A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11771 |
Resumo: | Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista. |
id |
UFPE_7367fceb7421c92c7d01f8d7ad748ea3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11743 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
Portela Júnior, AristeuSoares, Eliane Veras 2015-03-10T18:48:36Z2015-03-10T18:48:36Z2013-01-31https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11771Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista.CNPqporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessBrasilDemocraciaFlorestan FernandesOrdem social competitivaSocialismoA problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDissertação Aristeu Portela.pdf.jpgDissertação Aristeu Portela.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1191https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/4/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf.jpgf7b0d3f81df4fa9942e7da58235bb4c6MD54ORIGINALDissertação Aristeu Portela.pdfDissertação Aristeu Portela.pdfapplication/pdf1521335https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf0966c705135292c7cff0cff6384d0e6bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/2/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD52TEXTDissertação Aristeu Portela.pdf.txtDissertação Aristeu Portela.pdf.txtExtracted texttext/plain392502https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf.txt1509a17c72783b344acf3f954af97a99MD53123456789/117432019-10-25 17:04:42.348oai:repositorio.ufpe.br:123456789/11743TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T20:04:42Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
title |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
spellingShingle |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes Portela Júnior, Aristeu Brasil Democracia Florestan Fernandes Ordem social competitiva Socialismo |
title_short |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
title_full |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
title_fullStr |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
title_full_unstemmed |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
title_sort |
A problemática da democracia brasileira no pensamento de Florestan Fernandes |
author |
Portela Júnior, Aristeu |
author_facet |
Portela Júnior, Aristeu |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Portela Júnior, Aristeu |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Soares, Eliane Veras |
contributor_str_mv |
Soares, Eliane Veras |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Brasil Democracia Florestan Fernandes Ordem social competitiva Socialismo |
topic |
Brasil Democracia Florestan Fernandes Ordem social competitiva Socialismo |
description |
Este trabalho analisa o modo como Florestan Fernandes concebe os obstáculos à concretização da democracia no Brasil, e os caminhos por ele apontados para a superação desses obstáculos. Elaboramos uma hipótese da divisão do pensamento do autor no que concerne unicamente a essa problemática, fundamentada nas diferentes categorias conceituais por ele empregadas, bem como nos pressupostos teóricos e políticos das suas análises. No “primeiro momento” da sua reflexão sobre a democracia brasileira, que engloba textos produzidos entre as décadas de 1950 e 1960, analisamos três eixos norteadores que dizem respeito aos seus principais aportes teóricos: a hipótese da demora cultural; o apego sociopático ao passado por parte das elites brasileiras; e a não realização plena da ordem social competitiva no Brasil. Aqui, a revolução burguesa e a ordem social competitiva são vistas como o caminho possível e provável, nas condições imperantes no Brasil naquele momento, de superar os entraves do “antigo regime” que impedem a plena universalização da cidadania. A preocupação de Fernandes volta-se para a realização dos requisitos políticos e sociais da “civilização moderna” no Brasil; e, assim, democracia e ordem social competitiva, enquanto polos desse mesmo padrão civilizatório, aparecem umbilicalmente ligadas na reflexão do autor. No “segundo momento” de sua análise sobre a problemática da democracia brasileira, que engloba textos elaborados nas décadas de 1970 e 1980, Fernandes radicaliza sua posição política e seus referenciais teóricos. No que concerne aos obstáculos à democracia, são dois os principais conceitos que resumem suas reflexões: o de “democracia restrita”, e o de “modelo autocrático” de dominação burguesa. Em vista do fechamento da realidade política para o qual esses conceitos apontam, Florestan advoga a necessidade de as classes trabalhadoras e populares, no Brasil, submeterem-se a uma socialização socialista de modo a poder lutar pela “revolução democrática”, a qual é entendida pelo autor num duplo sentido: tanto uma transformação “dentro da ordem” (no sentido de ampliação da democracia burguesa), quanto uma “contra a ordem” (que busca a conformação de uma democracia operária). Altera-se a relação que o autor postula entre democracia e ordem social competitiva no Brasil. Enquanto democracia “burguesa”, mas de “participação ampliada”, ela pode e deve ser dinamizada ainda no interior de uma ordem capitalista. Entretanto, não pode ser encarada como o bastião político das classes baixas; elas só a assumem enquanto bandeira de luta porque a própria burguesia, num contexto de dependência e de subdesenvolvimento, tendo de se adaptar aos requisitos políticos do capitalismo monopolista, não pode fazê-lo. Enquanto “democracia operária”, ela não pode ser conciliada com os dinamismos da ordem capitalista, porque implica não só um modo específico de organização e condução dos assuntos políticos, mas também a subversão dos próprios fundamentos em que se assenta a estruturação da sociedade capitalista. |
publishDate |
2013 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013-01-31 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2015-03-10T18:48:36Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2015-03-10T18:48:36Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11771 |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11771 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/4/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/2/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/11743/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Aristeu%20Portela.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
f7b0d3f81df4fa9942e7da58235bb4c6 0966c705135292c7cff0cff6384d0e6b 4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08 1509a17c72783b344acf3f954af97a99 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310684730458112 |