“Nem tão escura para ser preta e nem tão clara para ser branca” : pertencimento racial entre estudantes de Psicologia que acessaram a universidade através da autodeclaração como pardos/as

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ALBUQUERQUE FILHO, Wellington Soares de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44219
Resumo: O discurso social sobre o ser negro expressa uma incompatibilidade entre a autodeclaração como pardo/a e os sentimentos de pertencimento racial. O mito da democracia racial propagou uma narrativa falaciosa da harmonia das raças, consequência do processo de colonização que demarcou lugares sociais de subalternidade e de privilégios. O objetivo geral desta dissertação foi compreender os sentidos construídos sobre o pertencimento racial em estudantes de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, que se autoidentificaram como pardos no acesso à Universidade Pública. Surgindo a partir da pergunta de pesquisa: será que a pessoa que acessa a universidade como pardo se entende como negra/o? E como ela localiza o seu lugar diante desse campo? Utilizamos o Método de Produção de Narrativa (MPN). Participaram 10 pessoas, das quais 8 entrevistas foram validadas. 5 mulheres e 3 homens que se autodeclararam como pardos/as, sendo que 7 pessoas acessaram a universidade através da política de cotas raciais e uma por ampla concorrência. As narrativas foram produzidas de forma coparticipativa em que as interlocutoras puderam ler, alterar e acrescentar conteúdo. A narrativa produto do encontro teve como fundamento tecer algumas reflexões sobre o pertencimento racial das estudantes que se autodeclararam como pardas/os. Observamos como o racismo fez parte das experiências das/os interlocutoras/es, seja a partir da discriminação racial, seja a partir da maneira com que a pessoa se percebia. Além disso, as narrativas das pessoas com a pigmentação da pele, a cor, menos retintas traziam aspectos como a confusão, o medo e a ansiedade no processo de pertencimento racial. A universidade, a presença de pessoas negras, de coletivos negra/os, de pessoas de referência na luta foram demarcados como fundamentais para aqueles que se sentiam mais confortáveis com seu posicionamento étnico-racial. Observamos nas narrativas que se autodeclarar como pardas/os e se entender como negras/os não andam nos mesmos passos, de modo que o pertencimento racial está intimamente conectado com a identidade racial. A dissertação problematiza a necessidade de que maiores debates acerca do lugar de fala do/a pardo/a sejam realizados diante das disputas engendradas no Brasil, pois observamos que o pertencimento racial, mesmo sendo doloroso, traz em si um processo de conexão sócio existencial e política. Portanto, a autodeclaração de cor/raça envolve tensões e conflitos de ordem pessoal/existencial, legais e institucionais.
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O objetivo geral desta dissertação foi compreender os sentidos construídos sobre o pertencimento racial em estudantes de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, que se autoidentificaram como pardos no acesso à Universidade Pública. Surgindo a partir da pergunta de pesquisa: será que a pessoa que acessa a universidade como pardo se entende como negra/o? E como ela localiza o seu lugar diante desse campo? Utilizamos o Método de Produção de Narrativa (MPN). Participaram 10 pessoas, das quais 8 entrevistas foram validadas. 5 mulheres e 3 homens que se autodeclararam como pardos/as, sendo que 7 pessoas acessaram a universidade através da política de cotas raciais e uma por ampla concorrência. As narrativas foram produzidas de forma coparticipativa em que as interlocutoras puderam ler, alterar e acrescentar conteúdo. A narrativa produto do encontro teve como fundamento tecer algumas reflexões sobre o pertencimento racial das estudantes que se autodeclararam como pardas/os. Observamos como o racismo fez parte das experiências das/os interlocutoras/es, seja a partir da discriminação racial, seja a partir da maneira com que a pessoa se percebia. Além disso, as narrativas das pessoas com a pigmentação da pele, a cor, menos retintas traziam aspectos como a confusão, o medo e a ansiedade no processo de pertencimento racial. A universidade, a presença de pessoas negras, de coletivos negra/os, de pessoas de referência na luta foram demarcados como fundamentais para aqueles que se sentiam mais confortáveis com seu posicionamento étnico-racial. Observamos nas narrativas que se autodeclarar como pardas/os e se entender como negras/os não andam nos mesmos passos, de modo que o pertencimento racial está intimamente conectado com a identidade racial. A dissertação problematiza a necessidade de que maiores debates acerca do lugar de fala do/a pardo/a sejam realizados diante das disputas engendradas no Brasil, pois observamos que o pertencimento racial, mesmo sendo doloroso, traz em si um processo de conexão sócio existencial e política. Portanto, a autodeclaração de cor/raça envolve tensões e conflitos de ordem pessoal/existencial, legais e institucionais.CAPESSocial discourse on being African descent expresses an incompatibility between self- declaration as pardo/a (gender-specific noun which refers to the official category of color and race in Brazil’s census questionnaire to designate non-White/mixed race people) and feelings of racial belonging. The myth of racial democracy spread a fallacious narrative of racial harmony, a consequence of the colonization process that established social places of subalternity and privilege. The overall aim of this dissertation was to comprehend the meanings concerning racial belonging within Psychology students at the Universidade Federal de Pernambuco, who self-identified as pardos/as when accessing the Public University. Based on the research question: does the person who accesses the university as pardo/a understand him/herself as African descent? And how do they locate their place in front of this ground? We used the Narrative Production Method (NPM). Ten people participated, of which eight interviews were validated. Five women and three men self-declared as being pardos/as, of which seven accessed the university via the racial quota policy and one via broad competition. The narratives were co-produced in which the interlocutors could read, change, and add content. The meeting's narrative was grounded on making some reflections about the racial belonging of the students who self-declared as pardas/os. We observed how racism was part of the interlocutors' experiences, whether from racial discrimination or from the way in which the person perceived him/herself. Moreover, the narratives of the people with the lighter skin pigmentation, color, brought up aspects such as confusion, fear and anxiety in the process of racial belonging. The university, the attendance of African descent people, African descent committees, and people who are references in the fight were highlighted as fundamental for those who felt more comfortable with their ethno-racial positioning. We observed in the narratives that self-declaring as pardos/as and understanding oneself as African descent do not go hand in hand, so that racial belonging is intimately connected with racial identity. The dissertation problematizes the necessity of further debates about the pardo/a's place of speech when facing the quarrels created in Brazil, since we observe that racial belonging, despite being painful, brings in itself a social, existential and political connection process. Hence, self- declaration of color/race entails tensions and conflicts of a personal/existential, legal, and institutional nature.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologiaRacismoIdentidade racialProgramas de ação afirmativa na educação - BrasilEstudantes de PsicologiaUniversidade Federal de Pernambuco“Nem tão escura para ser preta e nem tão clara para ser branca” : pertencimento racial entre estudantes de Psicologia que acessaram a universidade através da autodeclaração como pardos/asinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALDISSERTAÇÃO Wellington Soares de Albuquerque Filho.pdfDISSERTAÇÃO Wellington Soares de Albuquerque Filho.pdfapplication/pdf1381365https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44219/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Wellington%20Soares%20de%20Albuquerque%20Filho.pdff8a6ef730425ee6f6a9f0af5e5f6121aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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