pau, orelha de burro, cogumelo, doença de planta, entre outros. Percebem a relação desses organismos com o ambiente e a influência dos fatores climáticos sobre sua esporulação, mencionando que aparecem mais no período chuvoso ou logo após as chuvas. Chás preparados com orelha de pau (Basidiomycota) foram indicado por quatro informantes, outras espécies como Fomes fasciatus foram indicadas para tratamento de câncer, Ganoderma australe no tratamento de asma e duas espécies não identificadas foram indicadas para tratamento de tosse e falta de ar. Cookeina tricholoma (Ascomycota) foi referida como comestível por um ex-caçador idoso. O uso lúdico, por crianças foi relatado para uma espécie de Geastrum (Basidiomycota). Embora citem a utilização dos fungos, como comestível, medicinal e lúdico, as 8 comunidades não foram consideradas micófilas, mas percebem os macrofungos como elementos do ambiente natural e os nomes a eles atribuídos tem relação com o papel que desempenham no ambiente. |
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No Brasil, estudos sobre as relações povos/macrofungos (Basidiomycota e Ascomycota) são escassos e esparsos ao longo do tempo, quase todos centrados na Região Norte do país, sendo raros os desenvolvidos na Região Nordeste. O presente estudo teve por objetivo, verificar a existência de conhecimento etnomicológico em comunidades rurais, estabelecidas nas proximidades da Reserva Biológica de Pedra Talhada (Quebrangulo, AL). Os dados foram coletados a partir de entrevistas com moradores de nove comunidades, selecionados pela técnica de bola de neve. Utilizou-se um formulário semiestruturado, aplicado com prévia autorização do participante, para obtenção dos dados sócio econômicos e questões abertas sobre os macrofungos, relacionadas à percepção e utilização das espécies. Como recurso complementar; apresentou-se a cada entrevistado um álbum de fotografias de macrofungos e uma caixa contendo amostras de esporocarpos coletadas em campo na mesma ocasião, contendo espécies dos gêneros Amauroderma, Ganoderma, Fomes, Macrolepiota, Schzophillum, Cladonia, Herpothallon, Geastrum, Chlorophyllum, Pycnosporus, Cantharelus, Xylaria e Cookeina. Foram entrevistadas 61 pessoas (59% homens; 41% mulheres; 18 a 81 anos), a maioria agricultores (70%) com baixo nível de instrução. Os entrevistados reconheceram os macrofungos e citaram seus nomes populares, atribuídos a partir de caracteres morfológicos, associados ao ambiente onde são encontrados, tais como: orelha de pau, orelha de burro, cogumelo, doença de planta, entre outros. Percebem a relação desses organismos com o ambiente e a influência dos fatores climáticos sobre sua esporulação, mencionando que aparecem mais no período chuvoso ou logo após as chuvas. Chás preparados com orelha de pau (Basidiomycota) foram indicado por quatro informantes, outras espécies como Fomes fasciatus foram indicadas para tratamento de câncer, Ganoderma australe no tratamento de asma e duas espécies não identificadas foram indicadas para tratamento de tosse e falta de ar. Cookeina tricholoma (Ascomycota) foi referida como comestível por um ex-caçador idoso. O uso lúdico, por crianças foi relatado para uma espécie de Geastrum (Basidiomycota). Embora citem a utilização dos fungos, como comestível, medicinal e lúdico, as 8 comunidades não foram consideradas micófilas, mas percebem os macrofungos como elementos do ambiente natural e os nomes a eles atribuídos tem relação com o papel que desempenham no ambiente.The traditional knowledge of a people about a certain group of living beings is influenced by socio-economic, cultural and environmental factors that interfere in the availability of natural resources and, consequently, in the transmission of knowledge to future generations. In Brazil, studies on the relationships between peoples / macrofungi (Basidiomycota and Ascomycota) are scarce and sparse over time, almost all centered on the North of the country, with few being developed in the Northeast. The present study aimed to verify the existence of ethnomycological knowledge in rural communities, established in the vicinity of the Pedra Talhada Biological Reserve (Quebrangulo, AL). Data were collected from interviews with residents of nine communities, selected by the snowball technique. A semi-structured form was used, applied with the participant's prior authorization, to obtain socio-economic data and open questions about macrofungi, related to the perception and use of species. As a complementary resource; each interviewee was presented with a photo album of macrofungi and a box containing sporocarp samples collected in the field on the same occasion, containing species of the genera Amauroderma, Ganoderma, Fomes, Macrolepiota, Schzophillum, Cladonia, Herpothallon, Geastrum, Chlorophyllum, Pycnosporus, Cantharelus, Xylaria and Cookeina. 61 people were interviewed (59% men; 41% women; 18 to 81 years old), most of them farmers (70%) with low level of education. The interviewees recognized the macrofungi and cited their popular names, attributed from morphological characters, associated with the environment where they are found, such as: stick ear, donkey ear, mushroom, plant disease, among others. They perceive the relationship of these organisms with the environment and the influence of climatic factors on their sporulation, mentioning that they appear more in the rainy season or soon after the rains. Teas prepared with stick ear (Basidiomycota) were indicated by four informants, other species such as Fomes fasciatus were indicated for cancer treatment, Ganoderma australe in the treatment of asthma and two unidentified species were indicated for treatment of cough and shortness of breath. Cookeina tricholoma (Ascomycota) was referred to as edible by an elderly former hunter. Playful use by children has been reported for a species of Geastrum (Basidiomycota). Although they mention the use of fungi as edible, medicinal and playful, the communities were not considered to be mycophiles, but they perceive 10 macrofungi as elements of the natural environment and the names attributed to them are related to the role they play in the environment.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Biologia de FungosUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessFungosAlagoasMata AtlânticaConhecimento etnomicológico de comunidades rurais que habitam o entorno da Rebio de Pedra Talhada, Alagoasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdf.txtDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain114010https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/40057/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Evelyn%20Rodrigues%20dos%20Santos.pdf.txtb53ed82b1ffaa6ee7ec36bd1f0d70d9cMD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1221https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/40057/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Evelyn%20Rodrigues%20dos%20Santos.pdf.jpg4b48bbbf117f879710513bbd975a1d57MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdfDISSERTAÇÃO Evelyn Rodrigues dos Santos.pdfapplication/pdf7563296https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/40057/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Evelyn%20Rodrigues%20dos%20Santos.pdfd7bb2c82bc10c53b4baf6ef80f3ae804MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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