Desencantos da interpretação anti racista: um estudo de caso da comunidade de Santo Amaro
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1078 |
Resumo: | Nem mesmo conquistas como a classificação racial, tampouco o reconhecimento hoje de determinados movimentos juvenis como representantes dos ideais do Movimento Negro, ofuscam algumas das dificuldades de aceitação da interpretação anti racista no Brasil. De um lado a classificação racial demonstra problemas práticos no que diz respeito a questão da morenidade, de outro a idéia do cercamento etno-racial esbarra na heterogeneidade social do lugar escolhido como centralizador da resistência urbana. Em minha pesquisa, procurei compreender como líderes comunitários de Santo Amaro Recife - centralizam seus discursos políticos de atuação, bem como percebem os grupos mais fragilizados diante da violência. Busquei perceber, por um lado, se em suas atuações voluntárias como líderes de associações comunitárias havia discurso anti-racista e, de outro lado, se a cor de pele das vitimas de homicídios saltava-lhes aos olhos . Entre a mobilização social, pude perceber que a chamada luta anti racista está restrita a poucas formas de atuação, assim como restritos são os discursos onde a cor de pele menos clara das vitimas de homicídios é ressaltada. Por fim, concluo que, em meio aos ganhos políticos que se dignam ao combate ao racismo no Brasil, ao movimento negro se impõe necessidade de refletir sobre o processo de mudança ocorrido desde sua unificação em fins da década de 70 nos aspectos que dizem respeito ao modelo bi polarizado negro/branco de classificação racial, assim como a exaltação da favela como categoria análoga ao gueto negro |
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Em minha pesquisa, procurei compreender como líderes comunitários de Santo Amaro Recife - centralizam seus discursos políticos de atuação, bem como percebem os grupos mais fragilizados diante da violência. Busquei perceber, por um lado, se em suas atuações voluntárias como líderes de associações comunitárias havia discurso anti-racista e, de outro lado, se a cor de pele das vitimas de homicídios saltava-lhes aos olhos . Entre a mobilização social, pude perceber que a chamada luta anti racista está restrita a poucas formas de atuação, assim como restritos são os discursos onde a cor de pele menos clara das vitimas de homicídios é ressaltada. Por fim, concluo que, em meio aos ganhos políticos que se dignam ao combate ao racismo no Brasil, ao movimento negro se impõe necessidade de refletir sobre o processo de mudança ocorrido desde sua unificação em fins da década de 70 nos aspectos que dizem respeito ao modelo bi polarizado negro/branco de classificação racial, assim como a exaltação da favela como categoria análoga ao gueto negroCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessRecifeBairro de Santo AmaroDesenvolvimento humanoMovimento social negro no BrasilAnti racismoDesencantos da interpretação anti racista: um estudo de caso da comunidade de Santo Amaroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo792_1.pdf.jpgarquivo792_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1233https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/1078/4/arquivo792_1.pdf.jpg26c058a6b825befef8c1cd1bf96f9f24MD54ORIGINALarquivo792_1.pdfapplication/pdf1004905https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/1078/1/arquivo792_1.pdfb499a62bc69f0e15a8d7af132dac250eMD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/1078/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo792_1.pdf.txtarquivo792_1.pdf.txtExtracted texttext/plain136832https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/1078/3/arquivo792_1.pdf.txt0f49f60390d20d9d27ad30b8908ffb25MD53123456789/10782019-10-25 12:20:06.596oai:repositorio.ufpe.br:123456789/1078Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T15:20:06Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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