Avaliação das atividades antioxidante, citotóxica e cicatrizante de Conocarpus erectus sobre lesões cutâneas em ratos wistar

• Autor(a) principal: SANTANA, Marllon Alex Nascimento
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• dARK ID: ark:/64986/001300000w4p0
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30939
• topic: Plantas medicinais

As plantas medicinais são consideradas alternativas eficientes na procura por novas substâncias que atuem como terapia para várias doenças, devido a sua diversidade química e baixo custo. Conocarpus erectus, popularmente conhecida como mangue de botão, é uma espécie bastante utilizada na medicina popular para o tratamento de câncer, sífilis, hipertensão, hemorragias, infecções e no reparo de feridas cutâneas. Considerando a utilização popular desta espécie para o tratamento de feridas, o presente trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades antioxidante, citotóxica e cicatrizante do extrato hidroalcoólico de folhas secas e frescas de Conocarpus erectus sobre lesões cutâneas em ratos wistar. O material vegetal foi coletado em no município de Vila Velha (Norte/Pernambuco). O extrato hidroalcoólico foi preparado por maceração utilizando folhas frescas e secas de C. erectus, obtendo-se dois extratos. O perfil fitoquímico foi analisado por cromatografia em camada delgada e os teores de fenóis totais, flavonóides, taninos e cumarina foram determinados. O potencial antioxidante dos extratos foi avaliado pelo método de sequestro de radicais livres - DPPH e a citotoxicidade foi analisada frente às linhagens de células Vero e macrófagos murinos (RAW-264.7). Para a avaliação da atividade cicatrizante foram preparadas formulações dos extratos hidroalcoólicos das folhas secas (FHFCS) e frescas (FHFCF) de C. erectus (10%) e testadas em modelos de cicatrização excisional. O perfil fitoquímico indicou a presença de taninos, flavonóides, terpenóides e cumarinas em ambos os extratos, além disso, o extrato hidroalcoólico das folhas frescas de C. erectus apresentou maior teor de fenóis e taninos totais (46,07 ± 3,02 e 42,18 ± 3,23 mg EAT/g, respectivamente) quando comparado ao extrato hidroalcoólico das folhas secas (39,40 ± 3,06 e 38,61 ± 2,75 mg EAT/g, respectivamente). Na avaliação da atividade antioxidante os extratos das folhas fresca e seca demonstraram capacidade de sequestrar radicais livres (CE₅₀ 51,89; 55,10 μg/mL, respectivamente) e apresentaram baixa citotoxicidade frente às células Vero (15,2%; 24%, respectivamente) e RAW-264.7 (21,8%; 31,2%, respectivamente). No potencial cicatrizante em modelo de ferida excisional, o grupo tratado com FHFCF na concentração de 10% apresentou evolução cicatricial significativa até o período de 14 dias, com percentual de contração de 20,15% no 3° dia, 68,08% no 7° dia e 83,62% no 14° dia. No modelo de ferida excisional utilizando aro de contenção com objetivo de replicar a fisiologia humana, os grupos tratados com FHFCS e FHFCF apresentaram percentagem de contração de 88,83%; 92,37% na concentração de 10%, respectivamente, e 85,31%; 92,58% na concentração de 5%, respectivamente. A análise histopalógica das formulações mostrou uma reepitelização nítida e contínua, com restauração do tecido conjuntivo, presença de fibras colágenas com arranjo modelado próximo ao epitélio e intensa concentração de fibroblastos na região cicatricial. Desta forma, podemos concluir que a administração tópica de FHFCS e FHFCF auxiliam na aceleração do processo cicatricial, promovendo significativa reepitalização do tecido e regeneração celular, sendo relevantes no reparo de lesões cutâneas.