A Arquitetura dos Cravos: da experiência do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) no Porto
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Data de Publicação: | 2014 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13180 |
Resumo: | A presente pesquisa investiga a experiência do Serviço de Apoio Ambulatório Local - SAAL na cidade do Porto, tendo por objetivo compreender algumas razões que justifiquem o status das suas operações em relação às outras experiências desencadeadas em Portugal. O recorte empírico lida com as operações que tiveram como produto final a construção de novos conjuntos e unidades de habitação para os membros das respectivas Associações de Moradores participantes do Processo SAAL: Antas, Bouça, Chaves de Oliveira, Contumil, Francos, Lapa, Leal, Maceda-Acácio, Massarelos e S. Victor. Embora não tenha sido possível verificar todos os aspectos que influenciaram a experiência SAAL no Porto, foram definidas duas linhas de abordagem para o problema. Enquanto a primeira se debruça sobre o processo das operações em si, investigando, especificamente, o relacionamento estabelecido entre os seus atores fundamentais – moradores e Brigadas Técnicas –, a segunda abordagem focaliza os conjuntos e as unidades habitacionais construídos. Demonstra-se que a conjuntura política do processo revolucionário português – iniciado com a Revolução dos Cravos em 25 de Abril de 1974 – desencadeou um forte movimento popular contra as degradantes condições de moradia em que vivia boa parte dos moradores pobres da cidade, favorecendo a participação dos mesmos no desenrolar das operações SAAL. Discute-se também que não é possível dissociar as experiências SAAL no Porto da participação ativa dos membros da Escola de Belas Artes (ESBAP), seja porque a maioria dos chefes das Brigadas Técnicas eram professores da Escola ou porque muitos dos seus estudantes de arquitetura, ainda antes do 25 de Abril, já estavam profundamente envolvidos em trabalhos de campo junto às populações dos bairros degradados, sobretudo das chamadas ilhas, que posteriormente pediram apoio ao SAAL para a melhoria das suas condições habitacionais. A pesquisa aponta que o intercâmbio entre técnicos e moradores foi bastante positivo, uma vez que havia um significativo empenho por parte das Brigadas Técnicas em oferecer o apoio necessário às Associações nas decisões relativas ao desenvolvimento das suas respectivas operações. Destaca-se que, embora as populações tivessem participado, por meio dos seus representantes, no desenvolvimento do Processo SAAL como um todo, pouco interferiram nas decisões relativas aos projetos das habitações. Entretanto, a partir das análises dos projetos, percebe-se que o permanente diálogo entre moradores e técnicos desde o início do Processo, resultou na construção de conjuntos e unidades habitacionais que valorizam os aspectos da vida em comum, característicos daquelas populações. Considerando a circunstância política, o modo como promoveu a colaboração entre técnicos e moradores e a originalidade tipológica dos edifícios, defende-se que a experiência SAAL no Porto merece status e referência, não apenas em comparação às operações desencadeadas nas demais regiões do país, mas, especialmente, porque deve ser encarada como um produto da Revolução em Portugal. |
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