Galiléia: práticas e representações sociais das doenças ambientais relacionadas com o saneamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guillermo Mina, James
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/703
Resumo: Nesta pesquisa, de cunho antropológico, buscamos entender a lógica interna das práticas e representações sociais das doenças ambientais relacionadas com o saneamento básico, construídas pelos moradores de Galiléia, uma vila camponesa do município de Vitória de Santo Antão, no Estado de Pernambuco, Nordeste brasileiro. As representações sociais são um corpo organizado de idéias e pensamentos que orientam os indivíduos no seu agir cotidiano. As representações sociais são compartilhadas pelo grupo humano onde são produzidas, e como modalidade de conhecimento especifico têm como função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre os indivíduos. (Moscovici,1978) No fenômeno saúde-doença de Galiléia, uma bipolaridade exógena/endógena está quase sempre presente nos discursos. De um lado, eles consideram que a doença sempre vem de fora da cidade, do exterior - - para estragar sua ordem familiar e social. Ou seja, a doença para eles não têm uma origem endógena, - no entanto, as estatísticas biomédicas da região Nordeste do Brasil mostrem o contrario-. De outro, por solidariedade de grupo, eles sempre negam que um familiar, um parente, um amigo, esteja envolvido na gênese das doenças ambientais. Além disso, os moradores da Galiléia pouco percebem modificações nas aparências ou funcionamento orgânico dos indivíduos atingidos por parasitas, o que tem levado à invisibilidade de algumas doenças, especialmente as chamadas de crianças . A análise das práticas e representações sociais das doenças ambientais relacionadas com o saneamento na Galiléia nos possibilitou captar as diferentes formas de articulação entre os indivíduos e a sociedade, entre as doenças ambientais e a ineficácia do Estado, ou as relações de poder. Mas também, olhar que suas representações dizem sobre a necessidades de reforçar regras assimétricas de gênero, ou de valores morais de sua ordem camponesa
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As representações sociais são compartilhadas pelo grupo humano onde são produzidas, e como modalidade de conhecimento especifico têm como função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre os indivíduos. (Moscovici,1978) No fenômeno saúde-doença de Galiléia, uma bipolaridade exógena/endógena está quase sempre presente nos discursos. De um lado, eles consideram que a doença sempre vem de fora da cidade, do exterior - - para estragar sua ordem familiar e social. Ou seja, a doença para eles não têm uma origem endógena, - no entanto, as estatísticas biomédicas da região Nordeste do Brasil mostrem o contrario-. De outro, por solidariedade de grupo, eles sempre negam que um familiar, um parente, um amigo, esteja envolvido na gênese das doenças ambientais. Além disso, os moradores da Galiléia pouco percebem modificações nas aparências ou funcionamento orgânico dos indivíduos atingidos por parasitas, o que tem levado à invisibilidade de algumas doenças, especialmente as chamadas de crianças . A análise das práticas e representações sociais das doenças ambientais relacionadas com o saneamento na Galiléia nos possibilitou captar as diferentes formas de articulação entre os indivíduos e a sociedade, entre as doenças ambientais e a ineficácia do Estado, ou as relações de poder. 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