Caracterização e avaliação do potencial de uso de lodos de estações de tratamento de esgoto doméstico da Região Metropolitana do Recife

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maria Ribeiro Bastos da Silva, Ana
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/001300000wnzr
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5861
Resumo: O lodo removido nas diferentes etapas em uma estação de tratamento de esgoto doméstico (ETE), por apresentar grandes quantidades e composição muito variável constitui um problema complexo. Esta composição está relacionada com as características da água de abastecimento e do esgoto gerado, com o processo de tratamento do esgoto, com as diferentes possibilidades de tratamento e disposição do lodo e com seus possíveis usos. O lodo necessita tratamento, seja para a redução de seu volume ou umidade, seja para a estabilização da matéria orgânica, aproveitamento ou disposição final. O tipo de tratamento será função da sua qualidade, características de operação e processo, custos, condições climáticas, impactos ambientais, da própria distância de transporte e da dificuldade ou facilidade de se encontrar locais apropriados ou seguros para o destino final do lodo. Um primeiro passo para a escolha do tipo de tratamento mais adequado é avaliar o seu posterior uso potencial e a sua caracterização físico-química e microbiológica (teor de umidade, macro e micronutrientes, metais pesados e microrganismos, entre outros). O Estado de Pernambuco não possui dados referentes a essas características, nem das suas principais estações de tratamento de esgotos, cuja maioria se encontra na Região Metropolitana do Recife. Consequentemente, não se sabe ainda qual a alternativa mais apropriada de disposição final do lodo de ETEs, com possível aproveitamento do seu valor econômico e agronômico. A presente dissertação teve como objetivo determinar as características físicoquímicas e avaliar o potencial de uso de lodos digeridos de três ETEs, sendo duas com reatores anaeróbios tipo UASB, com redes coletoras do sistema do tipo condominial (ETE Mangueira e ETE Vila São João, Recife) e uma com reator aeróbio (ETE Cabo, Cabo de Santo Agostinho). Para efeito de comparação dos resultados de metais pesados, foram incluídos também lodos de 3 estações de tratamento de água (ETA) da RMR (Castello Branco, Gurjaú e Suape). Estas determinações analíticas se estenderam ainda à fase líquida das ETAs e ETEs estudadas. Utilizando-se da técnica de análise de componentes principais, os resultados de metais nos lodos, tanto de ETAs quanto de ETEs, mostraram que os teores de alumínio, ferro, sódio, cálcio e cobre, principalmente, são preocupantes caso a disposição final seja através do seu uso agrícola. Entretanto, os metais pesados em ambos os lodos ficaram abaixo dos limites admissíveis; uma exceção ocorreu em relação ao teor de cobre da ETE Cabo. Nos lodos de ETEs com reatores UASB, observou-se que em geral, os teores de sólidos totais voláteis e sólidos suspensos voláteis ficaram abaixo dos valores encontrados em outras ETEs similares. Esse resultado foi atribuído ao tipo de rede de coleta, com quantidade significativa de areia e pobre retenção nos desarenadores existentes. As concentrações de alumínio e de manganês nos lodos anaeróbios estiveram acima dos valores encontrados em outras ETEs. Os resultados dos lodos de UASB em leitos de secagem mostraram que eles se apresentam com boas características para rápida desidratação, em menos de 4 semanas e com bom potencial em termos de nutrientes. A determinação de atividade metanogênica específica do lodo de reator UASB resultou em valores compatíveis para biomassa alimentada com esgoto doméstico; com valores entre 0,08 e 0,19 g DQO/ g SSV.dia, para teores de SSV entre 1,85 g SSV/L e 0,57 g SSV/L, respectivamente, quando o substrato (acetato de sódio) foi utilizado em concentração de 2 g DQO/L nos ensaios. Os resultados obtidos necessitam complementações no tocante as suas características, entretanto, pode-se avaliar que o seu potencial para uso agrícola é bastante promissor. No entanto, recomenda-se um prévio tratamento do lodo na forma de vermicompostagem ou co-compostagem, antes de seu uso
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spelling Maria Ribeiro Bastos da Silva, AnaTakayuki Kato, Mario 2014-06-12T17:42:11Z2014-06-12T17:42:11Z2001Maria Ribeiro Bastos da Silva, Ana; Takayuki Kato, Mario. Caracterização e avaliação do potencial de uso de lodos de estações de tratamento de esgoto doméstico da Região Metropolitana do Recife. 2001. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5861ark:/64986/001300000wnzrO lodo removido nas diferentes etapas em uma estação de tratamento de esgoto doméstico (ETE), por apresentar grandes quantidades e composição muito variável constitui um problema complexo. Esta composição está relacionada com as características da água de abastecimento e do esgoto gerado, com o processo de tratamento do esgoto, com as diferentes possibilidades de tratamento e disposição do lodo e com seus possíveis usos. O lodo necessita tratamento, seja para a redução de seu volume ou umidade, seja para a estabilização da matéria orgânica, aproveitamento ou disposição final. O tipo de tratamento será função da sua qualidade, características de operação e processo, custos, condições climáticas, impactos ambientais, da própria distância de transporte e da dificuldade ou facilidade de se encontrar locais apropriados ou seguros para o destino final do lodo. Um primeiro passo para a escolha do tipo de tratamento mais adequado é avaliar o seu posterior uso potencial e a sua caracterização físico-química e microbiológica (teor de umidade, macro e micronutrientes, metais pesados e microrganismos, entre outros). O Estado de Pernambuco não possui dados referentes a essas características, nem das suas principais estações de tratamento de esgotos, cuja maioria se encontra na Região Metropolitana do Recife. Consequentemente, não se sabe ainda qual a alternativa mais apropriada de disposição final do lodo de ETEs, com possível aproveitamento do seu valor econômico e agronômico. A presente dissertação teve como objetivo determinar as características físicoquímicas e avaliar o potencial de uso de lodos digeridos de três ETEs, sendo duas com reatores anaeróbios tipo UASB, com redes coletoras do sistema do tipo condominial (ETE Mangueira e ETE Vila São João, Recife) e uma com reator aeróbio (ETE Cabo, Cabo de Santo Agostinho). Para efeito de comparação dos resultados de metais pesados, foram incluídos também lodos de 3 estações de tratamento de água (ETA) da RMR (Castello Branco, Gurjaú e Suape). Estas determinações analíticas se estenderam ainda à fase líquida das ETAs e ETEs estudadas. Utilizando-se da técnica de análise de componentes principais, os resultados de metais nos lodos, tanto de ETAs quanto de ETEs, mostraram que os teores de alumínio, ferro, sódio, cálcio e cobre, principalmente, são preocupantes caso a disposição final seja através do seu uso agrícola. Entretanto, os metais pesados em ambos os lodos ficaram abaixo dos limites admissíveis; uma exceção ocorreu em relação ao teor de cobre da ETE Cabo. Nos lodos de ETEs com reatores UASB, observou-se que em geral, os teores de sólidos totais voláteis e sólidos suspensos voláteis ficaram abaixo dos valores encontrados em outras ETEs similares. Esse resultado foi atribuído ao tipo de rede de coleta, com quantidade significativa de areia e pobre retenção nos desarenadores existentes. As concentrações de alumínio e de manganês nos lodos anaeróbios estiveram acima dos valores encontrados em outras ETEs. 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