Ordem sinuosa : o barroco em avalovara

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcante de Andrade, Fábio
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7919
Resumo: Esta dissertação pretende responder ao desconhecimento que a obra de Osman Lins suscita. Um vazio carregado de significação. As inúmeras traduções, para o alemão, para o francês, para o italiano e inglês, de boa parte de sua obra traduzem a ação e raio de sua importância. De circunferência larga, enraizada no nordeste brasileiro, em Pernambuco, terra nativa. Ao mesmo tempo a recepção lá de sua obra é para nós uma contra-celebração. Há o que festejar no entusiasmo deles por obra que, nossa, permanece-nos estranha? Apesar das limitações de nosso texto, esperamos sobrepor um sinal sobre a interrogação branca da cor de páginas sem leitores que envolve a produção literária de Osman Lins. O nosso presente nos cobra esse olhar revisionista, olhar crítico: faz-me esticar a atenção ao que, ao lado, arrefecia no silêncio. É preciso fazê-lo, moeda de valor, circular. Muito de nossa complexidade social e de intrincada realidade cultural ali respira. Avalovara, livro de 1973, é nosso objeto. A literatura como ato condensador, inventivo, cintilando seu reflexo estelar sobre um mar diário de entorpecimento. A poética de Avalovara, mais um fio na urdidura da teia encentrada na literatura. O olhar crítico é um olhar com e para. Com a obra e sempre na mira de um sentido, de uma interpretação. Olhar que assume sob o diâmetro de suas limitações os riscos interpretativos, que podem, sem atenção, minar a visão, infeccioná-la, inutilizá-la. Toda interpretação então é parcela do objeto que constitui. Rastreamos os caracteres barrocos de Avalovara, demonstrando sua modernidade e sintonia com o presente a partir da moderna idéia de barroco contemporâneo. Barroco tecido em suas correspondências estéticas com o presente. A colheita desses elementos barroquizantes, sua leitura, possibilita-nos compor a imagem barroca da obra para, a partir dela, explorar suas relações com a literatura moderna e com a ação da poética no mundo contemporâneo
id UFPE_9ae3c5d37b7ce6799afbcdcbbf952fa5
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7919
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling Cavalcante de Andrade, Fábiode Holanda Barros, Lourival 2014-06-12T18:36:48Z2014-06-12T18:36:48Z2003Cavalcante de Andrade, Fábio; de Holanda Barros, Lourival. Ordem sinuosa : o barroco em avalovara. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7919Esta dissertação pretende responder ao desconhecimento que a obra de Osman Lins suscita. Um vazio carregado de significação. As inúmeras traduções, para o alemão, para o francês, para o italiano e inglês, de boa parte de sua obra traduzem a ação e raio de sua importância. De circunferência larga, enraizada no nordeste brasileiro, em Pernambuco, terra nativa. Ao mesmo tempo a recepção lá de sua obra é para nós uma contra-celebração. Há o que festejar no entusiasmo deles por obra que, nossa, permanece-nos estranha? Apesar das limitações de nosso texto, esperamos sobrepor um sinal sobre a interrogação branca da cor de páginas sem leitores que envolve a produção literária de Osman Lins. O nosso presente nos cobra esse olhar revisionista, olhar crítico: faz-me esticar a atenção ao que, ao lado, arrefecia no silêncio. É preciso fazê-lo, moeda de valor, circular. Muito de nossa complexidade social e de intrincada realidade cultural ali respira. Avalovara, livro de 1973, é nosso objeto. A literatura como ato condensador, inventivo, cintilando seu reflexo estelar sobre um mar diário de entorpecimento. A poética de Avalovara, mais um fio na urdidura da teia encentrada na literatura. O olhar crítico é um olhar com e para. Com a obra e sempre na mira de um sentido, de uma interpretação. Olhar que assume sob o diâmetro de suas limitações os riscos interpretativos, que podem, sem atenção, minar a visão, infeccioná-la, inutilizá-la. Toda interpretação então é parcela do objeto que constitui. Rastreamos os caracteres barrocos de Avalovara, demonstrando sua modernidade e sintonia com o presente a partir da moderna idéia de barroco contemporâneo. Barroco tecido em suas correspondências estéticas com o presente. A colheita desses elementos barroquizantes, sua leitura, possibilita-nos compor a imagem barroca da obra para, a partir dela, explorar suas relações com a literatura moderna e com a ação da poética no mundo contemporâneoCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessOsman LinsNordeste brasileiroOrdem sinuosa : o barroco em avalovarainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILarquivo8137_1.pdf.jpgarquivo8137_1.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1124https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/4/arquivo8137_1.pdf.jpg8aab6beb8dd99188541eb7ef51ed9354MD54ORIGINALarquivo8137_1.pdfapplication/pdf489612https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/1/arquivo8137_1.pdffc5e5d8e6c18c2e298fdd7b30e1a4b95MD51LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTarquivo8137_1.pdf.txtarquivo8137_1.pdf.txtExtracted texttext/plain240904https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/3/arquivo8137_1.pdf.txte76daa7dcb8ad034c764056cd81bf8ccMD53123456789/79192019-10-25 15:21:27.464oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7919Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T18:21:27Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
title Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
spellingShingle Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
Cavalcante de Andrade, Fábio
Osman Lins
Nordeste brasileiro
title_short Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
title_full Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
title_fullStr Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
title_full_unstemmed Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
title_sort Ordem sinuosa : o barroco em avalovara
author Cavalcante de Andrade, Fábio
author_facet Cavalcante de Andrade, Fábio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cavalcante de Andrade, Fábio
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv de Holanda Barros, Lourival
contributor_str_mv de Holanda Barros, Lourival
dc.subject.por.fl_str_mv Osman Lins
Nordeste brasileiro
topic Osman Lins
Nordeste brasileiro
description Esta dissertação pretende responder ao desconhecimento que a obra de Osman Lins suscita. Um vazio carregado de significação. As inúmeras traduções, para o alemão, para o francês, para o italiano e inglês, de boa parte de sua obra traduzem a ação e raio de sua importância. De circunferência larga, enraizada no nordeste brasileiro, em Pernambuco, terra nativa. Ao mesmo tempo a recepção lá de sua obra é para nós uma contra-celebração. Há o que festejar no entusiasmo deles por obra que, nossa, permanece-nos estranha? Apesar das limitações de nosso texto, esperamos sobrepor um sinal sobre a interrogação branca da cor de páginas sem leitores que envolve a produção literária de Osman Lins. O nosso presente nos cobra esse olhar revisionista, olhar crítico: faz-me esticar a atenção ao que, ao lado, arrefecia no silêncio. É preciso fazê-lo, moeda de valor, circular. Muito de nossa complexidade social e de intrincada realidade cultural ali respira. Avalovara, livro de 1973, é nosso objeto. A literatura como ato condensador, inventivo, cintilando seu reflexo estelar sobre um mar diário de entorpecimento. A poética de Avalovara, mais um fio na urdidura da teia encentrada na literatura. O olhar crítico é um olhar com e para. Com a obra e sempre na mira de um sentido, de uma interpretação. Olhar que assume sob o diâmetro de suas limitações os riscos interpretativos, que podem, sem atenção, minar a visão, infeccioná-la, inutilizá-la. Toda interpretação então é parcela do objeto que constitui. Rastreamos os caracteres barrocos de Avalovara, demonstrando sua modernidade e sintonia com o presente a partir da moderna idéia de barroco contemporâneo. Barroco tecido em suas correspondências estéticas com o presente. A colheita desses elementos barroquizantes, sua leitura, possibilita-nos compor a imagem barroca da obra para, a partir dela, explorar suas relações com a literatura moderna e com a ação da poética no mundo contemporâneo
publishDate 2003
dc.date.issued.fl_str_mv 2003
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-06-12T18:36:48Z
dc.date.available.fl_str_mv 2014-06-12T18:36:48Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Cavalcante de Andrade, Fábio; de Holanda Barros, Lourival. Ordem sinuosa : o barroco em avalovara. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7919
identifier_str_mv Cavalcante de Andrade, Fábio; de Holanda Barros, Lourival. Ordem sinuosa : o barroco em avalovara. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7919
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/4/arquivo8137_1.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/1/arquivo8137_1.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/2/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7919/3/arquivo8137_1.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 8aab6beb8dd99188541eb7ef51ed9354
fc5e5d8e6c18c2e298fdd7b30e1a4b95
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
e76daa7dcb8ad034c764056cd81bf8cc
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310588141928448