Uso e armazenamento de recursos vegetais em comunidades rurais do semiárido do Rio Grande do Norte (Nordeste do Brasil)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RODRIGUES, Laís Costa
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/0013000012q8s
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11786
Resumo: Na Região Nordeste do Brasil, a vegetação da Caatinga exerce um papel de grande importância na vida das pessoas, fornecendo espécies vegetais utilizadas como alimento, combustível, construção, medicamento e outros fins. Os usos das plantas locais foram investigados junto a quatro comunidades estabelecidas no município de Carnaubais, na região semiárida do estado do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil. A pesquisa foi conduzida através de entrevistas semi-estruturadas para inventariar as plantas úteis para os moradores, citadas por 74 informantes, enquadrando-as nas categorias medicinal, alimentício, místico-religioso, tecnológico, ornamental, combustível, artesanato e forragem. Comparou-se o número de citações de uso medicinal das espécies e os seus respectivos hábitos, através do teste de Kruskal-Wallis, e o conjunto de espécies úteis em cada comunidade, através do índice de Similaridade de Sorensen. O Índice de Importância Relativa (IR) foi calculado para saber as espécies mais importantes para uso medicinal. O Fator de Consenso do Informante (FCI) foi calculado para avaliar a maior concordância entre os informantes sobre o uso das plantas utilizadas como medicinais. Além disso, calculou-se a média de citações de espécies úteis por grupo de mulheres (jovens e idosas). Foram registradas 142 espécies, a maioria utilizada como medicinal. O uso de herbáceas, quando comparado ao número de citações de uso dos hábitos arbustivo e subarbustivo, foi significativo (N= 74, p<0,05), porém o mesmo não ocorre quando o número de citações de uso de espécies do componente herbáceo é comparado com as que compõem o estrato arbóreo. O conjunto de espécies utilizadas no tratamento de doenças do aparelho respiratório e digestório são semelhantes nas comunidades estudadas (Sorensen= 48%). O número médio de espécies nativas citadas por pessoa é menor (9,4-19,6) no primeiro grupo (23,6-41,4) que no segundo. O percentual de espécies nativas em relação ao total também difere, sendo menor (9,4-19,6%) no primeiro grupo quando comparado ao segundo grupo (23,6-41,4%). Nas comunidades estudadas percebeu-se uma preferência por espécies herbáceas introduzidas para uso medicinal, correspondendo a um melhoramento do repertório local, aumentando a riqueza de espécies utilizadas.
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