Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13286 |
Resumo: | Neste estudo, nos debruçamos sobre as notícias veiculadas em três jornais online de prestígio – Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo – a respeito de um evento: a adoção do livro didático Por uma vida melhor para alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no início do ano de 2011. O livro, então aprovado através da primeira edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) direcionado ao EJA, tornou-se centro de um debate nacional que abrangeu temas desde o conteúdo apresentado pelo material, o ensino de língua portuguesa, noções de língua etc. O debate envolveu vários participantes e representantes de diferentes instâncias sociais, governamentais e acadêmicas, que, ao longo da discussão, foram formando dois grupos claramente definidos em torno da questão: um grupo hegemônico (representado por aqueles que não apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro) e um grupo contra-hegemônico (aqueles que apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro). Tendo em vista o alcance das matérias veiculadas online (sem restrição de tempo ou espaço) e o poder discursivo do domínio jornalístico, consideramos importante analisar estes textos e o discurso neles tecido em relação ao material didático. Partimos de uma reflexão acerca das bases teóricas e pedagógicas que informaram os argumentos de ambos os grupos, revisando estudos de autores da Linguística Aplicada como Kleiman (1995; 2000; 2001), Bagno (2002), Marcuschi (in MARCUSCHI e DIONÍSIO 2007) e Kalantzis e Cope (2003). Inseridos numa perspectiva de Análise Crítica do Discurso, voltamo-nos aos aspectos sociais, culturais e políticos que também tiveram e têm influência em políticas linguísticas e educacionais. Consultamos Van Dijk (2000) para obter uma melhor noção de como ideologias formam grupos sociais, e vice-versa, revisando também com Hoffnagel (2010), Hall (1997) e Fairclough (2001; 2003) como diferentes fatores externos à disciplina “Português” podem vir a afetar a prática de ensino de língua materna e os discursos que circulam acerca do tema. O papel dos jornais no debate foi analisado tendo em vista a natureza das instituições jornalísticas, seu funcionamento enquanto entidades lucrativas, e, principalmente, seu alinhamento ideológico com o grupo hegemônico de poder. Para tanto, apoiamo-nos principalmente nos estudos de Van Dijk (1988) e Falcone (2003; 2008). Para a análise dos textos noticiosos, partimos de uma reflexão sobre a sociocognição e como o conhecimento sobre o mundo e as coisas do mundo passa por uma elaboração semiótica mediada discursivamente, por exemplo, por textos escritos. Com Van Dijk (2010; 2012), refletimos sobre elementos de natureza sociocognitiva que se apresentam como uma interface na relação entre sociedade e discurso – modelos mentais, representações sociais e modelos de contexto – identificando a base teórica em que construímos nossa visão de discurso, texto, contexto, e sua relação com instâncias e práticas sociais. Ao identificar estratégias linguístico-cognitivas e de organização das notícias na elaboração dos textos noticiosos, pudemos analisá-las de modo a obter pistas acerca dos sentidos sendo construídos nos discursos dos jornais. Identificamos que o domínio jornalístico atuou de forma ativa na elaboração de um discurso que privilegiava um modelo (dominante) de educação linguística em detrimento de outros, exibindo assim seu poder discursivo e seu alinhamento com o grupo hegemônico de poder. Finalmente, demonstramos, através de nossa análise, como isso foi atingido, de modo a configurar manipulação e abuso de poder (VAN DIJK 2010) por parte dos veículos aqui analisados. |
id |
UFPE_9cfb6ab5562cb22061aafb852233225d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufpe.br:123456789/13286 |
network_acronym_str |
UFPE |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPE |
repository_id_str |
2221 |
spelling |
CAVALCANTI, Laura Jorge NogueiraAZEVEDO, Karina Falcone de2015-04-17T12:55:16Z2015-04-17T12:55:16Z2014-01-31https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13286Neste estudo, nos debruçamos sobre as notícias veiculadas em três jornais online de prestígio – Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo – a respeito de um evento: a adoção do livro didático Por uma vida melhor para alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no início do ano de 2011. O livro, então aprovado através da primeira edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) direcionado ao EJA, tornou-se centro de um debate nacional que abrangeu temas desde o conteúdo apresentado pelo material, o ensino de língua portuguesa, noções de língua etc. O debate envolveu vários participantes e representantes de diferentes instâncias sociais, governamentais e acadêmicas, que, ao longo da discussão, foram formando dois grupos claramente definidos em torno da questão: um grupo hegemônico (representado por aqueles que não apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro) e um grupo contra-hegemônico (aqueles que apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro). Tendo em vista o alcance das matérias veiculadas online (sem restrição de tempo ou espaço) e o poder discursivo do domínio jornalístico, consideramos importante analisar estes textos e o discurso neles tecido em relação ao material didático. Partimos de uma reflexão acerca das bases teóricas e pedagógicas que informaram os argumentos de ambos os grupos, revisando estudos de autores da Linguística Aplicada como Kleiman (1995; 2000; 2001), Bagno (2002), Marcuschi (in MARCUSCHI e DIONÍSIO 2007) e Kalantzis e Cope (2003). Inseridos numa perspectiva de Análise Crítica do Discurso, voltamo-nos aos aspectos sociais, culturais e políticos que também tiveram e têm influência em políticas linguísticas e educacionais. Consultamos Van Dijk (2000) para obter uma melhor noção de como ideologias formam grupos sociais, e vice-versa, revisando também com Hoffnagel (2010), Hall (1997) e Fairclough (2001; 2003) como diferentes fatores externos à disciplina “Português” podem vir a afetar a prática de ensino de língua materna e os discursos que circulam acerca do tema. O papel dos jornais no debate foi analisado tendo em vista a natureza das instituições jornalísticas, seu funcionamento enquanto entidades lucrativas, e, principalmente, seu alinhamento ideológico com o grupo hegemônico de poder. Para tanto, apoiamo-nos principalmente nos estudos de Van Dijk (1988) e Falcone (2003; 2008). Para a análise dos textos noticiosos, partimos de uma reflexão sobre a sociocognição e como o conhecimento sobre o mundo e as coisas do mundo passa por uma elaboração semiótica mediada discursivamente, por exemplo, por textos escritos. Com Van Dijk (2010; 2012), refletimos sobre elementos de natureza sociocognitiva que se apresentam como uma interface na relação entre sociedade e discurso – modelos mentais, representações sociais e modelos de contexto – identificando a base teórica em que construímos nossa visão de discurso, texto, contexto, e sua relação com instâncias e práticas sociais. Ao identificar estratégias linguístico-cognitivas e de organização das notícias na elaboração dos textos noticiosos, pudemos analisá-las de modo a obter pistas acerca dos sentidos sendo construídos nos discursos dos jornais. Identificamos que o domínio jornalístico atuou de forma ativa na elaboração de um discurso que privilegiava um modelo (dominante) de educação linguística em detrimento de outros, exibindo assim seu poder discursivo e seu alinhamento com o grupo hegemônico de poder. Finalmente, demonstramos, através de nossa análise, como isso foi atingido, de modo a configurar manipulação e abuso de poder (VAN DIJK 2010) por parte dos veículos aqui analisados.porUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessNorma linguísticaDiscurso jornalísticoAnálise Crítica do DiscursoAnálise SociocognitivaQuestões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1172https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf.jpgb0e5bed2fd2d1cff37a2b1eac494f3d9MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdfDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdfapplication/pdf2734994https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf55d38019cb47f6b78605a3210a9c3920MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdf.txtDISSERTAÇÃO Laura Jorge Cavalcanti.pdf.txtExtracted texttext/plain307217https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf.txtc1287d3fb801168b3ddd74666b868997MD54123456789/132862019-10-25 05:09:48.615oai:repositorio.ufpe.br:123456789/13286TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T08:09:48Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
title |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
spellingShingle |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos CAVALCANTI, Laura Jorge Nogueira Norma linguística Discurso jornalístico Análise Crítica do Discurso Análise Sociocognitiva |
title_short |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
title_full |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
title_fullStr |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
title_full_unstemmed |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
title_sort |
Questões de norma linguística no domínio jornalístico: embates discursivos |
author |
CAVALCANTI, Laura Jorge Nogueira |
author_facet |
CAVALCANTI, Laura Jorge Nogueira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
CAVALCANTI, Laura Jorge Nogueira |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
AZEVEDO, Karina Falcone de |
contributor_str_mv |
AZEVEDO, Karina Falcone de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Norma linguística Discurso jornalístico Análise Crítica do Discurso Análise Sociocognitiva |
topic |
Norma linguística Discurso jornalístico Análise Crítica do Discurso Análise Sociocognitiva |
description |
Neste estudo, nos debruçamos sobre as notícias veiculadas em três jornais online de prestígio – Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo – a respeito de um evento: a adoção do livro didático Por uma vida melhor para alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no início do ano de 2011. O livro, então aprovado através da primeira edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) direcionado ao EJA, tornou-se centro de um debate nacional que abrangeu temas desde o conteúdo apresentado pelo material, o ensino de língua portuguesa, noções de língua etc. O debate envolveu vários participantes e representantes de diferentes instâncias sociais, governamentais e acadêmicas, que, ao longo da discussão, foram formando dois grupos claramente definidos em torno da questão: um grupo hegemônico (representado por aqueles que não apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro) e um grupo contra-hegemônico (aqueles que apoiaram os postulados pedagógicos e linguísticos representados pelo livro). Tendo em vista o alcance das matérias veiculadas online (sem restrição de tempo ou espaço) e o poder discursivo do domínio jornalístico, consideramos importante analisar estes textos e o discurso neles tecido em relação ao material didático. Partimos de uma reflexão acerca das bases teóricas e pedagógicas que informaram os argumentos de ambos os grupos, revisando estudos de autores da Linguística Aplicada como Kleiman (1995; 2000; 2001), Bagno (2002), Marcuschi (in MARCUSCHI e DIONÍSIO 2007) e Kalantzis e Cope (2003). Inseridos numa perspectiva de Análise Crítica do Discurso, voltamo-nos aos aspectos sociais, culturais e políticos que também tiveram e têm influência em políticas linguísticas e educacionais. Consultamos Van Dijk (2000) para obter uma melhor noção de como ideologias formam grupos sociais, e vice-versa, revisando também com Hoffnagel (2010), Hall (1997) e Fairclough (2001; 2003) como diferentes fatores externos à disciplina “Português” podem vir a afetar a prática de ensino de língua materna e os discursos que circulam acerca do tema. O papel dos jornais no debate foi analisado tendo em vista a natureza das instituições jornalísticas, seu funcionamento enquanto entidades lucrativas, e, principalmente, seu alinhamento ideológico com o grupo hegemônico de poder. Para tanto, apoiamo-nos principalmente nos estudos de Van Dijk (1988) e Falcone (2003; 2008). Para a análise dos textos noticiosos, partimos de uma reflexão sobre a sociocognição e como o conhecimento sobre o mundo e as coisas do mundo passa por uma elaboração semiótica mediada discursivamente, por exemplo, por textos escritos. Com Van Dijk (2010; 2012), refletimos sobre elementos de natureza sociocognitiva que se apresentam como uma interface na relação entre sociedade e discurso – modelos mentais, representações sociais e modelos de contexto – identificando a base teórica em que construímos nossa visão de discurso, texto, contexto, e sua relação com instâncias e práticas sociais. Ao identificar estratégias linguístico-cognitivas e de organização das notícias na elaboração dos textos noticiosos, pudemos analisá-las de modo a obter pistas acerca dos sentidos sendo construídos nos discursos dos jornais. Identificamos que o domínio jornalístico atuou de forma ativa na elaboração de um discurso que privilegiava um modelo (dominante) de educação linguística em detrimento de outros, exibindo assim seu poder discursivo e seu alinhamento com o grupo hegemônico de poder. Finalmente, demonstramos, através de nossa análise, como isso foi atingido, de modo a configurar manipulação e abuso de poder (VAN DIJK 2010) por parte dos veículos aqui analisados. |
publishDate |
2014 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2014-01-31 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2015-04-17T12:55:16Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2015-04-17T12:55:16Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13286 |
url |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13286 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Pernambuco |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) instacron:UFPE |
instname_str |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
instacron_str |
UFPE |
institution |
UFPE |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPE |
collection |
Repositório Institucional da UFPE |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf.jpg https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/2/license_rdf https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/3/license.txt https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/13286/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Laura%20Jorge%20Cavalcanti.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
b0e5bed2fd2d1cff37a2b1eac494f3d9 55d38019cb47f6b78605a3210a9c3920 66e71c371cc565284e70f40736c94386 4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08 c1287d3fb801168b3ddd74666b868997 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) |
repository.mail.fl_str_mv |
attena@ufpe.br |
_version_ |
1802310781617831936 |