A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36808
Resumo: Esta tese tem como objetivo investigar a constituição de mortos indigentes no IMLAPC Recife e como essa constituição se inscreve como dispositivo necropolítico. Buscou analisar os lugares, práticas, atores e argumentos que compõem a produção da noção de mortos indigentes; e, investigar de quem são os corpos classificados como indigentes. Está embasada teoricamente na noção de necropolítica, lançada por Achille Mbembe. Para entender essa noção, foram utilizadas as ideias de biopoder e biopolítica, trabalhadas por Michel Foucault. Como estratégia metodológica, foi utilizada pesquisa documental nos arquivos do IMLAPC PE e observação. De modo geral, no IML, os corpos de identidade desconhecida podem ser homens e mulheres baleados, atropelados, carbonizado, suicidas, encontrados em forma de ossada, cujos corpos não são identificados; e, corpos identificados, mas que não houve o comparecimento dos seus familiares no IML para proceder com os trâmites de liberação. Os resultados apontam que existe uma matriz central que enlaça a constituição do morto indigente, a raça: são corpos negros. A partir dos laudos produzidos no IMLAPC sobre os corpos não identificados, foi observado que a classificação de um morto como indigente funciona como um dispositivo que aciona uma série de atores, instituições, saberes científicos e práticas, como estratégia necropolítica para promover mortes sociais e físicas. Conclui se que a constituição do morto indigente é resultado de uma série de violações promovidas ainda quando esses mortos eram vivos: situação de pobreza, fragilidade dos vínculos familiares e comunitários, perda do status de cidadão frente à ausência de documentação civil, e vulnerabilidades decorrentes do racismo estrutural, sobretudo quando os dados estatísticos e os estudos apontam que a população negra está exposta a uma série de violências.
id UFPE_7d8859238dccb65b4727c9257451fcc7
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/36808
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santoshttp://lattes.cnpq.br/4510265550723445http://lattes.cnpq.br/6347300386755274CORDEIRO, Rosineide de Lourdes Meira2020-03-04T21:36:23Z2020-03-04T21:36:23Z2019-05-31NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos. A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco: "afinal de contas de quem se trata?". 2019. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36808Esta tese tem como objetivo investigar a constituição de mortos indigentes no IMLAPC Recife e como essa constituição se inscreve como dispositivo necropolítico. Buscou analisar os lugares, práticas, atores e argumentos que compõem a produção da noção de mortos indigentes; e, investigar de quem são os corpos classificados como indigentes. Está embasada teoricamente na noção de necropolítica, lançada por Achille Mbembe. Para entender essa noção, foram utilizadas as ideias de biopoder e biopolítica, trabalhadas por Michel Foucault. Como estratégia metodológica, foi utilizada pesquisa documental nos arquivos do IMLAPC PE e observação. De modo geral, no IML, os corpos de identidade desconhecida podem ser homens e mulheres baleados, atropelados, carbonizado, suicidas, encontrados em forma de ossada, cujos corpos não são identificados; e, corpos identificados, mas que não houve o comparecimento dos seus familiares no IML para proceder com os trâmites de liberação. Os resultados apontam que existe uma matriz central que enlaça a constituição do morto indigente, a raça: são corpos negros. A partir dos laudos produzidos no IMLAPC sobre os corpos não identificados, foi observado que a classificação de um morto como indigente funciona como um dispositivo que aciona uma série de atores, instituições, saberes científicos e práticas, como estratégia necropolítica para promover mortes sociais e físicas. Conclui se que a constituição do morto indigente é resultado de uma série de violações promovidas ainda quando esses mortos eram vivos: situação de pobreza, fragilidade dos vínculos familiares e comunitários, perda do status de cidadão frente à ausência de documentação civil, e vulnerabilidades decorrentes do racismo estrutural, sobretudo quando os dados estatísticos e os estudos apontam que a população negra está exposta a uma série de violências.CAPESThis thesis aims to investigate the constitution of indigent deaths in IMLAPC-Recife and how this constitution is inscribed as a necropolitan device. It sought to analyze the places, practices, actors and arguments that make up the production of the notion of indigent deaths; and, investigate whose bodies are classified as indigent. It is based theoretically on the notion of necropolítica, launched by Achille Mbembe. To understand this notion, the ideas of biopower and biopolitics, worked by Michel Foucault, were used. As a methodological strategy, documentary research was used in the IMLAPC PE archives and observation. Generally, in the IML, the indigent dead can be men and women shot, trampled, charred, suicidal, found in bone form, whose bodies are not identified; and bodies identified, but that their family members did not attend the IML to proceed with the release proceedings. The results indicate that there is a central matrix that links the constitution of the indigent dead, the race: they are black bodies. From the reports produced in the IMLAPC on the unidentified bodies, it was observed that the classification of a dead as indigent works as a device that triggers a series of actors, institutions, scientific knowledge and practices, as a necropolitical strategy to promote social and physical deaths. It is concluded that the constitution of the indigent dead is the result of a series of violations promoted even when these dead were alive: poverty, fragility of family and community ties, loss of citizenship status in the absence of civil documentation, and resulting vulnerabilities of structural racism, especially when statistical data and studies indicate that the black population is exposed to a series of violence.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologiaMedicina legalMorteIndigênciaNecropolíticaBiopoderA construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdfTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdfapplication/pdf5648904https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/1/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf844111c5354347eb3456538f0db2ee68MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdf.txtTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdf.txtExtracted texttext/plain289731https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/4/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf.txt00098b5a43cc949278ac5c9d3dedadf6MD54THUMBNAILTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdf.jpgTESE Rebeca Ramany Santos Nascimento.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1322https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/5/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf.jpge174e32090dc91eb8b9577998a64ee76MD55123456789/368082020-03-05 02:19:16.259oai:repositorio.ufpe.br:123456789/36808TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212020-03-05T05:19:16Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
title A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
spellingShingle A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos
Psicologia
Medicina legal
Morte
Indigência
Necropolítica
Biopoder
title_short A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
title_full A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
title_fullStr A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
title_full_unstemmed A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
title_sort A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco : "afinal de contas de quem se trata?"
author NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos
author_facet NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/4510265550723445
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6347300386755274
dc.contributor.author.fl_str_mv NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv CORDEIRO, Rosineide de Lourdes Meira
contributor_str_mv CORDEIRO, Rosineide de Lourdes Meira
dc.subject.por.fl_str_mv Psicologia
Medicina legal
Morte
Indigência
Necropolítica
Biopoder
topic Psicologia
Medicina legal
Morte
Indigência
Necropolítica
Biopoder
description Esta tese tem como objetivo investigar a constituição de mortos indigentes no IMLAPC Recife e como essa constituição se inscreve como dispositivo necropolítico. Buscou analisar os lugares, práticas, atores e argumentos que compõem a produção da noção de mortos indigentes; e, investigar de quem são os corpos classificados como indigentes. Está embasada teoricamente na noção de necropolítica, lançada por Achille Mbembe. Para entender essa noção, foram utilizadas as ideias de biopoder e biopolítica, trabalhadas por Michel Foucault. Como estratégia metodológica, foi utilizada pesquisa documental nos arquivos do IMLAPC PE e observação. De modo geral, no IML, os corpos de identidade desconhecida podem ser homens e mulheres baleados, atropelados, carbonizado, suicidas, encontrados em forma de ossada, cujos corpos não são identificados; e, corpos identificados, mas que não houve o comparecimento dos seus familiares no IML para proceder com os trâmites de liberação. Os resultados apontam que existe uma matriz central que enlaça a constituição do morto indigente, a raça: são corpos negros. A partir dos laudos produzidos no IMLAPC sobre os corpos não identificados, foi observado que a classificação de um morto como indigente funciona como um dispositivo que aciona uma série de atores, instituições, saberes científicos e práticas, como estratégia necropolítica para promover mortes sociais e físicas. Conclui se que a constituição do morto indigente é resultado de uma série de violações promovidas ainda quando esses mortos eram vivos: situação de pobreza, fragilidade dos vínculos familiares e comunitários, perda do status de cidadão frente à ausência de documentação civil, e vulnerabilidades decorrentes do racismo estrutural, sobretudo quando os dados estatísticos e os estudos apontam que a população negra está exposta a uma série de violências.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-05-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-03-04T21:36:23Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-03-04T21:36:23Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos. A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco: "afinal de contas de quem se trata?". 2019. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36808
identifier_str_mv NASCIMENTO, Rebeca Ramany Santos. A construção do morto indigente no Instituto Médico Legal de Pernambuco: "afinal de contas de quem se trata?". 2019. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36808
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Psicologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/1/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/4/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/36808/5/TESE%20Rebeca%20Ramany%20Santos%20Nascimento.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 844111c5354347eb3456538f0db2ee68
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
bd573a5ca8288eb7272482765f819534
00098b5a43cc949278ac5c9d3dedadf6
e174e32090dc91eb8b9577998a64ee76
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310853704286208