Magnitude, tendência temporal e fatores associados à anemia em crianças de 06 a 59 meses do Estado da Paraíba

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gondim, Sheila Sherezaide Rocha
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12793
Resumo: A carência nutricional mais amplamente distribuída no mundo é a deficiência de ferro, principal causa da anemia na infância, um importante problema de saúde pública com distribuição mundial, inclusive em países em desenvolvimento. Objetivo. Estimar a magnitude da anemia, analisar a tendência temporal, investigar os fatores associados e analisar a relação deste distúrbio com retinolemia e a desnutrição energético protéica. Método. Estudo de corte transversal, de base populacional e domiciliar, com amostra aleatória de 1108 crianças, de 6 a 59 meses de idade, ambos os sexos, distribuídas em nove municípios do Estado da Paraíba. A hemoglobina (Hb) foi analisada em sangue venoso com contador automático. A determinação do retinol sérico foi realizada em cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). As condições sócio-econômicas e demográficas das crianças foram obtidas através de questionário. A tendência temporal da anemia foi avaliada pelo incremento/redução na prevalência de anemia, comparando as prevalências nos anos de 1982, 1992 e 2007. Na avaliação do estado nutricional energético-protéico foram utilizados peso e estatura pelos índices P/I, E/I e P/E em escores Z. As proporções foram comparadas pelo teste do qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. As associações foram testadas pelo modelo de regressão de Poisson. Resultados. A prevalência da anemia (Hb <11,0 g/dL) foi de 36,5% (IC95% 33,7 - 39,3). Houve um incremento de 88,5% nos casos de anemia entre os anos de 1982 a 1992 e uma estabilização na prevalência entre 1992 a 2007. A análise ajustada no modelo de Poisson demonstrou maior susceptibilidade à anemia nas crianças de 6 a 24 meses de idade, amamentadas por seis meses ou mais, que co-habitavam com mais de 08 pessoas no domicilio e moravam em casas com menos de 05 cômodos. Observou-se uma associação direta entre anemia e retinolemia inadequada, e entre anemia e desnutrição crônica. Conclusão. Os resultados revelaram que apesar da estabilização na prevalência da anemia, essa carência ainda é elevada no Estado da Paraíba. A associação deste distúrbio com a retinolemia e com o estado nutricional energético protéico sugere que ações simultâneas no combate a essas deficiências, possivelmente, ocasionará uma redução nos casos de anemia no contexto estudado.
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