Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SANTOS, Leticia Raiane dos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000049mj
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55288
Resumo: A gênese da novela, para os historiadores da literatura portuguesa, como Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) e Fidelino Figueiredo (1960), encontra-se atrelada de modo exclusivo à Idade Média. Seguindo a mesma lógica, diversos estudos narratológicos escritos no Brasil e em Portugal atribuem à novela de cavalaria o papel de inaugurar, na literatura universal, a forma novelística. Contudo, pesquisas realizadas na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, por exemplo, desde 1960, já apontavam para origens de elementos formais e da novela propriamente dita desde a Antiguidade Clássica. Conforme Katherine Gittes (1991), gregos e romanos, do período clássico, exerceram influências na literatura europeia medieval, uma vez que a narrativa-moldura, basilar para o gênero novela, emerge de duas tradições literárias: uma ocidental, por meio da novela grega e romana clássica; e outra oriental, a partir de textos de caráter religioso indianos. Desde o seu surgimento, a novelística apresenta-se como uma forma mais popular e que possui maior maleabilidade formal e pôde transformar-se e readaptar-se ao longo dos anos. Assim, observamos que a novela de cavalaria sofre algumas alterações em sua composição ao longo do século XVI, apresentando novas temáticas, ciclos e modos de construção da narração (maior aprofundamento psicológico dos personagens; incursões em discursos líricos em meio à prosa; mescla entre verso e prosa; exaltação do povo luso, por meio de personagens representativos de seu caráter heroico inerente; entre outras coisas) não explorados no medievo. No entanto, essas transformações desse subgênero da novela não são observados apenas durante o Quinhentismo, uma vez que, desde o século XII, quando surge no Ocidente, a novela de cavalaria não emerge enquanto uma forma necessariamente acabada, pois emerge com uma escrita em verso, o Roman, passa por um processo de prosificação a partir do século XIII, no qual esse subgênero não só converte-se em prosa, mas herda alguns aspectos composicionais da historiografia medieval, como a inserção de um autor ficcional na narrativa, a súmula por capítulo e a preocupação da pormenorização dos eventos narrados no texto. Assim, a constituição da forma da novela de cavalaria é um processo não estanque, tendo em vista que o gênero novela em si possui maleabilidade formal desde os primeiros textos criados que se inseriram nesse tipo de tradição literária. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as reconfigurações formais e os percursos da novela medieval lusitana do século XVI, a partir de obras como: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), de João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), de Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), de Jorge Ferreira de Vasconcellos; e Crônica de Dom Duardos (1580), de Dom Gonçalo Coutinho. A partir de uma análise destes livros, buscaremos apresentar como e por meio de que mecanismos narrativos as novelas de cavalaria reconfiguram-se e transformam-se, assumindo uma forma distinta da que comumente encontramos no período medieval.
id UFPE_679d2c5ac83d32ecf56801e82c2873e7
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/55288
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling SANTOS, Leticia Raiane doshttp://lattes.cnpq.br/2677400982257001http://lattes.cnpq.br/7057435020772106VIEIRA, Anco Márcio Tenório2024-02-29T12:25:17Z2024-02-29T12:25:17Z2023-03-01SANTOS, Leticia Raiane dos. Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas: reconfigurações formais no século XVI. 2023. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55288ark:/64986/00130000049mjA gênese da novela, para os historiadores da literatura portuguesa, como Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) e Fidelino Figueiredo (1960), encontra-se atrelada de modo exclusivo à Idade Média. Seguindo a mesma lógica, diversos estudos narratológicos escritos no Brasil e em Portugal atribuem à novela de cavalaria o papel de inaugurar, na literatura universal, a forma novelística. Contudo, pesquisas realizadas na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, por exemplo, desde 1960, já apontavam para origens de elementos formais e da novela propriamente dita desde a Antiguidade Clássica. Conforme Katherine Gittes (1991), gregos e romanos, do período clássico, exerceram influências na literatura europeia medieval, uma vez que a narrativa-moldura, basilar para o gênero novela, emerge de duas tradições literárias: uma ocidental, por meio da novela grega e romana clássica; e outra oriental, a partir de textos de caráter religioso indianos. Desde o seu surgimento, a novelística apresenta-se como uma forma mais popular e que possui maior maleabilidade formal e pôde transformar-se e readaptar-se ao longo dos anos. Assim, observamos que a novela de cavalaria sofre algumas alterações em sua composição ao longo do século XVI, apresentando novas temáticas, ciclos e modos de construção da narração (maior aprofundamento psicológico dos personagens; incursões em discursos líricos em meio à prosa; mescla entre verso e prosa; exaltação do povo luso, por meio de personagens representativos de seu caráter heroico inerente; entre outras coisas) não explorados no medievo. No entanto, essas transformações desse subgênero da novela não são observados apenas durante o Quinhentismo, uma vez que, desde o século XII, quando surge no Ocidente, a novela de cavalaria não emerge enquanto uma forma necessariamente acabada, pois emerge com uma escrita em verso, o Roman, passa por um processo de prosificação a partir do século XIII, no qual esse subgênero não só converte-se em prosa, mas herda alguns aspectos composicionais da historiografia medieval, como a inserção de um autor ficcional na narrativa, a súmula por capítulo e a preocupação da pormenorização dos eventos narrados no texto. Assim, a constituição da forma da novela de cavalaria é um processo não estanque, tendo em vista que o gênero novela em si possui maleabilidade formal desde os primeiros textos criados que se inseriram nesse tipo de tradição literária. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as reconfigurações formais e os percursos da novela medieval lusitana do século XVI, a partir de obras como: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), de João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), de Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), de Jorge Ferreira de Vasconcellos; e Crônica de Dom Duardos (1580), de Dom Gonçalo Coutinho. A partir de uma análise destes livros, buscaremos apresentar como e por meio de que mecanismos narrativos as novelas de cavalaria reconfiguram-se e transformam-se, assumindo uma forma distinta da que comumente encontramos no período medieval.CNPqLa génesis de la novela, para historiadores de la literatura portuguesa, como Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) y Fidelino Figueiredo (1960), está exclusivamente ligada a la Edad Media. Siguiendo la misma lógica, varios estudios narratológicos escritos en Brasil y Portugal atribuyen a la novela de caballería el papel de inaugurar, en la literatura universal, la forma novelística. Sin embargo, las investigaciones realizadas en Inglaterra, España, Francia y Alemania, por ejemplo, desde 1960, ya apuntaban a que los orígenes de los elementos formales y de la propia novela se remontaban a la Antigüedad clásica. Según Katherine Gittes (1991), los griegos y romanos, desde el período clásico, ejercieron influencias en la literatura medieval europea, ya que el marco narrativo, básico del género novelesco, surge de dos tradiciones literarias: una occidental, a través de la novela griega. y romano clásico; y otro oriental, basado en textos religiosos indios. Desde su surgimiento, la novelística se ha presentado como una forma más popular, con mayor maleabilidad formal y que ha sabido transformarse y readaptarse a lo largo de los años. Así, observamos que la novela de caballería sufre algunos cambios en su composición a lo largo del siglo XVI, presentando nuevos temas, ciclos y modos de construcción de la narración (mayor profundidad psicológica de los personajes; incursiones en discursos líricos en medio de la prosa; mezcla entre verso y prosa; exaltación del pueblo portugués, a través de personajes que representan su inherente carácter heroico; entre otras cosas) no exploradas en la Edad Media. Sin embargo, estas transformaciones de este subgénero de la novela no sólo se observan durante el siglo XVI, ya que, desde el siglo XII, cuando aparece en Occidente, la novela de caballería no surge como una forma necesariamente acabada, como surge con la escritura. en verso, la romana, atraviesa un proceso de prosificación a partir del siglo XIII, en el que este subgénero no sólo pasa a ser prosa, sino que hereda algunos aspectos compositivos de la historiografía medieval, como la inserción de un autor de ficción en la narrativa, la resumen por capítulo y la preocupación por detallar los hechos narrados en el texto. Así, la constitución de la forma de la novela de caballería es un proceso no estanco, considerando que el género novelesco en sí ha tenido maleabilidad formal desde los primeros textos creados que se insertaron en este tipo de tradición literaria. El presente trabajo tiene como objetivo presentar las reconfiguraciones formales y trayectorias de la novela medieval lusitana del siglo XVI, a partir de obras como: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), de João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), de Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), de Jorge Ferreira de Vasconcellos; y Crônica de Dom Duardos (1580), de Dom Gonçalo Coutinho. A partir del análisis de estos libros, buscaremos presentar cómo y a través de qué mecanismos narrativos las novelas de caballerías se reconfiguran y transforman, adquiriendo una forma distinta a la comúnmente encontrada en el período medieval.The genesis of the novel genre, for historians of Portuguese literature, such as Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) and Fidelino Figueiredo (1960), is exclusively linked to the Middle Ages. Following the same logic, several narratological studies written in Brazil and Portugal attribute to the cavalry novel the role of inaugurating, in universal literature, the novelistic form. However, research carried out in England, Spain, France and Germany, for example, since the 1960s, already pointed to the origins of formal elements and the novel itself since Classical Antiquity. According to Katherine Gittes (1991), Greeks and Romans, from the classical period, exerted influences on medieval European literature, since the frame-narrative, basic to the novel genre, emerges from two literary traditions: one western, through the Greek novel and classical Roman; and an oriental one, based on Indian religious texts. Since its inception, the novel has been presented as a more popular form and which, in turn, because it is not so tied to canonical rigor, like other literary forms, has greater formal malleability and could become and adapt over the years. In this sense, when analyzing the chivalry novel and its long stay in Portugal, we observe that it suffers some alterations in its composition throughout the 16th century, presenting new themes, cycles and modes of construction of the narration (greater psychological depth of the characters; incursions into lyrical discourses in the midst of prose; mixing between verse and prose; exaltation of the Portuguese people, through characters representative of their inherent heroic character; among other things) not explored in the Middle Ages. Howsoever, these transformations of this subgenre of the novel are not observed only during the 16th century, since the twelfth century, when it appears in the West, the chivalric novel does not emerge as a necessarily finished form, as it emerges with a writing in verse, Roman undergoes a process of prosification from the 13th century onwards, in which this subgenre not only becomes prose, but also inherits some compositional aspects of medieval historiography, such as the insertion of a fictional author in the narrative, the summary by chapter and the concern with detailing the events narrated in the text. Thus, the constitution of the form of the chivalry novel is a non-stant process, considering that the novel genre itself has formal malleability since the first texts created that were inserted in this type of literary tradition. This research aims to present the formal reconfigurations and paths of the medieval Lusitanian novel of the 16th century, based on chivalry novel such as: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), by João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), by Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), by Jorge Ferreira de Vasconcellos; e the Crônica de Dom Duardos (158o), by Gonçalo Coutinho. From an analysis of these books, we will seek to present how and through what narrative mechanisms chivalric novels reconfigure and transform themselves, taking on a different form from that commonly found in the medieval period.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessIdade Médialiteratura portuguesanovela de cavalariaforma da novela de cavalariaséculo XVINas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVIinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Leticia Raiane dos Santos.pdfTESE Leticia Raiane dos Santos.pdfapplication/pdf1751854https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/1/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf5c049815537ddafaaf49687955d6f5eaMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52TEXTTESE Leticia Raiane dos Santos.pdf.txtTESE Leticia Raiane dos Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain595167https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/4/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf.txtcef24301e718ec06aef172ed472536a8MD54THUMBNAILTESE Leticia Raiane dos Santos.pdf.jpgTESE Leticia Raiane dos Santos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1193https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/5/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf.jpg5fb0d1a24452860196dae2b1840a2cebMD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82362https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/3/license.txt5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973MD53123456789/552882024-03-01 02:23:59.193oai:repositorio.ufpe.br:123456789/55288VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2l6YcOnw6NvIGRlIERvY3VtZW50b3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRQoKCkRlY2xhcm8gZXN0YXIgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBlc3RlIFRlcm1vIGRlIERlcMOzc2l0byBMZWdhbCBlIEF1dG9yaXphw6fDo28gdGVtIG8gb2JqZXRpdm8gZGUgZGl2dWxnYcOnw6NvIGRvcyBkb2N1bWVudG9zIGRlcG9zaXRhZG9zIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgZSBkZWNsYXJvIHF1ZToKCkkgLSBvcyBkYWRvcyBwcmVlbmNoaWRvcyBubyBmb3JtdWzDoXJpbyBkZSBkZXDDs3NpdG8gc8OjbyB2ZXJkYWRlaXJvcyBlIGF1dMOqbnRpY29zOwoKSUkgLSAgbyBjb250ZcO6ZG8gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIMOpIGRlIHJlc3BvbnNhYmlsaWRhZGUgZGUgc3VhIGF1dG9yaWE7CgpJSUkgLSBvIGNvbnRlw7pkbyDDqSBvcmlnaW5hbCwgZSBzZSBvIHRyYWJhbGhvIGUvb3UgcGFsYXZyYXMgZGUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgZm9yYW0gdXRpbGl6YWRvcywgZXN0YXMgZm9yYW0gZGV2aWRhbWVudGUgcmVjb25oZWNpZGFzOwoKSVYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIG9icmEgY29sZXRpdmEgKG1haXMgZGUgdW0gYXV0b3IpOiB0b2RvcyBvcyBhdXRvcmVzIGVzdMOjbyBjaWVudGVzIGRvIGRlcMOzc2l0byBlIGRlIGFjb3JkbyBjb20gZXN0ZSB0ZXJtbzsKClYgLSBxdWFuZG8gdHJhdGFyLXNlIGRlIFRyYWJhbGhvIGRlIENvbmNsdXPDo28gZGUgQ3Vyc28sIERpc3NlcnRhw6fDo28gb3UgVGVzZTogbyBhcnF1aXZvIGRlcG9zaXRhZG8gY29ycmVzcG9uZGUgw6AgdmVyc8OjbyBmaW5hbCBkbyB0cmFiYWxobzsKClZJIC0gcXVhbmRvIHRyYXRhci1zZSBkZSBUcmFiYWxobyBkZSBDb25jbHVzw6NvIGRlIEN1cnNvLCBEaXNzZXJ0YcOnw6NvIG91IFRlc2U6IGVzdG91IGNpZW50ZSBkZSBxdWUgYSBhbHRlcmHDp8OjbyBkYSBtb2RhbGlkYWRlIGRlIGFjZXNzbyBhbyBkb2N1bWVudG8gYXDDs3MgbyBkZXDDs3NpdG8gZSBhbnRlcyBkZSBmaW5kYXIgbyBwZXLDrW9kbyBkZSBlbWJhcmdvLCBxdWFuZG8gZm9yIGVzY29saGlkbyBhY2Vzc28gcmVzdHJpdG8sIHNlcsOhIHBlcm1pdGlkYSBtZWRpYW50ZSBzb2xpY2l0YcOnw6NvIGRvIChhKSBhdXRvciAoYSkgYW8gU2lzdGVtYSBJbnRlZ3JhZG8gZGUgQmlibGlvdGVjYXMgZGEgVUZQRSAoU0lCL1VGUEUpLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gQWJlcnRvOgoKTmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIGF1dG9yIHF1ZSByZWNhZW0gc29icmUgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8sIGZ1bmRhbWVudGFkbyBuYSBMZWkgZGUgRGlyZWl0byBBdXRvcmFsIG5vIDkuNjEwLCBkZSAxOSBkZSBmZXZlcmVpcm8gZGUgMTk5OCwgYXJ0LiAyOSwgaW5jaXNvIElJSSwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkIChhcXVpc2nDp8OjbykgYXRyYXbDqXMgZG8gc2l0ZSBkbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIG5vIGVuZGVyZcOnbyBodHRwOi8vd3d3LnJlcG9zaXRvcmlvLnVmcGUuYnIsIGEgcGFydGlyIGRhIGRhdGEgZGUgZGVww7NzaXRvLgoKIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gUmVzdHJpdG86CgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIGRvY3VtZW50bywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS42MTAgZGUgMTkgZGUgZmV2ZXJlaXJvIGRlIDE5OTgsIGFydC4gMjksIGluY2lzbyBJSUksIGF1dG9yaXpvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVybmFtYnVjbyBhIGRpc3BvbmliaWxpemFyIGdyYXR1aXRhbWVudGUsIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gZS9vdSBkb3dubG9hZCAoYXF1aXNpw6fDo28pIGF0cmF2w6lzIGRvIHNpdGUgZG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBubyBlbmRlcmXDp28gaHR0cDovL3d3dy5yZXBvc2l0b3Jpby51ZnBlLmJyLCBxdWFuZG8gZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgZW1iYXJnbyBjb25kaXplbnRlIGFvIHRpcG8gZGUgZG9jdW1lbnRvLCBjb25mb3JtZSBpbmRpY2FkbyBubyBjYW1wbyBEYXRhIGRlIEVtYmFyZ28uCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212024-03-01T05:23:59Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
title Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
spellingShingle Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
SANTOS, Leticia Raiane dos
Idade Média
literatura portuguesa
novela de cavalaria
forma da novela de cavalaria
século XVI
title_short Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
title_full Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
title_fullStr Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
title_full_unstemmed Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
title_sort Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas : reconfigurações formais no século XVI
author SANTOS, Leticia Raiane dos
author_facet SANTOS, Leticia Raiane dos
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2677400982257001
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7057435020772106
dc.contributor.author.fl_str_mv SANTOS, Leticia Raiane dos
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv VIEIRA, Anco Márcio Tenório
contributor_str_mv VIEIRA, Anco Márcio Tenório
dc.subject.por.fl_str_mv Idade Média
literatura portuguesa
novela de cavalaria
forma da novela de cavalaria
século XVI
topic Idade Média
literatura portuguesa
novela de cavalaria
forma da novela de cavalaria
século XVI
description A gênese da novela, para os historiadores da literatura portuguesa, como Maussaud Moisés (2012), Saraiva e Lopes (1975) e Fidelino Figueiredo (1960), encontra-se atrelada de modo exclusivo à Idade Média. Seguindo a mesma lógica, diversos estudos narratológicos escritos no Brasil e em Portugal atribuem à novela de cavalaria o papel de inaugurar, na literatura universal, a forma novelística. Contudo, pesquisas realizadas na Inglaterra, Espanha, França e Alemanha, por exemplo, desde 1960, já apontavam para origens de elementos formais e da novela propriamente dita desde a Antiguidade Clássica. Conforme Katherine Gittes (1991), gregos e romanos, do período clássico, exerceram influências na literatura europeia medieval, uma vez que a narrativa-moldura, basilar para o gênero novela, emerge de duas tradições literárias: uma ocidental, por meio da novela grega e romana clássica; e outra oriental, a partir de textos de caráter religioso indianos. Desde o seu surgimento, a novelística apresenta-se como uma forma mais popular e que possui maior maleabilidade formal e pôde transformar-se e readaptar-se ao longo dos anos. Assim, observamos que a novela de cavalaria sofre algumas alterações em sua composição ao longo do século XVI, apresentando novas temáticas, ciclos e modos de construção da narração (maior aprofundamento psicológico dos personagens; incursões em discursos líricos em meio à prosa; mescla entre verso e prosa; exaltação do povo luso, por meio de personagens representativos de seu caráter heroico inerente; entre outras coisas) não explorados no medievo. No entanto, essas transformações desse subgênero da novela não são observados apenas durante o Quinhentismo, uma vez que, desde o século XII, quando surge no Ocidente, a novela de cavalaria não emerge enquanto uma forma necessariamente acabada, pois emerge com uma escrita em verso, o Roman, passa por um processo de prosificação a partir do século XIII, no qual esse subgênero não só converte-se em prosa, mas herda alguns aspectos composicionais da historiografia medieval, como a inserção de um autor ficcional na narrativa, a súmula por capítulo e a preocupação da pormenorização dos eventos narrados no texto. Assim, a constituição da forma da novela de cavalaria é um processo não estanque, tendo em vista que o gênero novela em si possui maleabilidade formal desde os primeiros textos criados que se inseriram nesse tipo de tradição literária. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as reconfigurações formais e os percursos da novela medieval lusitana do século XVI, a partir de obras como: Crônica do Imperador Clarimundo donde os Reis de Portugal descendem (1522), de João de Barros; Palmeirim de Inglaterra (1541-1543), de Francisco de Moraes; O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda (1554), de Jorge Ferreira de Vasconcellos; e Crônica de Dom Duardos (1580), de Dom Gonçalo Coutinho. A partir de uma análise destes livros, buscaremos apresentar como e por meio de que mecanismos narrativos as novelas de cavalaria reconfiguram-se e transformam-se, assumindo uma forma distinta da que comumente encontramos no período medieval.
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023-03-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-02-29T12:25:17Z
dc.date.available.fl_str_mv 2024-02-29T12:25:17Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv SANTOS, Leticia Raiane dos. Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas: reconfigurações formais no século XVI. 2023. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55288
dc.identifier.dark.fl_str_mv ark:/64986/00130000049mj
identifier_str_mv SANTOS, Leticia Raiane dos. Nas trilhas das novelas de cavalaria portuguesas: reconfigurações formais no século XVI. 2023. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
ark:/64986/00130000049mj
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55288
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/1/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/4/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/5/TESE%20Leticia%20Raiane%20dos%20Santos.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/55288/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 5c049815537ddafaaf49687955d6f5ea
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
cef24301e718ec06aef172ed472536a8
5fb0d1a24452860196dae2b1840a2ceb
5e89a1613ddc8510c6576f4b23a78973
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1815172718431043584