Ayahuasca e saúde: efeitos de uma bebida sacramental psicoativa na saúde mental de religiosos ayahuasqueiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Escobar, José Arturo Costa
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11258
Resumo: A ayahuasca é uma bebida de efeitos psicoativos, rica em dimetiltriptamina e beta-carbolinas, que possuem ação sobre o sistema serotonérgico, atuando sobre diversos substratos neurais envolvidos com o ato de despertar, percepção sensorial, emoção e importantes funções cognitivas, tais como memória, autoconsciência, percepção do tempo, fala, semiotização, imagens mentais, entre outras.Sua preparação é feita a partir do cozimento das espécies vegetais Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis, cujo chá tem sido empregado em religiosidades brasileiras para práticas de profetização, divinação, veneração e com propósitos medicinais, sendo conhecido no Brasil pelos nomes de Hoasca, Vegetal ou Daime. Por possuir ação particular sobre o sistema de neurotransmissão serotonérgico, envolvido em diversas psicopatologias, estudos têm apontado diversas possibilidades de usos terapêuticos da ayahuasca, em particular no tratamento de drogas de abuso e depressão. O objetivo do estudo foi verificar o impacto do uso continuado da ayahuasca sobre a saúde mental de frequentadores de religiosidades ayahuasqueiras. Foram aplicados testes para acessar a ocorrência de sintomas ligados ao estresse, ansiedade, depressão, desesperança e uso de álcool e tabaco. Também foi investigada a expressão da autoconsciência por meio do questionário de ruminação reflexão e a deterioração de mecanismos da percepção visual e atenção por meio do teste de bissecção manual de linhas. Foram estudados três grupos distintos quanto às suas cosmovisões e que utilizam a ayahuasca dentro de seus sistemas de crenças para a obtenção de estados alterados de consciência com intuitos sagrados, sendo esses: o Santo Daime, a União do Vegetal e a Sociedade Panteísta Ayahuasca. Os resultados demonstraram que os religiosos ayahuasqueiros apresentaram níveis de consumo de álcool e tabaco muito abaixo do que é observado em estudos epidemiológicos nacionais. Também não foi observada a ocorrência relevante ou patológica de quadros de estresse, ansiedade, desesperança e depressão na população estudada e nem foram observados efeitos deletérios na percepção visual e mecanismos atencionais. Os estudos sobre a autoconsciência revelaram que o fator ruminação apresentou-se positivamente correlacionado com índices psicopatológicos indicando a mediação desse aspecto autoconsciente com problemas de saúde mental. Em todos os grupos ayahuasqueiros foram observados valores elevados de autorreflexão em detrimento da ruminação, sendo os panteístas mais reflexivos. Foram observados resultados que apontam a existência de agentes estressores na amostra do Santo Daime, entretanto, sem efeitos negativos evidentes. Em conclusão, os resultados corroboram o que tem sido divulgado na literatura e sugerem que o uso ritual da ayahuasca não promove efeitos negativos ou deteriorantes sobre seus frequentadores, apresentando impactos positivos sobre a saúde mental. Entretanto, no presente estudo, não foi possível demonstrar uma relação com o tempo de uso do chá nos bons resultados encontrados, o que nos leva a sugerir a existência de variáveis socioculturais que devem influenciar nos mecanismos relacionados ao bem-estar e à saúde mental. Estudos futuros visando à investigação controlada para o tratamento de psicopatologias e dependências de drogas com o uso da ayahuasca devem ser realizadas, com particular importância aos contextos de uso, bem como, devem ser aprofundadas as investigações sobre os efeitos da bebida nos mecanismos da autoconsciência.
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