Admirável comunicação nova: um estudo sobre a comunicação nas distopias literária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dantas de Figueredo, Carolina
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/2885
Resumo: Objetivando criticar a utopia da comunicação, tomou-se como corpus de análise três distopias literárias: Admirável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley; 1984 (1948), de George Orwell e Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury. A despeito de seu caráter ficcional, considera-se que tais obras dialogam com o real. Em adição, ao imaginarem o porvir, estas distopias servem como metáforas e como alerta para os dias de hoje, uma vez que se referem a aspectos da comunicação que seriam encontrados contemporaneamente. Nos regimes distópicos há o embate entre duas forças antagônicas: o poder que faz de tudo para se manter, utilizando para isso os meios de comunicação disponíveis, e os sujeitos que tentam resistir com as poucas armas que têm. Para contemplar estas forças, correspondentes a duas formas de poder, e as estratégias de comunicação correlatas a cada uma, parte-se da discussão tradicional da comunicação como Aparelho Ideológico do Estado (Althusser) e da sua participação na Indústria Cultural (Adorno e Horkheimer) até chegar à noção foucaultiana de micropoder. As distopias tratam da comunicação através de três perspectivas distintas, porém complementares: a da construção da verdade; a das mídias e da Indústria Cultural; e a do sujeito que busca formas alternativas de comunicação para escapar de um sistema hostil. Esta tese sugere que, para abarcar a complexidade dos problemas e demandas da comunicação na primeira metade do século XXI, o foco nas mídias e no poder que elas exercem não basta. Como o poder não existe sem o micropoder, não se pode falar de comunicação sem considerar o sujeito, seu corpo e o espaço que ocupa. Assim, aponta-se, para fenômenos de comunicação que estão em ordens de sentido não mediatizadas e busca-se o sujeito da e na comunicação. Trata-se de restaurar a categoria sujeito e a dimensão do humano ao invés de focalizar a razão instrumental. Paralelamente, a ideia de comunicação como a priori, que a considera existente antes do sujeito ou na sua ausência, é criticada. A utopia da comunicação passa pelo sujeito. Ela não jaz unicamente nos processos técnicos, mas nos sujeitos que, dispondo de instrumentos melhores, podem ampliar suas possibilidades de acesso aos saberes, aos outros sujeitos e, sobretudo, de serem mais livres e promoverem mudanças sociais e culturais efetivas, usando estes instrumentos. Só aí estaria finalmente cumprida a profecia do Homo communicans
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Nos regimes distópicos há o embate entre duas forças antagônicas: o poder que faz de tudo para se manter, utilizando para isso os meios de comunicação disponíveis, e os sujeitos que tentam resistir com as poucas armas que têm. Para contemplar estas forças, correspondentes a duas formas de poder, e as estratégias de comunicação correlatas a cada uma, parte-se da discussão tradicional da comunicação como Aparelho Ideológico do Estado (Althusser) e da sua participação na Indústria Cultural (Adorno e Horkheimer) até chegar à noção foucaultiana de micropoder. As distopias tratam da comunicação através de três perspectivas distintas, porém complementares: a da construção da verdade; a das mídias e da Indústria Cultural; e a do sujeito que busca formas alternativas de comunicação para escapar de um sistema hostil. Esta tese sugere que, para abarcar a complexidade dos problemas e demandas da comunicação na primeira metade do século XXI, o foco nas mídias e no poder que elas exercem não basta. Como o poder não existe sem o micropoder, não se pode falar de comunicação sem considerar o sujeito, seu corpo e o espaço que ocupa. Assim, aponta-se, para fenômenos de comunicação que estão em ordens de sentido não mediatizadas e busca-se o sujeito da e na comunicação. Trata-se de restaurar a categoria sujeito e a dimensão do humano ao invés de focalizar a razão instrumental. Paralelamente, a ideia de comunicação como a priori, que a considera existente antes do sujeito ou na sua ausência, é criticada. A utopia da comunicação passa pelo sujeito. Ela não jaz unicamente nos processos técnicos, mas nos sujeitos que, dispondo de instrumentos melhores, podem ampliar suas possibilidades de acesso aos saberes, aos outros sujeitos e, sobretudo, de serem mais livres e promoverem mudanças sociais e culturais efetivas, usando estes instrumentos. 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