Polimorfismos dos genes das citocinas regulatórias (IL-10 e TGF-β1), inflamatória (IL-4) e do receptor de vitamina D em relação aos fenótipos clínicos da alergia às proteínas do leite de vaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Silvia Alves da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000tmrb
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18005
Resumo: A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) é definida como uma reação adversa imunologicamente mediada. A complexidade da APLV é observada tanto no espectro de apresentações clínicas como na sua história natural, e na sua etiologia, sobrepondo-se fatores genéticos e ambientais. O objetivo deste estudo foi analisar a frequência de polimorfismos nos genes das citocinas regulatórias (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e no gene do receptor de vitamina D (VDR) em crianças com e sem APLV. A amostra foi selecionada por conveniência, com coleta de dados nos ambulatórios de Gastroenterologia Pediátrica, Alergia e Imunologia Pediátrica e Puericultura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, entre abril de 2013 a junho de 2015. Foram avaliadas 154 crianças. Destas, 70 foram diagnosticadas com APLV (casos) e 84 eram saudáveis (grupo comparativo). O grupo com APLV apresentou maior proporção de crianças menores de um ano de idade (68,6% vs 35,7%; p=0,000), nascidos através de cesariana (85,7% vs 67,9%; p=0,010), com pais e mães com nível de escolaridade elevada e maior frequência de mães com atopia (55,7% vs 33,3%; p=0,005), em relação ao grupo comparativo. Dentre os casos, 31 (44,3%) foram classificados como portadores de sintomas predominantemente gastrintestinais e 39 (55,7%) com manifestação de sintomas cutâneos/respiratórios/anafilaxia. A idade (mediana) ao início dos sintomas foi menor no grupo gastrintestinal (30 dias vs 90 dias, p= 0,000), quando comparado ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia. Ao término do estudo, a ausência de sintomas foi identificada em 29 (41,4%) das 70 crianças com APLV. A idade (mediana) nesse período foi menor no grupo gastrintestinal, em comparação ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia (16 meses vs 20 meses; p= 0,036). A análise dos polimorfismos genéticos não apresentou diferença significante nas frequências genotípicas e alélicas para os genes das citocinas TGF-β1 (-509), IL-10 (-1082, -819 e -592), IL-4 (-590), receptor de IL-4 (IL-4R) e VDR (Fok I e Taq I) entre os casos e o grupo comparativo e entre os dois grupos de fenótipos clínicos e o grupo comparativo. Após controle para possíveis fatores de confusão, a cesariana (OR= 2,68; IC95%: 1,16 – 6,20) e a atopia materna (OR= 2,45; IC95%: 1,00 – 3,85) foram as variáveis associadas a maior chance para desenvolver APLV no grupo estudado. Quando estratificadas por fenótipo clínico, a menor duração do aleitamento materno exclusivo (OR= 4,85; IC95%: 1,81 – 13,03) e a atopia materna (OR= 3,59; IC95%: 1,44 – 8,92) foram associadas ao fenótipo clínico gastrintestinal, enquanto a cesariana (OR= 3,50; IC95%: 1,20 – 10,23) e o nascer prematuro (OR= 3,19; IC95%: 1,07 – 9,49) foram associados ao aumento da chance para o fenótipo clínico de reações cutâneas/respiratórias/anafilaxia. Concluiu-se que os polimorfismos nos genes das citocinas tolerogênicas (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e do gene VDR (Fok I e Taq I) não apresentaram associação estatística com a APLV e os respectivos fenótipos clínicos. Contudo, a atopia materna, a menor duração do aleitamento materno exclusivo, a cesariana e a prematuridade apresentaram associação, podendo indicar que o ambiente pode exercer um efeito potencialmente maior sobre a patogênese dessa enfermidade.
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spelling SILVA, Silvia Alves dahttp://lattes.cnpq.br/3173882015997492http://lattes.cnpq.br/0557373983746122SARINHO, Emanuel Sávio Cavalcanti2016-10-18T17:32:34Z2016-10-18T17:32:34Z2016-08-30https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18005ark:/64986/001300000tmrbA alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) é definida como uma reação adversa imunologicamente mediada. A complexidade da APLV é observada tanto no espectro de apresentações clínicas como na sua história natural, e na sua etiologia, sobrepondo-se fatores genéticos e ambientais. O objetivo deste estudo foi analisar a frequência de polimorfismos nos genes das citocinas regulatórias (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e no gene do receptor de vitamina D (VDR) em crianças com e sem APLV. A amostra foi selecionada por conveniência, com coleta de dados nos ambulatórios de Gastroenterologia Pediátrica, Alergia e Imunologia Pediátrica e Puericultura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, entre abril de 2013 a junho de 2015. Foram avaliadas 154 crianças. Destas, 70 foram diagnosticadas com APLV (casos) e 84 eram saudáveis (grupo comparativo). O grupo com APLV apresentou maior proporção de crianças menores de um ano de idade (68,6% vs 35,7%; p=0,000), nascidos através de cesariana (85,7% vs 67,9%; p=0,010), com pais e mães com nível de escolaridade elevada e maior frequência de mães com atopia (55,7% vs 33,3%; p=0,005), em relação ao grupo comparativo. Dentre os casos, 31 (44,3%) foram classificados como portadores de sintomas predominantemente gastrintestinais e 39 (55,7%) com manifestação de sintomas cutâneos/respiratórios/anafilaxia. A idade (mediana) ao início dos sintomas foi menor no grupo gastrintestinal (30 dias vs 90 dias, p= 0,000), quando comparado ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia. Ao término do estudo, a ausência de sintomas foi identificada em 29 (41,4%) das 70 crianças com APLV. A idade (mediana) nesse período foi menor no grupo gastrintestinal, em comparação ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia (16 meses vs 20 meses; p= 0,036). A análise dos polimorfismos genéticos não apresentou diferença significante nas frequências genotípicas e alélicas para os genes das citocinas TGF-β1 (-509), IL-10 (-1082, -819 e -592), IL-4 (-590), receptor de IL-4 (IL-4R) e VDR (Fok I e Taq I) entre os casos e o grupo comparativo e entre os dois grupos de fenótipos clínicos e o grupo comparativo. Após controle para possíveis fatores de confusão, a cesariana (OR= 2,68; IC95%: 1,16 – 6,20) e a atopia materna (OR= 2,45; IC95%: 1,00 – 3,85) foram as variáveis associadas a maior chance para desenvolver APLV no grupo estudado. Quando estratificadas por fenótipo clínico, a menor duração do aleitamento materno exclusivo (OR= 4,85; IC95%: 1,81 – 13,03) e a atopia materna (OR= 3,59; IC95%: 1,44 – 8,92) foram associadas ao fenótipo clínico gastrintestinal, enquanto a cesariana (OR= 3,50; IC95%: 1,20 – 10,23) e o nascer prematuro (OR= 3,19; IC95%: 1,07 – 9,49) foram associados ao aumento da chance para o fenótipo clínico de reações cutâneas/respiratórias/anafilaxia. Concluiu-se que os polimorfismos nos genes das citocinas tolerogênicas (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e do gene VDR (Fok I e Taq I) não apresentaram associação estatística com a APLV e os respectivos fenótipos clínicos. Contudo, a atopia materna, a menor duração do aleitamento materno exclusivo, a cesariana e a prematuridade apresentaram associação, podendo indicar que o ambiente pode exercer um efeito potencialmente maior sobre a patogênese dessa enfermidade.CNPQCow’s milk protein allergy (CMPA) is defined as an immunologically mediated adverse reaction. The complexity of CMPA is demonstrated both in the range of clinical presentations and its natural history as well as the etiology, with the overlapping of genetic and environmental aspects. The aim of the present study was to analyze the frequency of polymorphisms in the genes of regulatory (TGF-β1 and IL-10) and inflammatory (IL-4) cytokines as well as the gene of the vitamin D receptor (VDR) in children with and without CMPA. A convenience sample was used. Data were collected at the pediatric gastroenterology and pediatric allergy and immunology clinics of the hospital pertaining to the Federal University of Pernambuco (Brazil) between April 2013 and June 2015. A total of 154 children were evaluated, 70 of whom were diagnosed with CMPA (cases) and 84 were considered healthy (comparative group). The group with CMPA had higher proportions of children less than one year of age (68.6% vs. 35.7%; p=0.000), those born by cesarean section (85.7% vs. 67.9%; p=0.010), those whose parents had a high level of schooling and those whose mothers had atopy (55.7% vs. 33.3%; p=0.005) in comparison to the comparative group. Among the cases, 31 (44.3%) were classified as having predominantly gastrointestinal symptoms and 39 (55.7%) were diagnosed with skin/respiratory/anaphylaxis symptoms. Median age at the onset of symptoms was lower in the gastrointestinal group in comparison to the skin/respiratory/anaphylaxis group (30 days vs. 90 days, p=0.000). At the end of the study, an absence of symptoms was found in 29 of the 70 children with CMPA (41.4%). Median age in this period was lower in the gastrointestinal group than the skin/respiratory/anaphylaxis group (16 months vs. 20 months; p=0.036). The analysis of genetic polymorphisms revealed no significant differences in genotypic or allelic frequencies for the genes of the cytokines TGF-β1 (-509), IL-10 (-1082, -819 and -592), IL-4 (-590), IL-4 receptor (IL-4R) or vitamin D receptor-VDR (Fok I and Taq I) between the case and comparative groups or between the two clinical phenotype groups and comparative group. After controlling for possible confounding factors, cesarean delivery (OR=2.68; 95%CI: 1.16-6.20) and maternal atopy (OR=2.45; 95%CI: 1.00-3.85) were associated with a greater chance of developing CMPA. When stratified based on clinical phenotype, a shorter duration of exclusion breastfeeding (OR=4.85; 95%CI: 1.81-13.03) and maternal atopy (OR=3.59; 95%CI: 1.44-8.92) were associated with the gastrointestinal phenotype, whereas cesarean birth (OR=3.50; 95%CI: 1.20-10.23) and premature birth (OR=3.19; CI95%: 1.07-9.49) were associated with an increased chance of the clinical phenotype of skin/respiratory/anaphylaxis reactions. In conclusion, polymorphisms in the genes of tolerogenic (TGF-β1 and IL-10) and inflammatory (IL-4) cytokines and the VDR gene (Fok I and Taq I) were not significantly associated with CMPA or its clinical phenotypes. However, maternal atopy, a shorter duration of exclusion breastfeeding, cesarean delivery and premature birth were associated, which indicates that the environment can have a potentially greater effect on the pathogenesis of this disease.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do AdolescenteUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessHipersensibilidade a leite. Polimorfismo genético. Citocinas. Receptor de vitamina D. Crianças.Hypersensitivity to milk; Genetic polymorphism; Cytokines; Vitamin D receptor; Child.Polimorfismos dos genes das citocinas regulatórias (IL-10 e TGF-β1), inflamatória (IL-4) e do receptor de vitamina D em relação aos fenótipos clínicos da alergia às proteínas do leite de vacainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTese Silvia Alves versão final biblioteca.pdf.jpgTese Silvia Alves versão final biblioteca.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1267https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/18005/5/Tese%20Silvia%20Alves%20vers%c3%a3o%20final%20biblioteca.pdf.jpge0a726d71b94b18a45d80f0a274b8359MD55ORIGINALTese Silvia Alves versão final biblioteca.pdfTese Silvia Alves versão final biblioteca.pdfapplication/pdf4384743https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/18005/1/Tese%20Silvia%20Alves%20vers%c3%a3o%20final%20biblioteca.pdf6869052e5eb02362b089b2cba4aaff8bMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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Hypersensitivity to milk; Genetic polymorphism; Cytokines; Vitamin D receptor; Child.
description A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) é definida como uma reação adversa imunologicamente mediada. A complexidade da APLV é observada tanto no espectro de apresentações clínicas como na sua história natural, e na sua etiologia, sobrepondo-se fatores genéticos e ambientais. O objetivo deste estudo foi analisar a frequência de polimorfismos nos genes das citocinas regulatórias (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e no gene do receptor de vitamina D (VDR) em crianças com e sem APLV. A amostra foi selecionada por conveniência, com coleta de dados nos ambulatórios de Gastroenterologia Pediátrica, Alergia e Imunologia Pediátrica e Puericultura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, entre abril de 2013 a junho de 2015. Foram avaliadas 154 crianças. Destas, 70 foram diagnosticadas com APLV (casos) e 84 eram saudáveis (grupo comparativo). O grupo com APLV apresentou maior proporção de crianças menores de um ano de idade (68,6% vs 35,7%; p=0,000), nascidos através de cesariana (85,7% vs 67,9%; p=0,010), com pais e mães com nível de escolaridade elevada e maior frequência de mães com atopia (55,7% vs 33,3%; p=0,005), em relação ao grupo comparativo. Dentre os casos, 31 (44,3%) foram classificados como portadores de sintomas predominantemente gastrintestinais e 39 (55,7%) com manifestação de sintomas cutâneos/respiratórios/anafilaxia. A idade (mediana) ao início dos sintomas foi menor no grupo gastrintestinal (30 dias vs 90 dias, p= 0,000), quando comparado ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia. Ao término do estudo, a ausência de sintomas foi identificada em 29 (41,4%) das 70 crianças com APLV. A idade (mediana) nesse período foi menor no grupo gastrintestinal, em comparação ao grupo cutâneo/respiratório/anafilaxia (16 meses vs 20 meses; p= 0,036). A análise dos polimorfismos genéticos não apresentou diferença significante nas frequências genotípicas e alélicas para os genes das citocinas TGF-β1 (-509), IL-10 (-1082, -819 e -592), IL-4 (-590), receptor de IL-4 (IL-4R) e VDR (Fok I e Taq I) entre os casos e o grupo comparativo e entre os dois grupos de fenótipos clínicos e o grupo comparativo. Após controle para possíveis fatores de confusão, a cesariana (OR= 2,68; IC95%: 1,16 – 6,20) e a atopia materna (OR= 2,45; IC95%: 1,00 – 3,85) foram as variáveis associadas a maior chance para desenvolver APLV no grupo estudado. Quando estratificadas por fenótipo clínico, a menor duração do aleitamento materno exclusivo (OR= 4,85; IC95%: 1,81 – 13,03) e a atopia materna (OR= 3,59; IC95%: 1,44 – 8,92) foram associadas ao fenótipo clínico gastrintestinal, enquanto a cesariana (OR= 3,50; IC95%: 1,20 – 10,23) e o nascer prematuro (OR= 3,19; IC95%: 1,07 – 9,49) foram associados ao aumento da chance para o fenótipo clínico de reações cutâneas/respiratórias/anafilaxia. Concluiu-se que os polimorfismos nos genes das citocinas tolerogênicas (TGF-β1 e IL-10), inflamatória (IL-4) e do gene VDR (Fok I e Taq I) não apresentaram associação estatística com a APLV e os respectivos fenótipos clínicos. Contudo, a atopia materna, a menor duração do aleitamento materno exclusivo, a cesariana e a prematuridade apresentaram associação, podendo indicar que o ambiente pode exercer um efeito potencialmente maior sobre a patogênese dessa enfermidade.
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