Emoções, lugares e memórias : um estudo sobre apropriações morais da Chacina do Rangel
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Data de Publicação: | 2019 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34433 |
Resumo: | O evento trágico do crime de chacina entre iguais, transformado pelos empreendedores morais da cidade de João Pessoa na narrativa pública e dramática da Chacina do Rangel, pode ser considerado como um divisor de águas na história do bairro do Varjão/Rangel e nas memórias que os moradores alimentam sobre o mesmo. Transcorridos mais de nove anos desde o fatídico 09 de julho de 2009 em que o ato de violência banal e cruel se consumou, o tema ainda permanece um tabu e objeto de vergonha e silêncio por parte dos moradores, mas também como objeto e momento de reflexão sobre as promessas feitas e, no mais das vezes, não realizadas, pelos empreendedores morais da cidade oficial, - a mídia local, a Igreja Católica e a Administração Pública, - que se aventuraram na apropriação moral e moralizante do crime de chacina como narrativa dramática de Chacina do Rangel. O exercício etnográfico de perceber e compreender os interditos, os breves desabafos e as sutis ironias e ressentimentos que compõem as memórias dos moradores do bairro do Varjão/Rangel sobre este momento crítico das sociabilidades pessoalizadas e engolfadas de uma figuração social pobre e estigmatizada, - mas bastante preocupada em manter e preservar suas fachadas individuais e coletivas de pessoas de bem que lutam pelo reconhecimento moral da cidade de João Pessoa, - foi possível somente mediante um conjunto de estratégias metodológicas entrecruzadas. Estas estratégias combinaram procedimentos vários, como a observação direta do local do crime e arredores, a montagem de um banco de imagens sobre crimes banais e cruéis ocorridos na cidade de João Pessoa, passeios diversos pelo bairro do Varjão/Rangel como morador atípico e um extenso levantamento histórico, geográfico e sociopolítico de acontecimentos pertinentes no bairro, de modo a possibilitar uma abordagem compreensiva das equivocações entre a cidade oficial e sua narrativa pública e dramática de Chacina do Rangel, por um lado, e o bairro popular estigmatizado com sua narrativa inversa de trauma cultural sobre o crime de chacina entre iguais ali ocorrido. |
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Transcorridos mais de nove anos desde o fatídico 09 de julho de 2009 em que o ato de violência banal e cruel se consumou, o tema ainda permanece um tabu e objeto de vergonha e silêncio por parte dos moradores, mas também como objeto e momento de reflexão sobre as promessas feitas e, no mais das vezes, não realizadas, pelos empreendedores morais da cidade oficial, - a mídia local, a Igreja Católica e a Administração Pública, - que se aventuraram na apropriação moral e moralizante do crime de chacina como narrativa dramática de Chacina do Rangel. O exercício etnográfico de perceber e compreender os interditos, os breves desabafos e as sutis ironias e ressentimentos que compõem as memórias dos moradores do bairro do Varjão/Rangel sobre este momento crítico das sociabilidades pessoalizadas e engolfadas de uma figuração social pobre e estigmatizada, - mas bastante preocupada em manter e preservar suas fachadas individuais e coletivas de pessoas de bem que lutam pelo reconhecimento moral da cidade de João Pessoa, - foi possível somente mediante um conjunto de estratégias metodológicas entrecruzadas. Estas estratégias combinaram procedimentos vários, como a observação direta do local do crime e arredores, a montagem de um banco de imagens sobre crimes banais e cruéis ocorridos na cidade de João Pessoa, passeios diversos pelo bairro do Varjão/Rangel como morador atípico e um extenso levantamento histórico, geográfico e sociopolítico de acontecimentos pertinentes no bairro, de modo a possibilitar uma abordagem compreensiva das equivocações entre a cidade oficial e sua narrativa pública e dramática de Chacina do Rangel, por um lado, e o bairro popular estigmatizado com sua narrativa inversa de trauma cultural sobre o crime de chacina entre iguais ali ocorrido.CAPESThe tragic event of the crime of slaughter among equals, transformed by the moral entrepreneurs of the city of João Pessoa in the public and dramatic narrative of Slaughter of Rangel, can be considered as a watershed in the history of the neighborhood of Varjão / Rangel and in the memories that the locals feed on it. More than nine years after the fateful July 9, 2009, when the act of banal and cruel violence was consummated, the theme still remains a taboo and an object of shame and silence on the part of the residents, but also as object and moment of reflection on the promises made, and most often unrealized, by the moral entrepreneurs of the official city - the local media, the Catholic Church and the Public Administration - who ventured into the moral and moralizing appropriation of the crime of slaughter as a dramatic narrative of Slaughter of Rangel. The ethnographic exercise of perceiving and understanding the interdicts, the brief outbursts and the subtle irony and resentment that compose the memories of the residents of the neighborhood of Varjão/Rangel on this critical moment of the socialized and engulfed sociabilities of a poor and stigmatized social figuration, - but very concerned about maintaining and preserving its individual and collective façades of good people who are fighting for the moral recognition of the city of João Pessoa, - was only possible through a set of interlocking methodological strategies. These strategies combined several procedures, such as direct observation of crime scene and its surroundings, the assembly of a bank of images about banal and cruel crimes in the city of João Pessoa, several walks through the neighborhood of Varjão/Rangel as an atypical resident and an extensive historical, geographic and sociopolitical survey of pertinent events in the neighborhood, in order to allow a comprehensive approach to the mistakes between the official city and its public and dramatic narrative of Slaughter of Rangel, on the one hand, and the stigmatized popular neighborhood with its inverse narrative of cultural trauma about the crime of slaughter between equals there.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAntropologiaEmoçõesMemóriaViolência urbana – João Pessoa (PB)Emoções, lugares e memórias : um estudo sobre apropriações morais da Chacina do Rangelinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Raoni Borges Barbosa.pdf.jpgTESE Raoni Borges Barbosa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1231https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34433/5/TESE%20Raoni%20Borges%20Barbosa.pdf.jpgf8b056510734f3c92da1df56f095f3a0MD55ORIGINALTESE Raoni Borges Barbosa.pdfTESE Raoni Borges Barbosa.pdfapplication/pdf5025221https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34433/1/TESE%20Raoni%20Borges%20Barbosa.pdf7f09db2f63af4e3949298b4969ef9966MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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