O enigma da comunicação comunitária: segurança, segregação e vínculo a partir da experiência de grupos de comunicação em periferias do Recife
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3631 |
Resumo: | A comunicação comunitária tem mobilizado a atuação de diversos grupos em periferias e bairros pobres da Região Metropolitana do Recife. Segundo observação participante e estudo realizado por ocasião do Trabalho de Conclusão de Curso em Comunicação, no ano de 2007, foi possível perceber que os sentidos dessa comunicação, embora tangenciados pela literatura especializada, não têm sido satisfatoriamente contemplados por esta, o que motiva uma pesquisa de base empírica que, dialogando com a bibliografia, possa contribuir com a ampliação do debate em curso, especialmente no que concerne a uma perspectiva de resistência a um contexto urbano de criminalização da pobreza e segregação social. Partindo de uma revisão bibliográfica pertinente à comunicação comunitária situada no contexto do pensamento crítico comunicacional latinoamericano, com destaque para os estudos de Cicília Peruzzo e Raquel Paiva, discute-se no presente trabalho a maneira estigmatizante como as periferias ou comunidades têm sido representadas pela mídia instituída, lançando mão de pesquisas recentes de Zygmunt Bauman e Loïc Wacquant sobre a criminalização da pobreza. Investiga-se também a relação entre o termo comunidade e a questão das periferias, tendo como pista principal a relação estabelecida por Zygmunt Bauman entre o impulso comunitário e a busca por segurança na atualidade. Em um segundo momento, é realizado um mapeamento sobre 10 grupos de comunicação de resistência, que são descritos e analisados a partir de levantamento documental, aplicação de questionários, entrevistas e acompanhamento das atividades. A partir daí, a particularidade do comunitário se evidencia como uma inserção e compromisso territorial de reconstrução simbólica e afetiva em áreas pobres da cidade. Em um terceiro momento, a partir das reflexões de Martin Buber, Zigmunt Bauman e Paulo Freire, a comunicação comunitária na Rede Coque Vive é abordada de maneira particular como uma experiência dialógica e formativa, um espaço possível de construção de vínculos inersubjetivos capazes de desencadear uma percepção mais ampla de cidade, para além da estrutura urbana de segregação, rumo a uma compreensão de segurança ancorada no encontro com o outro e não na sua negação |
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Segundo observação participante e estudo realizado por ocasião do Trabalho de Conclusão de Curso em Comunicação, no ano de 2007, foi possível perceber que os sentidos dessa comunicação, embora tangenciados pela literatura especializada, não têm sido satisfatoriamente contemplados por esta, o que motiva uma pesquisa de base empírica que, dialogando com a bibliografia, possa contribuir com a ampliação do debate em curso, especialmente no que concerne a uma perspectiva de resistência a um contexto urbano de criminalização da pobreza e segregação social. Partindo de uma revisão bibliográfica pertinente à comunicação comunitária situada no contexto do pensamento crítico comunicacional latinoamericano, com destaque para os estudos de Cicília Peruzzo e Raquel Paiva, discute-se no presente trabalho a maneira estigmatizante como as periferias ou comunidades têm sido representadas pela mídia instituída, lançando mão de pesquisas recentes de Zygmunt Bauman e Loïc Wacquant sobre a criminalização da pobreza. Investiga-se também a relação entre o termo comunidade e a questão das periferias, tendo como pista principal a relação estabelecida por Zygmunt Bauman entre o impulso comunitário e a busca por segurança na atualidade. Em um segundo momento, é realizado um mapeamento sobre 10 grupos de comunicação de resistência, que são descritos e analisados a partir de levantamento documental, aplicação de questionários, entrevistas e acompanhamento das atividades. A partir daí, a particularidade do comunitário se evidencia como uma inserção e compromisso territorial de reconstrução simbólica e afetiva em áreas pobres da cidade. 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