A cultura como paradoxo : representações da mulher no discurso jornalístico (1888-1910)
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Resumo: | As conexões entre discurso e cultura tornaram-se, nas últimas décadas, o foco de numerosas investigações, situadas em diferentes campos do conhecimento, que demonstram a importância do diálogo interdisciplinar para a apreensão do fenômeno. Este trabalho apresenta uma leitura dessa conexão a partir da intersecção entre os campos da Análise do Discurso francesa e dos Estudos Culturais britânicos, ambos de orientação materialista. Do primeiro campo, tomam-se especialmente as contribuições teóricas de autores como Michel Pêcheux, Eni Orlandi e Alice Krieg-Planque sobre as relações entre língua e história; do segundo, as propostas de Raymond Williams, Stuart Hall e Richard Johnson sobre as relações entre cultura e comunicação. O objetivo é compreender o papel exercido pela cultura na construção das representações da mulher no discurso jornalístico. A investigação tem por objeto um conjunto de três periódicos femininos produzidos na cidade de Penedo (AL) na transição do século XIX para o século XX. A cultura é tomada enquanto uma estrutura que funciona entre a reprodução e a transformação da realidade. Para a análise das representações femininas, considera-se a existência, no período, de um discurso maternalista construído a partir do saber religioso e do saber médico. Além disso, num gesto transversal, a imagem dominante do “belo sexo”, como uma forma de definição da mulher, é identificada como a base sobre a qual se constroem os dizeres da imprensa, seja para reforçá-la ou para contestá-la. As análises apontam dois funcionamentos discursivos distintos na imprensa feminina penedense. O primeiro deles, marcado principalmente no periódico A Palavra (1888-1898), caracteriza-se por uma supervalorização da imagem da mulher-mãe, defendendo o seu papel na formação dos futuros cidadãos da pátria, mas a partir de uma determinação de traços marcadamente moralizantes. O segundo funcionamento, localizado sobretudo nos jornais A Flor (1909) e Alvorada (1910), caracteriza- se pela contestação do traço religioso atrelado à imagem da mulher, buscando significá-la numa associação com outros papéis, mormente aqueles vinculados às lutas sociais do período, a exemplo do movimento sufragista e das reivindicações pelo acesso ao mundo do trabalho. A partir desse funcionamento contraditório dos discursos do gênero, argumenta-se em favor da consideração da cultura como um objeto marcado por um funcionamento paradoxal, destacada a sua importância no estabelecimento dos embates políticos que se processam através das lutas de sentidos em um dado momento histórico. |
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SILVA, Aguimario Pimentelhttp://lattes.cnpq.br/2370040993060322http://lattes.cnpq.br/1732335820166339GRIGOLETTO, Evandra2022-05-24T22:41:02Z2022-05-24T22:41:02Z2021-07-08SILVA, Aguimario Pimentel. A cultura como paradoxo: representações da mulher no discurso jornalístico (1888-1910). 2021. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44555ark:/64986/001300000kf50As conexões entre discurso e cultura tornaram-se, nas últimas décadas, o foco de numerosas investigações, situadas em diferentes campos do conhecimento, que demonstram a importância do diálogo interdisciplinar para a apreensão do fenômeno. Este trabalho apresenta uma leitura dessa conexão a partir da intersecção entre os campos da Análise do Discurso francesa e dos Estudos Culturais britânicos, ambos de orientação materialista. Do primeiro campo, tomam-se especialmente as contribuições teóricas de autores como Michel Pêcheux, Eni Orlandi e Alice Krieg-Planque sobre as relações entre língua e história; do segundo, as propostas de Raymond Williams, Stuart Hall e Richard Johnson sobre as relações entre cultura e comunicação. O objetivo é compreender o papel exercido pela cultura na construção das representações da mulher no discurso jornalístico. A investigação tem por objeto um conjunto de três periódicos femininos produzidos na cidade de Penedo (AL) na transição do século XIX para o século XX. A cultura é tomada enquanto uma estrutura que funciona entre a reprodução e a transformação da realidade. Para a análise das representações femininas, considera-se a existência, no período, de um discurso maternalista construído a partir do saber religioso e do saber médico. Além disso, num gesto transversal, a imagem dominante do “belo sexo”, como uma forma de definição da mulher, é identificada como a base sobre a qual se constroem os dizeres da imprensa, seja para reforçá-la ou para contestá-la. As análises apontam dois funcionamentos discursivos distintos na imprensa feminina penedense. O primeiro deles, marcado principalmente no periódico A Palavra (1888-1898), caracteriza-se por uma supervalorização da imagem da mulher-mãe, defendendo o seu papel na formação dos futuros cidadãos da pátria, mas a partir de uma determinação de traços marcadamente moralizantes. O segundo funcionamento, localizado sobretudo nos jornais A Flor (1909) e Alvorada (1910), caracteriza- se pela contestação do traço religioso atrelado à imagem da mulher, buscando significá-la numa associação com outros papéis, mormente aqueles vinculados às lutas sociais do período, a exemplo do movimento sufragista e das reivindicações pelo acesso ao mundo do trabalho. A partir desse funcionamento contraditório dos discursos do gênero, argumenta-se em favor da consideração da cultura como um objeto marcado por um funcionamento paradoxal, destacada a sua importância no estabelecimento dos embates políticos que se processam através das lutas de sentidos em um dado momento histórico.The connections between discourse and culture have become, in recent decades, the focus of numerous investigations, located in different fields of knowledge, which demonstrate the importance of interdisciplinary dialogue for the apprehension of the phenomenon. This work presents a reading of this connection from the intersection between the fields of French Discourse Analysis and British Cultural Studies, both materialist in orientation. From the first field, the theoretical contributions of authors such as Michel Pêcheux, Eni Orlandi and Alice Krieg-Planque on the relations between language and history are taken up; from the second, the proposals of Raymond Williams, Stuart Hall and Richard Johnson on the relations between culture and communication. The objective is to understand the role played by culture in the construction of women's representations in journalistic discourse. The object of investigation is a set of three women's periodicals produced in Penedo (AL), in the transition from the 19th to the 20th century. Culture is seen as a structure that works between the reproduction and transformation of reality. For the analysis of women’s representations, the existence, in the period, of a maternalist discourse built from religious and medical knowledge is considered. Furthermore, the dominant image of the “beautiful sex”, as a way of defining women, is identified as the basis on which the press's statements are built, either to reinforce it or to contest it. The analyzes present two distinct discursive functionings in the periodicals. The first of them, marked mainly in the periodical A Palavra (1888-1898), is characterized by an overvaluation of the woman-mother image, defending her role in the formation of future country's citizens, but based on a moralizing determination. The second functioning, located mainly in the newspapers A Flor (1909) and Alvorada (1910), is characterized by the contestation of the religious discourse linked to the image of the woman, seeking to signify her in an association with other roles, especially those linked to the social movements of the period, like the suffragette movement and the demands for access to the professional world. From this contradictory functioning of gender discourses, we argue in favor of considering culture as an object marked by a paradoxical functioning, highlighting its importance in the establishment of political clashes that take place through the fights of meanings in each conjuncture.Las conexiones entre discurso y cultura se han vuelto, en las últimas décadas, objeto de numerosas investigaciones, ubicadas en diferentes campos del conocimiento, que demuestran la importancia del diálogo interdisciplinario para la aprehensión de este fenómeno. Esta tesis presenta una lectura de esta conexión partiendo de la intersección entre los campos del Análisis del Discurso de la línea francesa y de los Estudios Culturales británicos, ambos de orientación materialista. Del primer campo, se consideran las aportaciones, en especial, de autores como Michel Pêcheux, Eni Orlandi y Alice Krieg-Planque respecto a las relaciones entre lengua e historia; del segundo, se consideran las contribuciones de Raymond Williams, Stuart Hall y Richard Johnson sobre las relaciones entre cultura y comunicación. El objetivo es comprender el rol de la cultura en la construcción de las representaciones de la mujer en el discurso periodístico. El objeto de esta investigación es un conjunto de tres periódicos femeninos producidos en la ciudad de Penedo (provincia de Alagoas) durante la transición del siglo XIX al XX. Se toma la cultura como una estructura que funciona entre la reproducción y la transformación de la realidad. Para el análisis de las representaciones femeninas, se considera la existencia, en este período, de un discurso maternalista construido desde el saber religioso y el saber médico. Además, en un gesto transversal, la imagen dominante del “bello sexo”, como una forma de definición de la mujer, está identificada como la base sobre la cual se construyen los dichos de la prensa, sea para reforzarla, sea para contestarla. Los análisis apuntan a dos funcionamientos discursivos distintos en la prensa femenina de Penedo. El primero, marcado principalmente en el periódico A Palavra (1888-1898), está caracterizado por una sobrevaloración de la imagen de la mujer-madre, defendiendo su rol en la formación de los futuros ciudadanos de la patria, sin embargo, parte de una determinación de rasgos marcadamente moralizantes. El segundo funcionamiento, ubicado mayormente en los periódicos A Flor (1909) y Alvorada (1910), se caracteriza por la contestación del rasgo religioso adjunto a la imagen de la mujer, buscando significarla en una asociación a otros roles, sobre todo aquellos vinculados a las luchas sociales del período, como el movimiento sufragista y las reivindicaciones por el ingreso al mundo del trabajo. Partiendo de este funcionamiento contradictorio de los discursos del género en cuestión, se argumenta en favor de considerarse la cultura un objeto marcado por un funcionamiento paradojal, destacada su importancia en el establecimiento de los embates políticos procesados a través de las luchas de sentidos en un determinado momento histórico.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessDiscurso jornalísticoImprensa femininaGêneroRepresentaçãoA cultura como paradoxo : representações da mulher no discurso jornalístico (1888-1910)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44555/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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