Bereitschaftspotential relacionado ao piscamento palpebral em sujeitos normais e parkinsonianos nos períodos Off e On

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mota, Isabella Araújo
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000jvwh
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12536
Resumo: O Bereitschaftspotential (BP) ou potencial de prontidão é uma onda negativa observada retrogradamente no eletroencefalograma (EEG) precedendo um ato motor. O BP tem sido usado na investigação dos mecanismos corticais de geração do movimento voluntário. A lentificação dos movimentos (bradicinesia) é um dos sinais cardinais da doença de Parkinson (DP). Objetivos: Estudar o BP precedendo o piscamento ocular em sujeitos normais e em pacientes com DP durante as fases Off (sem levodopa) e On (com levodopa). Métodos: Foram avaliados 18 sujeitos saudáveis (oito homens) entre 17 e 60 anos (média 35 anos) e 10 pacientes com DP (nove homens) entre 43 e 86 anos (média 58 anos) nos estágios 1 e 2 da escala de Hoehn & Yahr (H&Y). O EEG foi registrado em 11 posições do sistema 10-20 de colocação de eletrodos, em referência aos mastoides interligados. O eletro-oculograma vertical (VEOG) foi registrado por dois eletrodos posicionados acima e abaixo do olho direito. O eletrodo terra foi colocado na clavícula direita. Nos sujeitos normais os registros foram obtidos durante o piscamento palpebral espontâneo e voluntário. Nos pacientes com DP apenas o piscamento voluntário foi analisado e os registros obtidos durante as fases Off e On. Segmentos do EEG entre três segundos antes e dois segundos após o início do potencial do piscamento (identificado visualmente no canal de VEOG), livres de artefatos, foram promediados off-line e analisados em programa dedicado escrito em Matlab. A análise de significância estatística foi feita com modelos de Análise de Variância ANOVA. Resultados: Nos sujeitos normais a média do BP iniciou em torno de 1700 ms antes do início do piscamento voluntário, com amplitude média no pico da negatividade de 3.3 μV. Não se observou BP precedendo o piscamento espontâneo. Nos pacientes com DP, a média do BP iniciou em torno de 1500 ms antes do piscamento voluntário, com amplitude média no pico de negatividade de 0.6 μV. A média de amplitude do BP não foi significativamente diferente durante as fases Off e On. Conclusão: Este estudo demonstrou a presença de um BP precedendo o piscamento palpebral 11 voluntário, porém não precedendo ao piscamento palpebral espontâneo. Além disso, demontrou a presença de um BP com amplitude acentuadamente reduzida precedendo o piscamento voluntário de pacientes com DP nas fases 1 e 2 da escala H&Y. O uso da levodopa não aumentou a amplitude do BP. Estes dados indicam que o BP precedendo o piscamento palpebral é significativamente acometido já nas fases iniciais da DP, independentemente do uso da levodopa.
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