Fundamentos para uma sociologia crítica da formação humana: um estudo sobre o papel das redes associacionistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simão de Freitas, Alexandre
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9763
Resumo: Fundamentos para uma sociologia crítica da formação. Um estudo sobre as redes associacionistas da educação pretende explicitar os novos desafios para a formação humana, tendo em vista os vetores que informam a construção política do imaginário democrático das sociedades contemporâneas. Um projeto formativo sempre carrega uma interpretação do homem e da sociedade. Argumenta-se, então, que o esgotamento dos ideais que sustentaram, historicamente, o programa da modernidade não apenas transformou as estratégias reguladoras no setor educacional, mas também implicou um trabalho de reconfiguração da educação do cidadão. Nesse contexto, as reformas educacionais desencadeadas no Brasil, na década de 1990, encontraram-se diante da necessidade de reconstruir a noção de formação como objeto cultural. Por essa razão, propôs-se a discussão de um referencial teórico alternativo para analisar a formação humana na atualidade: o paradigma da dádiva. Inicialmente, esse sistema teórico possibilitou ultrapassar os dilemas das principais teorias democráticas, as quais têm enfrentado a dificuldade de articular as questões da justiça com os princípios da solidariedade. Em seguida, as idéias de Marcel Mauss, referência central desse trabalho, permitiram demonstrar que a educação ensina na generosidade recíproca , ou seja, a educação é uma dádiva. A defesa dessa tese implicou relacionar o modo de circulação da educação, como bem simbólico, nas redes formais de ensino e nas chamadas redes associacionistas . Essa situação provocou o aparecimento de um novo objeto de estudo para as ciências sociais: as redes associacionistas de educação. Um objeto híbrido que exigiu o uso de novos dispositivos para sua investigação derivados do paradigma das redes. Desse modo, foi possível investigar as políticas públicas de educação, situando a análise para além do aparato institucional do Estado, focalizando a análise na sua dimensão infra-política. Com base nessas premissas interrogou-se o papel que joga a educação, como bem simbólico, na formação dos adolescentes e jovens das periferias urbanas. Os resultados obtidos permitiram concluir que as redes associacionistas ao não desvincularem a transmissão dos saberes dos vínculos relacionais que geram o espaço público, possibilitam a emergência de um tipo particular de identidade: a do indivíduo como sujeito capaz de compartilhar umvínculo associativo que apesar de ancorado nas relações concretas de pertencimento tem em vista os ideais de cidadania e solidariedade social. Perpassa, portanto, em todo o trabalho a compreensão de que a reflexão sobre a dádiva, no âmbito educativo, contribui não apenas com recursos críticos contra os reducionismos utilitaristas, mas aponta especialmente um caminho para se visualizar a formação humana como meio e fim da criação de formas mais avançadas de civilidade
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Argumenta-se, então, que o esgotamento dos ideais que sustentaram, historicamente, o programa da modernidade não apenas transformou as estratégias reguladoras no setor educacional, mas também implicou um trabalho de reconfiguração da educação do cidadão. Nesse contexto, as reformas educacionais desencadeadas no Brasil, na década de 1990, encontraram-se diante da necessidade de reconstruir a noção de formação como objeto cultural. Por essa razão, propôs-se a discussão de um referencial teórico alternativo para analisar a formação humana na atualidade: o paradigma da dádiva. Inicialmente, esse sistema teórico possibilitou ultrapassar os dilemas das principais teorias democráticas, as quais têm enfrentado a dificuldade de articular as questões da justiça com os princípios da solidariedade. Em seguida, as idéias de Marcel Mauss, referência central desse trabalho, permitiram demonstrar que a educação ensina na generosidade recíproca , ou seja, a educação é uma dádiva. A defesa dessa tese implicou relacionar o modo de circulação da educação, como bem simbólico, nas redes formais de ensino e nas chamadas redes associacionistas . Essa situação provocou o aparecimento de um novo objeto de estudo para as ciências sociais: as redes associacionistas de educação. Um objeto híbrido que exigiu o uso de novos dispositivos para sua investigação derivados do paradigma das redes. Desse modo, foi possível investigar as políticas públicas de educação, situando a análise para além do aparato institucional do Estado, focalizando a análise na sua dimensão infra-política. Com base nessas premissas interrogou-se o papel que joga a educação, como bem simbólico, na formação dos adolescentes e jovens das periferias urbanas. 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