Martin Buber e o eclipse do sagrado na modernidade
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Data de Publicação: | 2021 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41532 |
Resumo: | Martin Buber e o eclipse do sagrado na modernidade são uma leitura filosófica a partir do pensamento religioso buberiano, que é, além de se caracterizar como uma reflexão conceitual, um verdadeiro convite à vivência existencial de ser a ser. Ademais, propõe-se um diálogo acerca da possibilidade de se pensar o descortinamento do sagrado ante um mundo que majoritariamente foi tomado pelo modus operandi da tecnociência, fenômeno que imprimiu mudanças profundas na existência como um todo, inclusive na dimensão espiritual do homem. Assumindo uma metodologia hermenêutica de abordagem dos textos, este estudo busca investigar o desaparecimento de Deus no contexto de um desenvolvimento crescente de uma racionalidade científica sem precedentes, que invadiu o mundo simbólico desalojando a presença divina que se manifesta como hierofanias. Em simultâneo, a presente pesquisa pretende examinar a validade argumentativa acerca da possibilidade de reverter o acelerado processo de dessacralização do mundo, “restaurando” assim a presença do transcendente. A vida dialógica aparece como elemento fundamental para interromper esse movimento do homem de não mais perceber o mundo como um espaço sagrado. Esta vida, segundo Buber, é marcada por um mútuo envolvimento entre os seres. O homem aparece no pensamento do filósofo como um ser de relação, isto é, definido como um ser, entre os demais seres, que tem em seu estatuto ontológico uma predisposição essencial para vincular-se. Sua existência encerra um modo de ser no mundo que deseja engajar-se de forma a se comprometer com a alteridade. À medida que o homem se predispõe a viver no mundo sob o aspecto de sua condição ontológica, atualizando assim sua essência, ele atualiza a presença de Deus no mundo. Pronunciar Tu encerra um acontecimento religioso que, segundo Buber, em sua obra “Eclipse de Deus”, se expressa como a entrada do homem na realidade. Pronunciar Isso encerra a forma assumida pelo pensamento filosófico cuja dinâmica de atuação materializa-se na forma sujeito-objeto. O ato do homem de responder às exigências do cotidiano, em consonância com o seu primado ontológico, é, para Buber, uma experiência essencialmente religiosa que o possibilita se encontra com Deus como Tu eterno. Ao dialogar com alguns representantes da filosofia moderna e contemporânea, Buber percebe que tais filosofias buscam circunscrever Deus em seus sistemas de pensamentos, atitude que corroborou com o prolongamento do eclipse divino. Deus, ora é reduzido à ideia que o homem faz dele, ora é condicionado aos devaneios da subjetividade. O pensamento filosófico e religioso de Buber reconhece a relação com os Tus individualizados como momento preparatório do encontro supremo. Como forma de “resgatar” Deus das malhas do tempo linear, não mítico, e encontra- se novamente com Ele, Buber, exorta ao homem assumir o caminho que lhe é próprio, fazendo de cada ação sua um ato de acolhimento da criação divina: eis que na apresentação de seu pensamento religioso nos é apresentada uma espiritualidade essencialmente humanística a qual encontra fundamento em sua fenomenologia da palavra. |
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ARAÚJO, Willamis Aprígio dehttp://lattes.cnpq.br/8991189445325394http://lattes.cnpq.br/4627841295680114MATOS, Junot Cornélio2021-11-05T17:28:00Z2021-11-05T17:28:00Z2021-05-24ARAÚJO, Willamis Aprígio de. Martin Buber e o eclipse do sagrado na modernidade. 2021. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41532ark:/64986/001300001572hMartin Buber e o eclipse do sagrado na modernidade são uma leitura filosófica a partir do pensamento religioso buberiano, que é, além de se caracterizar como uma reflexão conceitual, um verdadeiro convite à vivência existencial de ser a ser. Ademais, propõe-se um diálogo acerca da possibilidade de se pensar o descortinamento do sagrado ante um mundo que majoritariamente foi tomado pelo modus operandi da tecnociência, fenômeno que imprimiu mudanças profundas na existência como um todo, inclusive na dimensão espiritual do homem. Assumindo uma metodologia hermenêutica de abordagem dos textos, este estudo busca investigar o desaparecimento de Deus no contexto de um desenvolvimento crescente de uma racionalidade científica sem precedentes, que invadiu o mundo simbólico desalojando a presença divina que se manifesta como hierofanias. Em simultâneo, a presente pesquisa pretende examinar a validade argumentativa acerca da possibilidade de reverter o acelerado processo de dessacralização do mundo, “restaurando” assim a presença do transcendente. A vida dialógica aparece como elemento fundamental para interromper esse movimento do homem de não mais perceber o mundo como um espaço sagrado. Esta vida, segundo Buber, é marcada por um mútuo envolvimento entre os seres. O homem aparece no pensamento do filósofo como um ser de relação, isto é, definido como um ser, entre os demais seres, que tem em seu estatuto ontológico uma predisposição essencial para vincular-se. 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Ao dialogar com alguns representantes da filosofia moderna e contemporânea, Buber percebe que tais filosofias buscam circunscrever Deus em seus sistemas de pensamentos, atitude que corroborou com o prolongamento do eclipse divino. Deus, ora é reduzido à ideia que o homem faz dele, ora é condicionado aos devaneios da subjetividade. O pensamento filosófico e religioso de Buber reconhece a relação com os Tus individualizados como momento preparatório do encontro supremo. Como forma de “resgatar” Deus das malhas do tempo linear, não mítico, e encontra- se novamente com Ele, Buber, exorta ao homem assumir o caminho que lhe é próprio, fazendo de cada ação sua um ato de acolhimento da criação divina: eis que na apresentação de seu pensamento religioso nos é apresentada uma espiritualidade essencialmente humanística a qual encontra fundamento em sua fenomenologia da palavra."Martin Buber and the eclipse of the sacred in modernity" is a philosophical reading from Buberian religious thought, which besides being characterized as a conceptual reflection is a true invitation to the existential experience of being to be. Moreover, it proposes to be a dialogue about the possibility of thinking about the unveiling of the sacred before a world that was mostly taken by the modus operandi of technoscience, a phenomenon that imprinted profound changes in existence as a whole, including in the spiritual dimension of man. Assuming a hermeneutic methodology of the author's whole work, this study seeks to investigate the disappearance of God in the context of a growing development of an unprecedented scientific rationality, which invaded the symbolic world dislodging the divine presence that manifests itself as hierophanias. At the same time, the present study aims to draw attention to the possibility of reversing the accelerated process of desacralization of the world, restoring thus the presence of the transcendent. Dialogical life seems to be a fundamental element to interrupt this man movement of no longer perceiving the world as a sacred space. This life, according to Buber, is marked by mutual involvement between beings. Man appears in the philosopher's thought as a being of relationship, that is, it is defined as a being, among other beings, which has in its ontological status an essential predisposition to bind. Its existence encloses a way of being in the world that wishes to engage in a way that commits itself to otherness. As man is predisposed to live in the world under the aspect of his ontological condition, thus updating his essence, he updates God's presence in the world. Pronouncing You closes a religious event, which according to Buber expresses itself as the entrance of man into reality. To pronounce This ends the form assumed by philosophical thought whose dynamics of action materialize in the subject-object form. The man act of responding the demands of everyday life in line with his ontological primacy is for Buber an essentially religious experience that enables him to meet God as eternal You. Buber when dialoguing with some representatives of modern and contemporary philosophy realizes that such philosophies seek to circumscribe God in his systems of thoughts, an attitude that corroborated with the prolongation of the divine eclipse. God, sometimes is reduced to the idea that man makes of him, sometimes is conditioned to the reveries of subjectivity. Buber's philosophical and religious thought recognizes the relationship with the individualized You as a preparatory moment of the supreme encounter. As a way of "rescuing" God from the meshes of linear, non-mythical time, and meets again with Him, Buber, exhorts man to take his own path, making every action his own an act of acceptance of divine creation: behold, in the presentation of his religious thought we are presented with an essentially humanistic spirituality which finds foundation in his phenomenology of the word.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em FilosofiaUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessFilosofiaBuber, Martin 1878 - 1965Deus – Santidade - ReligiãoCivilização modernaPlano pedagógicoMartin Buber e o eclipse do sagrado na modernidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPECC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41532/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81908https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41532/3/license.txtc59d330e2c454f71974f5866a0e8a96aMD53ORIGINALTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdfTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdfapplication/pdf998829https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41532/1/TESE%20Willamis%20Apr%c3%adgio%20de%20Ara%c3%bajo.pdf0985a26ea61106035136378a25df390fMD51TEXTTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdf.txtTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdf.txtExtracted texttext/plain573352https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41532/4/TESE%20Willamis%20Apr%c3%adgio%20de%20Ara%c3%bajo.pdf.txt142650ff8b56ab19c0b24a7d6282d9e6MD54THUMBNAILTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdf.jpgTESE Willamis Aprígio de Araújo.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1220https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/41532/5/TESE%20Willamis%20Apr%c3%adgio%20de%20Ara%c3%bajo.pdf.jpg4440faf013716533ea436467b86d60caMD55123456789/415322021-11-06 02:12:31.295oai:repositorio.ufpe.br:123456789/41532VGVybW8gZGUgRGVww7NzaXRvIExlZ2FsIGUgQXV0b3JpemHDp8OjbyBwYXJhIFB1YmxpY2HDp8OjbyBkZSBUcmFiYWxob3MgQWNhZMOqbWljb3Mgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRQoKRGVjbGFybyBwYXJhIG9zIGRldmlkb3MgZmlucyBkZXN0ZSBUZXJtbyBkZSBEZXDDs3NpdG8gTGVnYWwgZSBBdXRvcml6YcOnw6NvIHBhcmEgUHVibGljYcOnw6NvIGRlIFRyYWJhbGhvcyBBY2Fkw6ptaWNvcyBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gRGlnaXRhbCBkYSBVRlBFIHF1ZSBlc3RvdSBjaWVudGUgcXVlOgpJIC0gbyBjb250ZcO6ZG8gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIMOpIGRlIG1pbmhhIGludGVpcmEgcmVzcG9uc2FiaWxpZGFkZTsKSUkgLSBvIGNvbnRlw7pkbyDDqSBvcmlnaW5hbCwgZSBzZSBvIHRyYWJhbGhvIGUvb3UgcGFsYXZyYXMgZGUgb3V0cmFzIHBlc3NvYXMgZm9yYW0gdXRpbGl6YWRvcywgZXN0YXMgZm9yYW0gZGV2aWRhbWVudGUgcmVjb25oZWNpZGFzOwpJSUkgLSBhIGFsdGVyYcOnw6NvIGRhIG1vZGFsaWRhZGUgZGUgYWNlc3NvIGFvIHRyYWJhbGhvIGFww7NzIG8gZGVww7NzaXRvIGUgYW50ZXMgZGUgZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgZW1iYXJnbywgcXVhbmRvIGZvciBlc2NvbGhpZG8gYWNlc3NvIHJlc3RyaXRvLCBzZXLDoSBwZXJtaXRpZGEgbWVkaWFudGUgc29saWNpdGHDp8OjbyBkbyAoYSkgYXV0b3IgKGEpIGFvIFNpc3RlbWEgSW50ZWdyYWRvIGRlIEJpYmxpb3RlY2FzIGRhIFVGUEUgKFNJQi9VRlBFKS4KIApQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gYWJlcnRvOgpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgYXV0b3IgcXVlIHJlY2FlbSBzb2JyZSBlc3RlIFRyYWJhbGhvIEFjYWTDqm1pY28sIGZ1bmRhbWVudGFkbyBuYSBMZWkgZGUgRGlyZWl0byBBdXRvcmFsIG5vIDkuMTYwIGRlIDE5IGRlIGZldmVyZWlybyBkZSAxOTk4LCBhcnQuIDI5LCBpbmNpc28gSUlJLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFBlcm5hbWJ1Y28gYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBncmF0dWl0YW1lbnRlLCBzZW0gcmVzc2FyY2ltZW50byBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQgKGFxdWlzacOnw6NvKSBhdHJhdsOpcyBkbyBzaXRlIGRvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBEaWdpdGFsIGRhIFVGUEUgbm8gZW5kZXJlw6dvIGh0dHA6Ly93d3cucmVwb3NpdG9yaW8udWZwZS5iciwgYSBwYXJ0aXIgZGEgZGF0YSBkZSBkZXDDs3NpdG8uCgpQYXJhIHRyYWJhbGhvcyBlbSBBY2Vzc28gcmVzdHJpdG86Ck5hIHF1YWxpZGFkZSBkZSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBhdXRvciBxdWUgcmVjYWVtIHNvYnJlIGVzdGUgVHJhYmFsaG8gZGUgQ29uY2x1c8OjbyBkZSBDdXJzbywgZnVuZGFtZW50YWRvIG5hIExlaSBkZSBEaXJlaXRvIEF1dG9yYWwgbm8gOS4xNjAgZGUgMTkgZGUgZmV2ZXJlaXJvIGRlIDE5OTgsIGFydC4gMjksIGluY2lzbyBJSUksIGF1dG9yaXpvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGUgUGVybmFtYnVjbyBhIGRpc3BvbmliaWxpemFyIGdyYXR1aXRhbWVudGUsIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gZS9vdSBkb3dubG9hZCAoYXF1aXNpw6fDo28pIGF0cmF2w6lzIGRvIHNpdGUgZG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIERpZ2l0YWwgZGEgVUZQRSBubyBlbmRlcmXDp28gaHR0cDovL3d3dy5yZXBvc2l0b3Jpby51ZnBlLmJyLCBxdWFuZG8gZmluZGFyIG8gcGVyw61vZG8gZGUgYXTDqSAwMSBhbm8gZGUgZW1iYXJnbywgY29uZm9ybWUgaW5mb3JtYWRvIG5vIGNhbXBvIERhdGEgZGUgRW1iYXJnby4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212021-11-06T05:12:31Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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Martin Buber e o eclipse do sagrado na modernidade são uma leitura filosófica a partir do pensamento religioso buberiano, que é, além de se caracterizar como uma reflexão conceitual, um verdadeiro convite à vivência existencial de ser a ser. Ademais, propõe-se um diálogo acerca da possibilidade de se pensar o descortinamento do sagrado ante um mundo que majoritariamente foi tomado pelo modus operandi da tecnociência, fenômeno que imprimiu mudanças profundas na existência como um todo, inclusive na dimensão espiritual do homem. Assumindo uma metodologia hermenêutica de abordagem dos textos, este estudo busca investigar o desaparecimento de Deus no contexto de um desenvolvimento crescente de uma racionalidade científica sem precedentes, que invadiu o mundo simbólico desalojando a presença divina que se manifesta como hierofanias. Em simultâneo, a presente pesquisa pretende examinar a validade argumentativa acerca da possibilidade de reverter o acelerado processo de dessacralização do mundo, “restaurando” assim a presença do transcendente. A vida dialógica aparece como elemento fundamental para interromper esse movimento do homem de não mais perceber o mundo como um espaço sagrado. Esta vida, segundo Buber, é marcada por um mútuo envolvimento entre os seres. O homem aparece no pensamento do filósofo como um ser de relação, isto é, definido como um ser, entre os demais seres, que tem em seu estatuto ontológico uma predisposição essencial para vincular-se. Sua existência encerra um modo de ser no mundo que deseja engajar-se de forma a se comprometer com a alteridade. À medida que o homem se predispõe a viver no mundo sob o aspecto de sua condição ontológica, atualizando assim sua essência, ele atualiza a presença de Deus no mundo. Pronunciar Tu encerra um acontecimento religioso que, segundo Buber, em sua obra “Eclipse de Deus”, se expressa como a entrada do homem na realidade. Pronunciar Isso encerra a forma assumida pelo pensamento filosófico cuja dinâmica de atuação materializa-se na forma sujeito-objeto. O ato do homem de responder às exigências do cotidiano, em consonância com o seu primado ontológico, é, para Buber, uma experiência essencialmente religiosa que o possibilita se encontra com Deus como Tu eterno. Ao dialogar com alguns representantes da filosofia moderna e contemporânea, Buber percebe que tais filosofias buscam circunscrever Deus em seus sistemas de pensamentos, atitude que corroborou com o prolongamento do eclipse divino. Deus, ora é reduzido à ideia que o homem faz dele, ora é condicionado aos devaneios da subjetividade. O pensamento filosófico e religioso de Buber reconhece a relação com os Tus individualizados como momento preparatório do encontro supremo. Como forma de “resgatar” Deus das malhas do tempo linear, não mítico, e encontra- se novamente com Ele, Buber, exorta ao homem assumir o caminho que lhe é próprio, fazendo de cada ação sua um ato de acolhimento da criação divina: eis que na apresentação de seu pensamento religioso nos é apresentada uma espiritualidade essencialmente humanística a qual encontra fundamento em sua fenomenologia da palavra. |
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