Estudos sedimentológicos, batimétricos e geoquímicos na região interna do Porto de Suape - PE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cintrao Barros, Luciano
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000014qpb
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6091
Resumo: O Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS) está localizado no litoral sul de Pernambuco, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, há aproximadamente 40 km do Recife. É considerado o principal porto da região Nordeste e um dos mais importantes do país. Entretanto, esta região têm sido frequentemente afetada nos últimos 30 anos, desde sua construção até os dias atuais, por diversas atividades antrópicas, tais como, aterramentos, construção de estradas, instalação e operação das indústrias, além do processo de urbanização crescente na área. Este trabalho teve como objetivo principal realizar um estudo sedimentológico, batimétrico e geoquímico nos estuários da região interna ao Porto de Suape, como subsídio ao monitoramento dos impactos ambientais presente nos ecossistemas remanescentes. De acordo com os resultados obtidos verificou-se que a região possui uma distribuição heterogênea de sedimentos de fundo, com a predominância da fácies arenosa (66%), principalmente na Baía de Suape, estuário do rio Massangana e riacho Ilha da Cana. Enquanto nas regiões mais distais e nas proximidades do Porto de Suape predominam os bolsões de lama (15%). Com relação à composição dos sedimentos foi observada na fração arenosa, a predominância de quartzo e bioclásticos (e.g. foraminíferos, gastrópodes, fragmentos de conchas e algas), enquanto na fração lamosa a presença de quartzo, caulinita e subordinadamente muscovita, esmectita e calcita. A ecobatimetria revelou a predominância da isóbata de 1 metro, principalmente na Baía de Suape, Riacho Ilha da Cana e Canal Retificado. Já no estuário do rio Massangana predominaram as isóbatas de 2 a 4 metros de profundidade. A única exceção foi à região próxima ao porto de Suape que apresentou cotas de até 16 metros. Os resultados dos parâmetros físico-químicos da água (pH, Eh, temperatura, condutividade, resistividade e sólidos totais dissolvidos) não apresentaram nenhum valor em desacordo com os padrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº 357/2005. Os valores mais elevados de M.O e C.T (26% e 19%, respectivamente) foram encontrados nas camadas mais antigas do testemunho 3, onde provavelmente a disponibilidade de ambos era mais elevada do que o presente e a influência marinha mais intensa. As análises geoquímicas da concentração de metais potencialmente biodisponíveis nos testemunhos revelaram valores de um estuário não poluído (Fe: 0,92 a 6,44 %; Al: 0,4 a 1,58 %; Ni: 3,3 a 8,5 mg.kg-1 ; Pb: 0,18 a 7,78 mg.kg-1; Cu: 2,36 a 23,09 mg.kg-1; Cr: 5,43 a 31,55 mg.kg-1; Mn: 7,42 a 238,1 mg.kg-1; Zn: 8,09 a 18755 mg.kg-1; Hg: 0,08 a 0,255 mg.kg-1) comparado aos valores de referência adotados pelas agências internacionais americana, canadense e holandesa. O Cd e Co ficaram abaixo do limite de detecção do método (0,14 e 0,20 mg.kg-1 respectivamente), apresentando relativamente baixas concentrações. A biodisponibilidade presente nos sedimentos ainda pode ser considerada baixa, apesar do número crescente de indústrias em atividade na região. Entretanto, vários metais (Mn, Zn, Cu e Hg) apresentaram alguns dos seus valores considerados moderadamente elevados, porém não representando grandes riscos para a biota, apenas servindo como um alerta de prováveis áreas de contaminação ao ambiente. Os sedimentos presentes no testemunho 5 revelaram concentrações que podem ser consideradas como background natural para a região estuarina de Suape, considerada ainda preservada sem o revolvimento das camadas sedimentares
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spelling Cintrao Barros, LucianoMaria Mafra Valença, Lúcia 2014-06-12T18:01:53Z2014-06-12T18:01:53Z2009-01-31Cintrao Barros, Luciano; Maria Mafra Valença, Lúcia. Estudos sedimentológicos, batimétricos e geoquímicos na região interna do Porto de Suape - PE. 2009. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6091ark:/64986/0013000014qpbO Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIPS) está localizado no litoral sul de Pernambuco, entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, há aproximadamente 40 km do Recife. É considerado o principal porto da região Nordeste e um dos mais importantes do país. Entretanto, esta região têm sido frequentemente afetada nos últimos 30 anos, desde sua construção até os dias atuais, por diversas atividades antrópicas, tais como, aterramentos, construção de estradas, instalação e operação das indústrias, além do processo de urbanização crescente na área. Este trabalho teve como objetivo principal realizar um estudo sedimentológico, batimétrico e geoquímico nos estuários da região interna ao Porto de Suape, como subsídio ao monitoramento dos impactos ambientais presente nos ecossistemas remanescentes. De acordo com os resultados obtidos verificou-se que a região possui uma distribuição heterogênea de sedimentos de fundo, com a predominância da fácies arenosa (66%), principalmente na Baía de Suape, estuário do rio Massangana e riacho Ilha da Cana. Enquanto nas regiões mais distais e nas proximidades do Porto de Suape predominam os bolsões de lama (15%). Com relação à composição dos sedimentos foi observada na fração arenosa, a predominância de quartzo e bioclásticos (e.g. foraminíferos, gastrópodes, fragmentos de conchas e algas), enquanto na fração lamosa a presença de quartzo, caulinita e subordinadamente muscovita, esmectita e calcita. A ecobatimetria revelou a predominância da isóbata de 1 metro, principalmente na Baía de Suape, Riacho Ilha da Cana e Canal Retificado. Já no estuário do rio Massangana predominaram as isóbatas de 2 a 4 metros de profundidade. A única exceção foi à região próxima ao porto de Suape que apresentou cotas de até 16 metros. Os resultados dos parâmetros físico-químicos da água (pH, Eh, temperatura, condutividade, resistividade e sólidos totais dissolvidos) não apresentaram nenhum valor em desacordo com os padrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº 357/2005. Os valores mais elevados de M.O e C.T (26% e 19%, respectivamente) foram encontrados nas camadas mais antigas do testemunho 3, onde provavelmente a disponibilidade de ambos era mais elevada do que o presente e a influência marinha mais intensa. As análises geoquímicas da concentração de metais potencialmente biodisponíveis nos testemunhos revelaram valores de um estuário não poluído (Fe: 0,92 a 6,44 %; Al: 0,4 a 1,58 %; Ni: 3,3 a 8,5 mg.kg-1 ; Pb: 0,18 a 7,78 mg.kg-1; Cu: 2,36 a 23,09 mg.kg-1; Cr: 5,43 a 31,55 mg.kg-1; Mn: 7,42 a 238,1 mg.kg-1; Zn: 8,09 a 18755 mg.kg-1; Hg: 0,08 a 0,255 mg.kg-1) comparado aos valores de referência adotados pelas agências internacionais americana, canadense e holandesa. O Cd e Co ficaram abaixo do limite de detecção do método (0,14 e 0,20 mg.kg-1 respectivamente), apresentando relativamente baixas concentrações. A biodisponibilidade presente nos sedimentos ainda pode ser considerada baixa, apesar do número crescente de indústrias em atividade na região. Entretanto, vários metais (Mn, Zn, Cu e Hg) apresentaram alguns dos seus valores considerados moderadamente elevados, porém não representando grandes riscos para a biota, apenas servindo como um alerta de prováveis áreas de contaminação ao ambiente. Os sedimentos presentes no testemunho 5 revelaram concentrações que podem ser consideradas como background natural para a região estuarina de Suape, considerada ainda preservada sem o revolvimento das camadas sedimentaresConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessSedimentologiaBatimetriaMetais PesadosPorto de SuapePernambucoEstudos sedimentológicos, batimétricos e geoquímicos na região interna do Porto de Suape - PEinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo2504_1.pdf.jpgarquivo2504_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1254https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6091/4/arquivo2504_1.pdf.jpgc835946272d41c136d608661369b1403MD54ORIGINALarquivo2504_1.pdfapplication/pdf6266312https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6091/1/arquivo2504_1.pdf82622011fe532c9193855c8fe4f4c470MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6091/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo2504_1.pdf.txtarquivo2504_1.pdf.txtExtracted texttext/plain271001https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/6091/3/arquivo2504_1.pdf.txt340217e02360be42ccddceccab1df25eMD53123456789/60912019-10-25 14:13:12.039oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6091Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T17:13:12Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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