Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LIMA, Paulo Rogerio Gomes de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7412
Resumo: A infecção em cirurgias ortopédicas continua sendo uma complicação incomum e pode ser devastadora, com a perda da função e o aumento da morbidade (Luessenhop,1996). As taxas de infecção em cirurgias ortopédicas eletivas fechadas variam de 0,5% a 4%, podendo chegar a 30% em cirurgias abertas em centros de referencia (MacGraw, 1988; Perren, 2002). A definição de infecção do sitio cirurgico (ISC) é complexa e compreende um período de acompanhamento pós-operatório que vai de 02 meses até um 01 ano a depender do sistema utilizado, se o escore ASEPSIS ou critérios do CDC. A relevância desse tema induziu diversos pesquisadores a investigarem os fatores que predispõem os pacientes a ISC, bem como o desenvolvimento de teste mais acurados para o diagnóstico da ISC. Diversos marcadores têm sido propostos para o diagnóstico precoce das infecções bacterianas da ferida operatória em cirurgias, porém com resultados poucos satisfatórios. Recentemente foi proposto o uso da procalcitonina. O objetivo deste estudo foi estimar a incidência da ISC em geral e identificar os fatores a ela associados e validar a procalcitonina como marcador precoce, para distinguir um processo infecioso de um não infecioso, em indivíduos submetidos à artroplastia. O escore ASEPSIS foi utilizado como padrão-ouro para presença de infecção. O estudo foi constituído de duas etapas: caso-controle e validação fase III. Classificamos os indivíduos em 03 grupos (infeccioso, não infeccioso e normal), de acordo com o escore ASEPSIS. No estudo de caso-controle realizamos analise univariada e multivariada, calculando os odds ratios e seus respectivos intervalos de confiança e o valor de p. No estudo de validação comparamos a média da procalcitonina (PCT) pré e pós-operatória e estimamos os parâmetros relacionados à acurácia do teste. Um total de 590 pacientes foram selecionados para o estudo de caso-controle. A incidência de ISC foi de 11.5%. Os fatores que apresentaram associacao independente com ISC foram: bronquite(OR=5.55), uso de corticoide(OR= 6.43) e hemoglobina<12mg/dl(OR= 3.98), no período pré-operatório. O escore ASA>2(OR= 5.032) no período per-operatório e no período pós-operatório identificamos o hematoma na ferida cirúrgica(OR= 20.41). No estudo de validação o ponto de corte que correspondeu a melhor acurácia foi de 0,065ng/ml. Na comparação entre o grupo infeccioso e não infeccioso, a área abaixo da curva ROC (AUC) foi de 0.76 (95% IC 0.68-0.83), sensibilidade de 60.3% (95% IC 47.0-72.0), especificidade 85.1% (95% IC 74.3-92.6), LR+ 4.04 (95% IC 3.3-5.0), LR- 0.47 (95% IC 0.2-0.9). Na comparação entre os grupos infecciosos e não infecciosos + normais associados, AUC foi de 078 (95% IC 0.73-0.83), sensibilidade 60.3% (95% IC 47.7- 72.0), especificidade 90.5% (95% IC 86.0-94.0), LR+ 6.36 (95% IC 5.2-7.7) e LR- 0.44 (95% IC 0.3-0.7), a probabilidade e o odds pós-teste para o teste positivo foi de 65% de 1,9 e para o teste negativo a probabilidade pos-teste foi 11% e o odds foi de 0,1. Concluímos, baseados nos dados do estudo que alguns dos fatores de risco independentes identificados podem ser minimizados com procedimentos adequados. Em relação ao valor da PCT pós-operatória acima de 0,065ng/ml nas primeiras 24 horas apos o procedimento cirurgico, este pode contribuir de forma moderada para distinguir um processo infeccioso de um processo não infeccioso em uma ferida operatória pós-artroplastia. E ainda, caso do resultado do teste esteja acima do ponto de corte determinado, deve-se pensar em iniciar antibioticoterapia, principalmente quando este vier acompanhado de algum fator de risco associado a ISC(bronquite, uso de corticode continuo, anemia, ASA<2 ou Hematoma)
id UFPE_77063f75cbf458ba3edf6770f08202f8
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7412
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling LIMA, Paulo Rogerio Gomes deXIMENES, Ricardo Arraes de Alencar2014-06-12T18:32:04Z2014-06-12T18:32:04Z2012-01-31Rogerio Gomes de Lima, Paulo; Arraes de Alencar Ximenes, Ricardo. Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia. 2012. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2012.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7412A infecção em cirurgias ortopédicas continua sendo uma complicação incomum e pode ser devastadora, com a perda da função e o aumento da morbidade (Luessenhop,1996). As taxas de infecção em cirurgias ortopédicas eletivas fechadas variam de 0,5% a 4%, podendo chegar a 30% em cirurgias abertas em centros de referencia (MacGraw, 1988; Perren, 2002). A definição de infecção do sitio cirurgico (ISC) é complexa e compreende um período de acompanhamento pós-operatório que vai de 02 meses até um 01 ano a depender do sistema utilizado, se o escore ASEPSIS ou critérios do CDC. A relevância desse tema induziu diversos pesquisadores a investigarem os fatores que predispõem os pacientes a ISC, bem como o desenvolvimento de teste mais acurados para o diagnóstico da ISC. Diversos marcadores têm sido propostos para o diagnóstico precoce das infecções bacterianas da ferida operatória em cirurgias, porém com resultados poucos satisfatórios. Recentemente foi proposto o uso da procalcitonina. O objetivo deste estudo foi estimar a incidência da ISC em geral e identificar os fatores a ela associados e validar a procalcitonina como marcador precoce, para distinguir um processo infecioso de um não infecioso, em indivíduos submetidos à artroplastia. O escore ASEPSIS foi utilizado como padrão-ouro para presença de infecção. O estudo foi constituído de duas etapas: caso-controle e validação fase III. Classificamos os indivíduos em 03 grupos (infeccioso, não infeccioso e normal), de acordo com o escore ASEPSIS. No estudo de caso-controle realizamos analise univariada e multivariada, calculando os odds ratios e seus respectivos intervalos de confiança e o valor de p. No estudo de validação comparamos a média da procalcitonina (PCT) pré e pós-operatória e estimamos os parâmetros relacionados à acurácia do teste. Um total de 590 pacientes foram selecionados para o estudo de caso-controle. A incidência de ISC foi de 11.5%. Os fatores que apresentaram associacao independente com ISC foram: bronquite(OR=5.55), uso de corticoide(OR= 6.43) e hemoglobina<12mg/dl(OR= 3.98), no período pré-operatório. O escore ASA>2(OR= 5.032) no período per-operatório e no período pós-operatório identificamos o hematoma na ferida cirúrgica(OR= 20.41). No estudo de validação o ponto de corte que correspondeu a melhor acurácia foi de 0,065ng/ml. Na comparação entre o grupo infeccioso e não infeccioso, a área abaixo da curva ROC (AUC) foi de 0.76 (95% IC 0.68-0.83), sensibilidade de 60.3% (95% IC 47.0-72.0), especificidade 85.1% (95% IC 74.3-92.6), LR+ 4.04 (95% IC 3.3-5.0), LR- 0.47 (95% IC 0.2-0.9). Na comparação entre os grupos infecciosos e não infecciosos + normais associados, AUC foi de 078 (95% IC 0.73-0.83), sensibilidade 60.3% (95% IC 47.7- 72.0), especificidade 90.5% (95% IC 86.0-94.0), LR+ 6.36 (95% IC 5.2-7.7) e LR- 0.44 (95% IC 0.3-0.7), a probabilidade e o odds pós-teste para o teste positivo foi de 65% de 1,9 e para o teste negativo a probabilidade pos-teste foi 11% e o odds foi de 0,1. Concluímos, baseados nos dados do estudo que alguns dos fatores de risco independentes identificados podem ser minimizados com procedimentos adequados. Em relação ao valor da PCT pós-operatória acima de 0,065ng/ml nas primeiras 24 horas apos o procedimento cirurgico, este pode contribuir de forma moderada para distinguir um processo infeccioso de um processo não infeccioso em uma ferida operatória pós-artroplastia. E ainda, caso do resultado do teste esteja acima do ponto de corte determinado, deve-se pensar em iniciar antibioticoterapia, principalmente quando este vier acompanhado de algum fator de risco associado a ISC(bronquite, uso de corticode continuo, anemia, ASA<2 ou Hematoma)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessInfecção do sítio cirúrgicoValidaçãoProcalcitoninaSensibilidadeEspecificidade e ASEPSISValidação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo9615_1.pdf.jpgarquivo9615_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1404https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/4/arquivo9615_1.pdf.jpgd1fe0c90a378691460e1cdfbaa39df8cMD54ORIGINALarquivo9615_1.pdfapplication/pdf4224651https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/1/arquivo9615_1.pdfc17d31bf7a35cd2f826284aa321b3b06MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo9615_1.pdf.txtarquivo9615_1.pdf.txtExtracted texttext/plain196939https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/3/arquivo9615_1.pdf.txt0b0acbc3ad388d8008b37cd5437192dbMD53123456789/74122019-10-25 14:07:27.565oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7412Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T17:07:27Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
title Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
spellingShingle Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
LIMA, Paulo Rogerio Gomes de
Infecção do sítio cirúrgico
Validação
Procalcitonina
Sensibilidade
Especificidade e ASEPSIS
title_short Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
title_full Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
title_fullStr Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
title_full_unstemmed Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
title_sort Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia
author LIMA, Paulo Rogerio Gomes de
author_facet LIMA, Paulo Rogerio Gomes de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv LIMA, Paulo Rogerio Gomes de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv XIMENES, Ricardo Arraes de Alencar
contributor_str_mv XIMENES, Ricardo Arraes de Alencar
dc.subject.por.fl_str_mv Infecção do sítio cirúrgico
Validação
Procalcitonina
Sensibilidade
Especificidade e ASEPSIS
topic Infecção do sítio cirúrgico
Validação
Procalcitonina
Sensibilidade
Especificidade e ASEPSIS
description A infecção em cirurgias ortopédicas continua sendo uma complicação incomum e pode ser devastadora, com a perda da função e o aumento da morbidade (Luessenhop,1996). As taxas de infecção em cirurgias ortopédicas eletivas fechadas variam de 0,5% a 4%, podendo chegar a 30% em cirurgias abertas em centros de referencia (MacGraw, 1988; Perren, 2002). A definição de infecção do sitio cirurgico (ISC) é complexa e compreende um período de acompanhamento pós-operatório que vai de 02 meses até um 01 ano a depender do sistema utilizado, se o escore ASEPSIS ou critérios do CDC. A relevância desse tema induziu diversos pesquisadores a investigarem os fatores que predispõem os pacientes a ISC, bem como o desenvolvimento de teste mais acurados para o diagnóstico da ISC. Diversos marcadores têm sido propostos para o diagnóstico precoce das infecções bacterianas da ferida operatória em cirurgias, porém com resultados poucos satisfatórios. Recentemente foi proposto o uso da procalcitonina. O objetivo deste estudo foi estimar a incidência da ISC em geral e identificar os fatores a ela associados e validar a procalcitonina como marcador precoce, para distinguir um processo infecioso de um não infecioso, em indivíduos submetidos à artroplastia. O escore ASEPSIS foi utilizado como padrão-ouro para presença de infecção. O estudo foi constituído de duas etapas: caso-controle e validação fase III. Classificamos os indivíduos em 03 grupos (infeccioso, não infeccioso e normal), de acordo com o escore ASEPSIS. No estudo de caso-controle realizamos analise univariada e multivariada, calculando os odds ratios e seus respectivos intervalos de confiança e o valor de p. No estudo de validação comparamos a média da procalcitonina (PCT) pré e pós-operatória e estimamos os parâmetros relacionados à acurácia do teste. Um total de 590 pacientes foram selecionados para o estudo de caso-controle. A incidência de ISC foi de 11.5%. Os fatores que apresentaram associacao independente com ISC foram: bronquite(OR=5.55), uso de corticoide(OR= 6.43) e hemoglobina<12mg/dl(OR= 3.98), no período pré-operatório. O escore ASA>2(OR= 5.032) no período per-operatório e no período pós-operatório identificamos o hematoma na ferida cirúrgica(OR= 20.41). No estudo de validação o ponto de corte que correspondeu a melhor acurácia foi de 0,065ng/ml. Na comparação entre o grupo infeccioso e não infeccioso, a área abaixo da curva ROC (AUC) foi de 0.76 (95% IC 0.68-0.83), sensibilidade de 60.3% (95% IC 47.0-72.0), especificidade 85.1% (95% IC 74.3-92.6), LR+ 4.04 (95% IC 3.3-5.0), LR- 0.47 (95% IC 0.2-0.9). Na comparação entre os grupos infecciosos e não infecciosos + normais associados, AUC foi de 078 (95% IC 0.73-0.83), sensibilidade 60.3% (95% IC 47.7- 72.0), especificidade 90.5% (95% IC 86.0-94.0), LR+ 6.36 (95% IC 5.2-7.7) e LR- 0.44 (95% IC 0.3-0.7), a probabilidade e o odds pós-teste para o teste positivo foi de 65% de 1,9 e para o teste negativo a probabilidade pos-teste foi 11% e o odds foi de 0,1. Concluímos, baseados nos dados do estudo que alguns dos fatores de risco independentes identificados podem ser minimizados com procedimentos adequados. Em relação ao valor da PCT pós-operatória acima de 0,065ng/ml nas primeiras 24 horas apos o procedimento cirurgico, este pode contribuir de forma moderada para distinguir um processo infeccioso de um processo não infeccioso em uma ferida operatória pós-artroplastia. E ainda, caso do resultado do teste esteja acima do ponto de corte determinado, deve-se pensar em iniciar antibioticoterapia, principalmente quando este vier acompanhado de algum fator de risco associado a ISC(bronquite, uso de corticode continuo, anemia, ASA<2 ou Hematoma)
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-01-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-06-12T18:32:04Z
dc.date.available.fl_str_mv 2014-06-12T18:32:04Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Rogerio Gomes de Lima, Paulo; Arraes de Alencar Ximenes, Ricardo. Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia. 2012. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2012.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7412
identifier_str_mv Rogerio Gomes de Lima, Paulo; Arraes de Alencar Ximenes, Ricardo. Validação da procalcitonina como marcador precoce de infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos à artroplastia. 2012. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2012.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7412
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/4/arquivo9615_1.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/1/arquivo9615_1.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/2/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7412/3/arquivo9615_1.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d1fe0c90a378691460e1cdfbaa39df8c
c17d31bf7a35cd2f826284aa321b3b06
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
0b0acbc3ad388d8008b37cd5437192db
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310813195698176