Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Vanessa Neto do
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19651
Resumo: Este trabalho se propõe a discutir os sentidos sobre a malandragem que atravessam o discurso de Bezerra da Silva, mais especificamente, sua produção musical, em dois períodos distintos: a fase malandra, tomada aqui na década de 80 e 90, e a gospel, no ano de 2005. Para tanto, vamos revisitar as condições sócio-históricas do que chamaremos Formação Discursiva da Malandragem, definida neste trabalho a partir de dois eixos condutores: o trabalho e a espiritualidade. Esse retorno à história permitiu-nos compreender como a mudança do regime colonial para o capitalista, no Rio de Janeiro, afetou diretamente a vida de centenas de ex-escravos e descendentes ao tentar afastá-los do centro da cidade e do contato com as camadas mais abastadas, não lhes garantindo as mínimas condições de vida. Nesse contexto surge um movimento de resistência dessa classe oprimida impulsionado pelo projeto de tornar a cidade “branca”, burguesa. Em virtude disso, entendemos inicialmente a malandragem no sentido de resistência a esses projetos, materializando-se na figura de um representante de uma classe negro-proletária que habita o imaginário nacional e que encontra no samba e na espiritualidade cantada a possibilidade de fuga da realidade a que é submetido, garantindo sua permanência no corpo social. Apoiados nos estudos da Análise de discurso de orientação pecheuxtiana, especialmente sobre a noção de formação discursiva e os conceitos a ela relacionados, procuramos delimitar o que definimos “FD da malandragem”, descrevendo os discursos sobre o trabalho e a espiritualidade que a atravessam e provocam deslizamentos de sentidos sobre o malandro e a malandragem . A delimitação dessa FD se mostrou necessária para que pudéssemos, a partir dela, verificar os deslocamentos que encontramos na produção de Bezerra da Silva com relação ao modo de compreender o malandro e a malandragem no morro, seja pelo viés do trabalho, seja na relação com a espiritualidade. Pelo viés do trabalho, temos deslizamentos de sentidos em relação ao malandro quando aparecem sujeitos que se relacionam com as drogas, seja como trabalho alternativo, seja em relação ao uso. No que diz respeito à espiritualidade, tem-se também deslizamentos de sentidos em relação à figura do pai de santo que procura ludibriar o outro para ganhar dinheiro, ao orixá pelo qual o sujeito clama e, na fase gospel, tem-se uma tentativa de afastamento do malandro tradicional e com a FD que o dominava, no intuito de romper com os sentidos sobre o malandro e a malandragem estabelecidos.
id UFPE_85e9ebb592306064cfd6791de6566969
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/19651
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling NASCIMENTO, Vanessa Neto doNARDI, Fabiele Stockmans de2017-07-14T14:35:32Z2017-07-14T14:35:32Z2016-03-10https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19651Este trabalho se propõe a discutir os sentidos sobre a malandragem que atravessam o discurso de Bezerra da Silva, mais especificamente, sua produção musical, em dois períodos distintos: a fase malandra, tomada aqui na década de 80 e 90, e a gospel, no ano de 2005. Para tanto, vamos revisitar as condições sócio-históricas do que chamaremos Formação Discursiva da Malandragem, definida neste trabalho a partir de dois eixos condutores: o trabalho e a espiritualidade. Esse retorno à história permitiu-nos compreender como a mudança do regime colonial para o capitalista, no Rio de Janeiro, afetou diretamente a vida de centenas de ex-escravos e descendentes ao tentar afastá-los do centro da cidade e do contato com as camadas mais abastadas, não lhes garantindo as mínimas condições de vida. Nesse contexto surge um movimento de resistência dessa classe oprimida impulsionado pelo projeto de tornar a cidade “branca”, burguesa. Em virtude disso, entendemos inicialmente a malandragem no sentido de resistência a esses projetos, materializando-se na figura de um representante de uma classe negro-proletária que habita o imaginário nacional e que encontra no samba e na espiritualidade cantada a possibilidade de fuga da realidade a que é submetido, garantindo sua permanência no corpo social. Apoiados nos estudos da Análise de discurso de orientação pecheuxtiana, especialmente sobre a noção de formação discursiva e os conceitos a ela relacionados, procuramos delimitar o que definimos “FD da malandragem”, descrevendo os discursos sobre o trabalho e a espiritualidade que a atravessam e provocam deslizamentos de sentidos sobre o malandro e a malandragem . A delimitação dessa FD se mostrou necessária para que pudéssemos, a partir dela, verificar os deslocamentos que encontramos na produção de Bezerra da Silva com relação ao modo de compreender o malandro e a malandragem no morro, seja pelo viés do trabalho, seja na relação com a espiritualidade. Pelo viés do trabalho, temos deslizamentos de sentidos em relação ao malandro quando aparecem sujeitos que se relacionam com as drogas, seja como trabalho alternativo, seja em relação ao uso. No que diz respeito à espiritualidade, tem-se também deslizamentos de sentidos em relação à figura do pai de santo que procura ludibriar o outro para ganhar dinheiro, ao orixá pelo qual o sujeito clama e, na fase gospel, tem-se uma tentativa de afastamento do malandro tradicional e com a FD que o dominava, no intuito de romper com os sentidos sobre o malandro e a malandragem estabelecidos.CAPESEste trabajo se propone a discutir los sentidos sobre la malandragem, los que cruzan el discurso de Bezerra da Silva, más especificamente, su producción musical, en dos períodos distintos: la fase malandra, tomada aquí en las décadas de 80 y 90, y la gospel, en el año de 2005. Para tanto, vamos a revisitar las condiciones sociohistóricas, las que nombraremos Formación Discursiva de la Malandragem, definida en este trabalho a partir de dos ejes conductores: el trabajo y la espiritualidad. Ese retorno a la história nos permitió comprender cómo el cambio del regimén colonial para el capitalista, en Rio de Janiro, afectó directamente la vida de centenas de ex-esclavos y descendentes al intento de alejarlos del centro de la ciudad y del contato con las clases más adineradas, sin asegurarles las mínimas condiciones de vida. En ese contexto surge un movimiento de resistencia de esa clase oprimida impulsionado por el proyecto de tornar la ciudad “blanca”, burguesa. Debido a eso, entendemos inicialmente la malandragem en el sentido de resistencia a esses proyectos, materializándose en la figura de un representante de uma clase negroproletária la que habita el imaginario nacional y la que encuentra en la samba y en la espiritualidad cantada la posibilidad de huir de la realidad a la que està sometido, garantiendo su permanencia en el corpo social. Apoyados en los estudios de Análisis del Discurso de orientación pecheuxtiana, especialmente sobre la noción de formación discursiva y los conceptos a ella relacionados, buscamos delimitar lo que definimos “FD da malandragem”, descriviendo los discursos sobre el trabajo y la espiritualidad los que la cruzan y causan deslizamientos de sentidos sobre el malandro y la malandragem. La delimitación de esa FD se mostró necessária para que pudiéramos, a partir de ella, verificar los desplazamientos los que encontramos en la producción de Bezerra da Silva con relación al modo de comprender el malandro y la malandragem en el “morro”, sea por la vía del trabajo, sea en la relación con la espiritualidad. Por la vía del trabajo, tenemos deslizamientos de sentidos en relación al malandro, cuando se muestran sujetos que se relacionan con las drogas, tanto como trabajo alternativo, como en relación a su consumo. Sobre la espiritualidad, hay cambios también de sentidos en relación a la figura del “pai de santo” el que busca engañar al otro por dinero, al orixá para el cual el sujeto clama y, en la fase gospel, hay un intento de ruptura del sujeto con la FD la que le nombrava en un intento de romper con los sentidos establecidos sobre el malandro y la malandragem.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessMalandragemAnálise de discursoBezerra da SilvaTrabalhoEspiritualidadeQuando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silvainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1169https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf.jpgfd59c1ab770aab888b2336ccb2d0a232MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdfDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdfapplication/pdf1096952https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf94e829dc4ef48a721cc568584266db98MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdf.txtDISSERTAÇÃO Vanessa Neto.pdf.txtExtracted texttext/plain290992https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf.txtd5ddae689a442aec45c713ecfb39d453MD54123456789/196512019-10-25 21:12:45.58oai:repositorio.ufpe.br:123456789/19651TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-26T00:12:45Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
title Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
spellingShingle Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
NASCIMENTO, Vanessa Neto do
Malandragem
Análise de discurso
Bezerra da Silva
Trabalho
Espiritualidade
title_short Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
title_full Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
title_fullStr Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
title_full_unstemmed Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
title_sort Quando o destino me pisa,o barraco desliza: malandragem, trabalho e espiritualidade em Bezerra da Silva
author NASCIMENTO, Vanessa Neto do
author_facet NASCIMENTO, Vanessa Neto do
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv NASCIMENTO, Vanessa Neto do
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv NARDI, Fabiele Stockmans de
contributor_str_mv NARDI, Fabiele Stockmans de
dc.subject.por.fl_str_mv Malandragem
Análise de discurso
Bezerra da Silva
Trabalho
Espiritualidade
topic Malandragem
Análise de discurso
Bezerra da Silva
Trabalho
Espiritualidade
description Este trabalho se propõe a discutir os sentidos sobre a malandragem que atravessam o discurso de Bezerra da Silva, mais especificamente, sua produção musical, em dois períodos distintos: a fase malandra, tomada aqui na década de 80 e 90, e a gospel, no ano de 2005. Para tanto, vamos revisitar as condições sócio-históricas do que chamaremos Formação Discursiva da Malandragem, definida neste trabalho a partir de dois eixos condutores: o trabalho e a espiritualidade. Esse retorno à história permitiu-nos compreender como a mudança do regime colonial para o capitalista, no Rio de Janeiro, afetou diretamente a vida de centenas de ex-escravos e descendentes ao tentar afastá-los do centro da cidade e do contato com as camadas mais abastadas, não lhes garantindo as mínimas condições de vida. Nesse contexto surge um movimento de resistência dessa classe oprimida impulsionado pelo projeto de tornar a cidade “branca”, burguesa. Em virtude disso, entendemos inicialmente a malandragem no sentido de resistência a esses projetos, materializando-se na figura de um representante de uma classe negro-proletária que habita o imaginário nacional e que encontra no samba e na espiritualidade cantada a possibilidade de fuga da realidade a que é submetido, garantindo sua permanência no corpo social. Apoiados nos estudos da Análise de discurso de orientação pecheuxtiana, especialmente sobre a noção de formação discursiva e os conceitos a ela relacionados, procuramos delimitar o que definimos “FD da malandragem”, descrevendo os discursos sobre o trabalho e a espiritualidade que a atravessam e provocam deslizamentos de sentidos sobre o malandro e a malandragem . A delimitação dessa FD se mostrou necessária para que pudéssemos, a partir dela, verificar os deslocamentos que encontramos na produção de Bezerra da Silva com relação ao modo de compreender o malandro e a malandragem no morro, seja pelo viés do trabalho, seja na relação com a espiritualidade. Pelo viés do trabalho, temos deslizamentos de sentidos em relação ao malandro quando aparecem sujeitos que se relacionam com as drogas, seja como trabalho alternativo, seja em relação ao uso. No que diz respeito à espiritualidade, tem-se também deslizamentos de sentidos em relação à figura do pai de santo que procura ludibriar o outro para ganhar dinheiro, ao orixá pelo qual o sujeito clama e, na fase gospel, tem-se uma tentativa de afastamento do malandro tradicional e com a FD que o dominava, no intuito de romper com os sentidos sobre o malandro e a malandragem estabelecidos.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016-03-10
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-07-14T14:35:32Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-07-14T14:35:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19651
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19651
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Letras
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/19651/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Vanessa%20Neto.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv fd59c1ab770aab888b2336ccb2d0a232
94e829dc4ef48a721cc568584266db98
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
d5ddae689a442aec45c713ecfb39d453
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310651406712832