Construção e validação da escala de empoderamento juvenil pela educação em saúde (ejedus)

• Autor(a) principal: BARROS, Mariana Boulitreau Siqueira Campos
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• dARK ID: ark:/64986/0013000003nh0
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52502
• topic: Empoderamento; Adolescente; Educação em Saúde; Enfermagem

O reconhecimento dos adolescentes sobre o contexto de vulnerabilidades em saúde implica no empoderamento que, por meio de práticas educativas fortalecem suas vozes para tomadas de decisão e mudanças de comportamentos, um processo de libertação, humanização, e indignação frente às injustiças, um ato político e social. O engajamento dos profissionais da enfermagem no planejamento e implementação das estratégias educativas mediadas por abordagens problematizadoras fomenta mudanças de paradigmas. Para aferir estas práticas voltadas para os adolescentes, há a necessidade de instrumentos com boas propriedades psicométricas que medem constructos de caráter emancipador, de enfrentamento das relações de opressão, e iniquidades das questões de saúde. O estudo tem o objetivo de analisar o processo de construção e validação da Escala de Empoderamento Juvenil pela Educação em Saúde (EJEduS) para mensuração do empoderamento de adolescentes ante as intervenções educativas em saúde. Trata-se de um estudo metodológico de abordagem mista, exploratória sequencial quali-quantitativo realizado no período de junho de 2020 a novembro de 2022. Para a estruturação da base teórica da Escala, foram realizados Círculos de Cultura em formato remoto com adolescentes de uma escola pública em Recife e de uma comunidade remanescente Quilombola em Passira. Método proposto por Paulo Freire, os círculos de Cultura foram desenvolvidos em oito etapas e os depoimentos foram analisados pela Teoria Fundamentada nos dados (TFD). A partir desta análise e de uma revisão da literatura, os itens e as dimensões da EJEduS foram elaboradas e submetidas à validação de conteúdo com juízes especialistas e o público-alvo. Foram calculados o Índice e Coeficiente de Validade de Conteúdo, e o Gwet AC2 para a concordância intraespecialistas. Após ajustes, foram realizadas ações de educação em saúde com adolescentes de Recife e Vitória de Santo Antão para a validação de constructo pela análise fatorial exploratória por estatísticas multivariadas e índices de ajuste. Por fim, a análise da confiabilidade da escala foi realizada pela consistência interna, e a reprodutibilidade. A análise dos discursos dos adolescentes pelos círculos de cultura permitiu o desenvolvimento da Teoria substantiva sobre Práticas Educativas Comprometidas com o Empoderamento em Saúde e a construção dos itens da escala para a validação de conteúdo entre juízes especialistas com IVC/CVC de 0,93/0,92, 0,88/0,9, 0,93/0,93, e Gwet AC2 de 0,89, 0,84, 0,89, para os critérios de relevância, clareza e pertinência, respectivamente. E com os adolescentes um IVC/CVC de 0,91/0,91 e Gwet AC2 de 0,96. A EJEduS apresenta-se com dois fatores, com um KMO de 0,918, Bartlett de p<0,001, RMSEA de 0,038, CFI de 0,994 e uma confiabilidade interna por um alpha de Cronbach de 0,925. Na análise da reprodutibilidade, a escala alcança um alpha de Cronbach de 0,919. Ao construir e validar um instrumento de aferição para a qualidade das ações educacionais, a EJEduS apresenta-se como uma ferramenta de medição do empoderamento juvenil em saúde ante uma intervenção educativa com boa validade de conteúdo e de constructo, e uma forte estrutura interna, além de uma boa consistência interna e reprodutibilidade.