A rememoração de histórias de crimes por operadores do Direito atuantes no Tribunal do Júri: uma exploração dos mediadores socioculturais no processo de reconstruir lembranças
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29215 |
Resumo: | Muitos fenômenos nos diversos campos da prática jurídica ainda precisam da atenção contextualizada da Psicologia. O Tribunal do Júri é uma das áreas mais carentes de estudos psicológicos no Brasil, apesar da sua grande relevância social. Na busca pela verdade real de crimes, a reconstrução das memórias de um evento criminoso é um fenômeno recorrentemente analisado no sistema judicial. No Tribunal do Júri, essa análise não se limita apenas aos depoimentos decorrentes das vivências das vítimas, acusados e testemunhas, mas também se estende às teses apresentadas pelos promotores de justiça e advogados de defesa, nas quais também são rememoradas as histórias de crimes registradas nos processos judiciais. Nesse contexto é frequente a ocorrência de disputas entre quem representa a defesa e a acusação do réu, com o objetivo de convencer os jurados quanto a quem está apresentando a verdade do processo judicial com imparcialidade. Concebe-se, aqui, que além dos objetivos jurídicos a serem atingidos por cada um daqueles operadores do Direito, as diferentes nuances de uma mesma história do crime, reconstruída numa sessão do júri, são também decorrentes do caráter reconstrutivo e contextual da memória humana. Assim, esta pesquisa se propôs a compreender o processo de rememoração de um promotor de justiça e um defensor público atuantes no Tribunal do Júri, quanto a histórias crimes dolosos contra a vida, que fizeram parte das suas respectivas atuações profissionais. Foi objetivo explorar as formas de reconstruções das lembranças e identificar os mediadores socioculturais a elas subjacentes. Este estudo se fundamentou na perspectiva de memória reconstrutiva de Frederic Bartlett, em articulação com contribuições de autores contemporâneos filiados à Psicologia Cultural. Para a obtenção dos dados, realizou-se uma versão adaptada do Método de Reprodução Repetida e duas entrevistas semiestruturadas audiogravadas, além de recorrer a dados complementares. A análise seguiu o delineamento qualitativo microgenético, configurando-se em dois estudos de casos. Em consonância com a literatura, os dados apresentaram que as principais formas de alterações das lembranças foram: omissões, transformações, mudanças na ordem dos eventos e racionalizações. A análise demonstrou que dedução, coerência narrativa, gestos, repetição, deferimento, questionamento, prolongamentos, sinais corporais do outro e pausas podem funcionar como recursos facilitadores de reconstruções mnemônicas. Há indícios de que esses mediadores podem atuar tanto como facilitadores para a transformação, como para a manutenção das informações lembradas. O processo de rememoração demonstrou ser regulado pelos significados construídos acerca do crime lembrado e da prática profissional dos participantes, bem como quanto às próprias situações interacionais com a pesquisadora. Esses dados reforçam a necessidade de mais pesquisas no campo da Psicologia, que se proponham a aprofundar a análise da interação entre fenômenos mnemônicos e contextos socioculturais. Essa compreensão tem relevância prática no Tribunal do Júri e em diversas áreas da Psicologia Jurídica. |
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FERREIRA, Nathaly Mariahttp://lattes.cnpq.br/8223918202695861http://lattes.cnpq.br/7889645056048521LYRA, Maria da Conceição Diniz Pereira de2019-02-18T19:35:13Z2019-02-18T19:35:13Z2016-02-25https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29215ark:/64986/00130000094n0Muitos fenômenos nos diversos campos da prática jurídica ainda precisam da atenção contextualizada da Psicologia. O Tribunal do Júri é uma das áreas mais carentes de estudos psicológicos no Brasil, apesar da sua grande relevância social. Na busca pela verdade real de crimes, a reconstrução das memórias de um evento criminoso é um fenômeno recorrentemente analisado no sistema judicial. No Tribunal do Júri, essa análise não se limita apenas aos depoimentos decorrentes das vivências das vítimas, acusados e testemunhas, mas também se estende às teses apresentadas pelos promotores de justiça e advogados de defesa, nas quais também são rememoradas as histórias de crimes registradas nos processos judiciais. Nesse contexto é frequente a ocorrência de disputas entre quem representa a defesa e a acusação do réu, com o objetivo de convencer os jurados quanto a quem está apresentando a verdade do processo judicial com imparcialidade. Concebe-se, aqui, que além dos objetivos jurídicos a serem atingidos por cada um daqueles operadores do Direito, as diferentes nuances de uma mesma história do crime, reconstruída numa sessão do júri, são também decorrentes do caráter reconstrutivo e contextual da memória humana. Assim, esta pesquisa se propôs a compreender o processo de rememoração de um promotor de justiça e um defensor público atuantes no Tribunal do Júri, quanto a histórias crimes dolosos contra a vida, que fizeram parte das suas respectivas atuações profissionais. Foi objetivo explorar as formas de reconstruções das lembranças e identificar os mediadores socioculturais a elas subjacentes. Este estudo se fundamentou na perspectiva de memória reconstrutiva de Frederic Bartlett, em articulação com contribuições de autores contemporâneos filiados à Psicologia Cultural. Para a obtenção dos dados, realizou-se uma versão adaptada do Método de Reprodução Repetida e duas entrevistas semiestruturadas audiogravadas, além de recorrer a dados complementares. A análise seguiu o delineamento qualitativo microgenético, configurando-se em dois estudos de casos. Em consonância com a literatura, os dados apresentaram que as principais formas de alterações das lembranças foram: omissões, transformações, mudanças na ordem dos eventos e racionalizações. A análise demonstrou que dedução, coerência narrativa, gestos, repetição, deferimento, questionamento, prolongamentos, sinais corporais do outro e pausas podem funcionar como recursos facilitadores de reconstruções mnemônicas. Há indícios de que esses mediadores podem atuar tanto como facilitadores para a transformação, como para a manutenção das informações lembradas. O processo de rememoração demonstrou ser regulado pelos significados construídos acerca do crime lembrado e da prática profissional dos participantes, bem como quanto às próprias situações interacionais com a pesquisadora. Esses dados reforçam a necessidade de mais pesquisas no campo da Psicologia, que se proponham a aprofundar a análise da interação entre fenômenos mnemônicos e contextos socioculturais. Essa compreensão tem relevância prática no Tribunal do Júri e em diversas áreas da Psicologia Jurídica.CNPqMany phenomena in the various fields of legal practice still need the contextualized attention of Psychology. The Jury's Court is one of the most deprived areas of psychological studies in Brazil, despite its great social relevance. In the search for real truth of crimes, reconstruction of memories of a criminal event is a recurrent phenomenon analyzed in the judicial system. At the Jury's Court, this analysis is not limited to testimonies arising from the experiences of victims, defendants and witnesses, but also extends to the arguments presented by prosecutors and defense lawyers, In which also the histories of crimes registered in the judicial processes are recalled. In this context it is common the occurrence of disputes between who represents the defense and the accusation of the defendant, with the purpose of convincing jurors as to who is presenting the truth of the judicial process with impartiality. It is conceived here that in addition to the legal objectives to be achieved by each of these legal operators, the different nuances of the same crime story, reconstructed in a jury session, are also due to the reconstructive and contextual character of human memory. Thus, this research aimed to understand the process of rememorating a prosecutor and a public defender acting in the Court of Jury, regarding stories of intentional crimes against life, which were part of their respective professional activities. It was intended to explore the ways in which memories were reconstructed and to identify the sociocultural mediators underlying them. This study is based on the perspective of the reconstructive memory of Frederic Bartlett, in articulation with contributions of contemporary authors affiliated to Cultural Psychology. To obtain the data, an adapted version of the repeated reproduction method and two semi-structured audio-video interviews were used, in addition to using complementary data. The analysis followed the qualitative microgenetic design, being configured in two case studies. In agreement with the literature, the data presented that the main forms of alterations of the memories were: omissions, transformations, changes in the order of events and rationalizations. The analysis demonstrated that deduction, narrative coherence, gestures, repetition, deferment, questioning, prolongations, bodily signals of the other and pauses can function as facilitators of memory reconstructions. There are indications that these mediators can act as facilitators for the transformation, as well as the maintenance of the information remembered. The recall process was shown to be regulated by the meanings about the crime remembered and the professional practice of the participants, as well as the interactions with the researcher. These data reinforce the need for research in the field of psychology, which aims to deepen the analysis of the interaction between mnemonic phenomena and sociocultural contexts. This understanding has practical relevance in the Jury's Court and in several areas of Legal Psychology.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Psicologia CognitivaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologia cognitivaPsicologia forenseJulgamentos criminais – Aspectos psicológicosJúri – Aspectos psicológicosMemória reconstrutivaMediadores socioculturaisA rememoração de histórias de crimes por operadores do Direito atuantes no Tribunal do Júri: uma exploração dos mediadores socioculturais no processo de reconstruir lembrançasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Nathaly Maria Ferreira.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Nathaly Maria Ferreira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1217https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29215/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathaly%20Maria%20Ferreira.pdf.jpg050eab1c3a14564337b8824f135d4585MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Nathaly Maria Ferreira.pdfDISSERTAÇÃO Nathaly Maria Ferreira.pdfapplication/pdf1142416https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29215/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Nathaly%20Maria%20Ferreira.pdf8506aab98c20c72fc3cbb8b86824f489MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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